Política

LISTA DO TCU

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Estado tem 17 candidatos milionários que receberam auxílio emergencial

Maior patrimônio é de candidato a prefeito de Inocência, fazendeiro que recebeu R$ 1,8 mil de ajuda

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Com 155 candidatos a prefeito, vice-prefeito e a vereador que receberam o auxílio emergencial, Mato Grosso do Sul tem, pelo menos, 16 candidatos milionários que, ainda assim, receberam o benefício do governo federal, voltado a pessoas vulneráveis que ficaram sem renda durante a pandemia da Covid-19.  

A lista dos candidatos que receberam o auxílio emergencial foi divulgada nesta sexta-feira pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Conforme o tribunal, entre os 155 candidatos que receberam o auxílio no Estado, todos têm patrimônio superior a R$ 300 mil.  

Em Mato Grosso do Sul, o postulante com maior patrimônio é o candidato a prefeito de Inocência, Antonio Angelo Garcia dos Santos, o Toninho da Cofap (DEM). Ele declarou R$ 6,4 milhões em bens à Justiça Eleitoral, entre eles, a Fazenda Macaúba, avaliada em R$ 5,7 milhões. Ele também declarou R$ 126 mil em cabeças de gado; duas casas, uma de R$ 400 mil e outra de R$ 180 mil; e um carro de R$ 25 mil.  

Apesar de ter todo este patrimônio, Toninho da Cofap recebeu R$ 1,8 mil de auxílio emergencial, conforme indica o Tribunal de Contas da União.  

O segundo maior milionário do Estado que recebeu o benefício da Caixa é o candidato a vereador em Paranaíba, Cleverson Antônio Queiroz Gonçalves, o Cleverson do Pelourinho (Republicanos). Ele declarou patrimônio de R$ 2,6 milhões e recebeu R$ 1,2 mil de auxílio. Ele tem uma parte em um prédio comercial, 10 terrenos, uma casa e ainda 30 hectares de terra.  

A candidata a vereadora pelo MDB, em Campo Grande, Silmara Félix (MDB) também tem mais de R$ 2 milhões em patrimônio. Ela recebeu R$ 1,2 mil de auxílio do governo, mas tem um patrimônio de R$ 2,5 milhões.  

Além dela, há outros 12 candidatos, todos a vereador, que tem patrimônio de mais de R$ 300 mil, e ainda assim receberam auxílio emergencial (baixe a lista ao final da reportagem).

VEREADORA

Silmara tem uma imóvel comercial avaliado em R$ 2 milhões, mais outros bens. Ela se defendeu, porém, afirmando que devolveu o dinheiro. Ela também afirmou que, felizmente, nunca precisou e nunca recebeu tal auxílio e que solicitou a devolução. A candidata ainda encaminhou um comprovante.  

Jorge Justino Diogo, candidato a vereador em Brasilândia pelo PSD, tem um patrimônio de R$ 2,1 milhões, mas, ainda assim, recebeu R$ 1,2 mil de auxílio.  

Dilson Nunes (PDT), candidato a vice-prefeito em Bandeirantes, declarou um patrimônio de R$ 2.043.000,00, mas ainda assim recebeu R$ 600 de auxílio emergencial.  

Há também o caso da candidata a vereadora em Iguatemi, Raquel Martins (DEM). O patrimônio dela aparece com quantias bilionárias na lista do Tribunal de Contas da União: R$ 1.200.001.946,10, para ser mais exato. Porém, R$ 1,2 bilhão seriam referentes a metade de um sítio na cidade. Por causa da possível inconsistência dos dados, o Correio do Estado acionou o Tribunal de Contas da União para esclarecer o número, mas não obteve resposta. Pela mesma razão, o nome dela não foi incluído no infográfico em anexo nesta reportagem.  

 

BRASIL

A lista foi divulgada conforme determinação do ministro do TCU, Bruno Dantas. Em um cruzamento de dados feito pelo tribunal, foi possível identificar 10,7 mil candidatos nessa situação e outros 1,3 mil com patrimônio superior a R$ 1 milhão e que obtiveram o benefício durante a pandemia do novo coronavírus.

Candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador que receberam auxílio emergencial

STF

STF diz que documentos divulgados nos EUA sobre despachos sigilosos de Moraes são meros ofícios

Os documentos divulgados pelos deputados republicanos reúnem mais de 500 páginas de ordens de Moraes

18/04/2024 14h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo

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O Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou nesta quinta-feira, 18, que os documentos sigilosos vazados pela ala do Partido Republicano na Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos são apenas os ofícios enviados às plataformas para o cumprimento das ordens de remoção dos perfis, e não a íntegra das decisões devidamente fundamentadas que justificaram a medida.

"Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação", diz um comunicado divulgado à imprensa pela Secretaria de Comunicação do tribunal.

Os documentos divulgados pelos deputados republicanos reúnem mais de 500 páginas de ordens de Moraes. A maior parte dos despachos mantém a mesma estrutura discursiva. O texto padrão escrito pela equipe do ministro se repete em dezenas de atos, com prazo de duas horas para remoção dos perfis e multa diária de R$ 100 mil.

O ministro também exige das plataformas autuadas que prossigam com o envio dos dados de registro das contas para o STF, bem como a preservação do conteúdo postado pelos usuários - ou seja, que ele seja conservado para consulta posterior.

Para explicar o modelo de atuação de Moraes, o STF exemplificou que os despachos sigilosos divulgados seriam equivalentes a mandados de prisão - ou seja, o teor do documento apenas informa que uma ordem deve ser cumprida. A fundamentação jurídica apresentada pelo ministro para justificar as decisões são geralmente divulgadas em despachos separados, que não foram apresentado pelos deputados republicanos.

Antes de comunicar as contas que devem ser removidas pelas plataformas, Moraes informa nos despachos que "foi proferida decisão nos autos sigilosos em epígrafe". Contudo, é comum que alguns réus em processos relatados pelo ministro se queixem de não terem tido acesso à integra dos autos antes de sofrerem medidas cautelares. O ministro e o STF já negaram diversas vezes que esse cenário seja verdadeiro.

Um dos poucos casos em que Moraes apresentou no despacho os argumentos que o levaram a remover determinadas contas das redes sociais foi em relação ao perfil da "Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil" no X (antigo Twitter). O pedido para que a página fosse retirada do ar partiu da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), sob o argumento de que os seus administrados empreenderam "verdadeiro tumulto contra a Democracia brasileira, por intermédio dos seus perfis nas redes sociais".

Moraes acatou os argumentos da OAB e argumentou que as publicações feitas pela Ordem dos Advogados Conservadores ocorreram no contexto de atos antidemocráticos que visavam dar um golpe de Estado após a derrotada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Ainda de acordo com o ministro, as manifestações do perfil nas redes sociais se "revestem de caráter instigador" da invasão às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023.

CAMPO GRANDE

Pré-candidato não vê 'imoralidade' em contratar sócios de seus comissionados

O ex-deputado Rafael Tavares tinha contratado dois advogados que são sócios de Danilo Azambuja e Luiz Fernando Bino

18/04/2024 08h00

O ex-deputado estadual Rafael Tavares (PL) durante a entrevista Foto: Divulgação

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Durante a segunda de uma série de entrevistas que a Rádio CBN Campo Grande e o Jornal Correio do Estado realizarão com os seis pré-candidatos à prefeitura da Capital, o ex-deputado estadual Rafael Tavares (PL) declarou que não vê nenhuma “imoralidade” no fato de ter contrato, quando ainda exercia o mandato, dois advogados que são sócios do seu chefe de gabinete Danilo Assis Azambuja e do seu assessor parlamentar Luiz Fernando Espindola Bino.

O ex-parlamentar foi confrontado na sabatina sobre ter pago R$ 131 mil de verba de gabinete aos advogados Marcelo Bonotto Demirdjian e Alexandre Jacques Costa Glaychman, ambos também sócios da DBGA Advogados.

Durante o período em que atuou como deputado estadual até ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro deste ano, Rafael Tavares contratou por R$ 81 mil serviços de Marcelo Demirdjian e por R$ 50 mil servidos de Alexandre Glaychman.

“Eu gastei sim com advogado, mas nunca um advogado que estava nomeado no gabinete recebeu de forma externa. O advogado externo que era contratado para fazer parecer. Ele tem um CNPJ individual de advogado, prestou um parecer técnico para mim e eu paguei pelo serviço.

E existiu um outro advogado que estava lá dentro da Assembleia Legislativa e que me acompanhava diariamente. Foi isso que aconteceu”, declarou, referindo-se a Marcelo Demirdjian e Alexandre Glaychman.

Documentos obtidos pelo Correio do Estado apontam possíveis violações ao Artigo 117 da Lei Federal nº 8.112/1990, que trata do Regime Jurídico dos Servidores Públicos, pois, durante o período em que ocupavam cargos no gabinete do ex-deputado Rafael Tavares, eles foram identificados como sócios-administradores de empresas privadas e também da DBGA Advogados.

Danilo Azambuja e Luiz Fernando Bino também tinham outras empresas, o primeiro constituiu uma empresa no dia 3 de fevereiro de 2023, dois dias depois do início das atividades parlamentares da atual legislatura, enquanto o segundo era sócio administrador de uma empresa de serviços advocatícios.

Segundo a Lei Estadual nº 4.091, do Estado de Mato Grosso do Sul, os servidores do Poder Legislativo estão sujeitos a proibições específicas, incluindo a participação em administração de empresas comerciais e o exercício de comércio. 

Também está no Regimento Interno da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, artigo 175, X e XI, página 17, estabelecendo que atividades comerciais dos funcionários do gabinete podem violar diretamente essas disposições legais, uma vez que ocupavam cargos comissionados enquanto eram sócios-administradores de empresas privadas.

AMIGOS PESSOAIS

Ainda na entrevista, Rafael Tavares disse que os quatro advogados são seus amigos pessoais.

“Quando eu entrei na Assembleia Legislativa, era para eu contratar um advogado do deputado estadual Pedro Kemp (PT)? Não, eu contratei advogados de direita, advogados que eu conheço, que eu confio.

São pessoas do meu relacionamento. Agora, estão me acusando de usar verba indenizatória com advogado, mas esse recurso serve para isso mesmo”, argumentou.

Ele ainda justificou a contratação de Marcelo Demirdjian e Alexandre Glaychman como responsáveis por ajudá-lo a apresentar mais de 40 projetos de leis na Assembleia Legislativa.

“Outra coisa, eu sou o líder no número de indicações na Casa, mais de 1.100 indicações, 25% das indicações foram feitas pelo meu gabinete e por esses advogados que trabalharam comigo. Ou seja, tem serviço para justificar o pagamento da verba indenizatória e, para concluir, eu sou o 15º deputado que mais gastou, tem outros 14 que gastaram mais que eu”, ressaltou.

Questionado se seria normal a contratação de dois advogados sócios de seu chefe de gabinete e do seu assessor parlamentar, Rafael Tavares disse que “sim, acho normal, pois são advogados do meu entorno, advogados de confiança”.

“Eu não contratei o escritório DBGA Advogados, pois o escritório é contratado quando você vai resolver vários problemas e cada advogado tem sua especialidade.

Eu contratei um advogado, um CNPJ individual dele, para prestar um serviço técnico, que foi prestado, inclusive os resultados estão aí sendo apresentados”, finalizou.

O ex-deputado estadual foi novamente interpelado se não seria uma imoralidade ter feito as duas contratações e respondeu com uma outra pergunta.

“Qual que é a imoralidade? Veja bem, vou repetir para todos entenderem, o Danilo, nomeado no gabinete, não recebeu verba indenizatória nenhuma.

O escritório não recebeu verba indenizatória nenhuma, os pagamentos foram feitos para o CNPJ do Alexandre e para o CNPJ do Marcelo. Eu, repito aqui, não fiz nenhum pagamento de verba indenizatória para o escritório”, finalizou.

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