Política

ELEIÇÕES 2018

Filho de Frota desabafa após pai ser eleito: "Defende a família, mas queria me abortar"

Filho de Frota desabafa após pai ser eleito: "Defende a família, mas queria me abortar"

DAS AGÊNCIAS

08/10/2018 - 14h47
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Mayã Frota é filho de Alexandre Frota, deputado federal do PSL eleito nesse domingo (7). Após o anúncio da vitória do ex-ator pornô nas urnas, o garoto, que vive em Antuérpia (Bélgica), fez um desabafo no Twitter, afirmando não saber como Frota conseguiu ser eleito.

“Eu sou filho de um ex ator pornô, viciado em cocaína, que defende a família, mas queria me abortar. Como ele virou deputado federal de São Paulo, não sei”, escreveu. Na sequência, Mayã ainda compartilhou uma imagem mostrando que é bloqueado por Alexandre Frota nas redes sociais.

O garoto é fruto de um relacionamento rápido de Frota com a personal trainer Samantha Lima Gondim. Eles se conheceram em 1998 e ficaram juntos por cerca de um mês. Após o nascimento de Mayã, que trabalha como modelo, Samantha chegou a brigar na Justiça durante um ano por conta de pensão.

Confira os tuítes abaixo:

Eu sou filho de um ex ator porno, ex viciado em cocaina, que defende a familia mas queria me abortar.

Como ele virou atual deputado federal de sao paulo, nao sei

Há três anos, Mayã foi entrevistado pelo site Ego, e disse que sonhava seguir a carreira de modelo. Na ocasião, ele disse que não tinha contato com o pai desde 2013. 

Em um vídeo feito ao vivo pelo Facebook, Alexandre Frota agradeceu pelos votos que o elegeram e deu deu uma longa resposta ao filho. 

"Hoje, fui surpreendido por uma mensagem do meu filho, que está atualmente morando na Bélgica. Ele disse que não entende como eu fui eleito e não vou deixá-lo sem resposta. Eu fui eleito com mais de 152 mil votos, porque essas pessoas acreditaram no meu trabalho que vem sendo feito desde 2013. Essas pessoas não foram preconceituosas, falsas e moralistas", afirmou Frota. 

Sobre o fato de quase ter sido abortado, Frota diz que isso nunca foi uma opção. "Eu nunca quis abortar você até porque essa opção seria de sua mãe. Sempre fui contra o aborto. Hoje você tem 18, está prestes a fazer 19 anos e deveria conhecer toda a minha história", ponderou o ator. 

Frota ainda confrontou o fato de ter sido ator pornô e viciado em drogas. "Eu fui ator da TV Globo, e quando eu me tornei ator pornô, você já tinha quatro anos. E, desse trabalho, você estudou, comeu e se vestiu. Tudo, com o dinheiro da pornografia. Durante muito tempo, você e sua mãe foram sustentados com esse dinheiro."

O ator e agora deputado federal disse que conheceu Samantha durante o Carnaval e que ela engravidou na noite do primeiro encontro. "Na mesma noite em que nós nos conhecemos, saímos bêbados e loucos e fomos para um quarto de hotel. Fizemos sexo, cheiramos, fumamos, bebemos e foi assim. Louco, a gente comete várias loucuras. E ela engravidou", disse o ator. 

Frota ainda pediu que o filho se orgulhasse dele por ser um ex-depende químico. "Sim, fui louco e perdi tudo na vida, mas venci."

Em matéria da revista Isto É Gente, publicada em 2000, Frota e a então namorada aparecem juntos no aniversário de um ano e onze meses de Mayã. Foi a primeira vez que a criança teve contato com o pai. 
Segundo a revista, em agosto de 1999, Samantha entrou na Justiça pleiteando pensão para a criança. Sobre seu desaparecimento por quase um ano, Frota justificou que sentia-se pressionado pelo família da moça.

"Quando ela engravidou, me ligou dizendo que teria o bebê e não me deu chance de opinar", defende-se. "Agora vou procurar estar presente em todos os momentos da vida dele", prometeu Frota, na época, em entrevista à publicação.

POLÍTICA

Em pedido de renúncia, Zambelli diz que segue viva e que Brasil continuará ouvindo sua voz

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

14/12/2025 22h00

Deputada federal Carla Zambelli

Deputada federal Carla Zambelli Agência Câmara

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A agora ex-deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), usou o pedido de renúncia de seu mandato para elogiar a proteção recebida pela Câmara e para dizer que "segue viva" mesmo após deixar os quadros da Casa. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

"A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz", afirmou, na solicitação encaminhada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).

Zambelli também agradeceu as decisões da Câmara que mantiveram o mandato da deputada, antes de Supremo Tribunal Federal anulá-las e determinar a perda de mandato de Zambelli. "Esse ato da Câmara foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado", escreveu.

Leia a íntegra do comunicado:

RENÚNCIA AO MANDATO PARLAMENTAR

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DEPUTADO FEDERAL HUGO MOTTA

Excelentíssimo Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

Povo brasileiro,

Eu, Carla Zambelli Salgado de Oliveira, Deputada Federal eleita para a 57ª Legislatura (2023-2027), representante do Estado de São Paulo, legitimada por 946.244 votos nas eleições gerais de 2022, faço esta manifestação por intermédio de meus advogados constituídos, Dr. Fabio Pagnozzi e Dr. Pedro Pagnozzi, diante da impossibilidade de comparecer pessoalmente a esta Casa, em razão de encontrar-me privada de liberdade em território estrangeiro. Falo, portanto, não apenas como parlamentar, mas como voz de quase um milhão de brasileiros que confiaram em mim sua representação.

O que se registra neste ato não é apenas a renúncia a um mandato, mas um marco institucional. A Câmara dos Deputados exerceu integralmente sua competência constitucional, observando o procedimento previsto no artigo 55 da Constituição Federal, especialmente seus ?? 2º e 3º, que atribuem exclusivamente ao Poder Legislativo a deliberação sobre a perda de mandato parlamentar, mediante decisão do Plenário, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

No curso desse procedimento, foi elaborado relatório pelo Relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Deputado Diego Garcia, demonstrando, de forma técnica e fundamentada, que não existem provas jurídicas aptas a sustentar a perda do meu mandato, tampouco elementos que embasem qualquer condenação. Esse relatório trouxe à luz uma verdade elementar do Estado de Direito: não se cassa um mandato sem provas.

Essa compreensão foi confirmada pelo Plenário da Câmara dos Deputados, que, ao não deliberar pela cassação, afirmou que não havia fundamento jurídico legítimo para suprimir um mandato conferido por quase um milhão de brasileiros. Esse ato foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado.

A História constitucional ensina que os regimes livres somente subsistem quando cada Poder reconhece seus limites. Montesquieu advertia que "todo aquele que detém poder tende a abusar dele, indo até onde encontra limites". O registro aqui produzido reafirma que o Parlamento não é instância acessória, mas Poder constitucional autônomo, cuja competência não pode ser esvaziada sem grave risco ao Estado Democrático de Direito. Este episódio permanecerá como referência institucional para situações semelhantes, nas quais se discuta a preservação do mandato popular frente à expansão indevida do poder punitivo estatal.

Posteriormente, deliberação do Supremo Tribunal Federal determinou a perda do mandato, afastando o resultado do procedimento conduzido por este Parlamento.

É diante desse quadro, e não por medo, fraqueza ou desistência, que comunico, de forma pública e solene, minha renúncia ao mandato parlamentar, para que fique registrado que um mandato legitimado por quase um milhão de votos foi interrompido apesar do reconhecimento formal, por esta Casa, da inexistência de provas para sua cassação.

Este gesto não é rendição. É registro histórico. É a afirmação de que mandatos passam; princípios permanecem. A democracia não se resume às urnas; ela vive no respeito às instituições e na coragem de registrar a verdade.

Dirijo-me, por fim, ao povo brasileiro. Aos meus eleitores, afirmo: a verdade foi dita, a história foi escrita e a consciência permanece livre. Ideias não se cassam. Convicções não se prendem. A vontade popular não se apaga.

A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz.

Que Deus abençoe o povo brasileiro, ilumine esta Nação e a conduza, sempre, pelo caminho do direito, da justiça e da liberdade.

Respeitosamente,

Carla Zambelli Salgado de Oliveira

Deputada Federal - Brasil

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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