Política

EX-SECRETÁRIO

Fora do PSDB, Miglioli é chamado de "candidato do Azambuja"

Marcelo Miglioli foi lançado como pré-candidato a prefeito de Campo Grande pelo Solidariedade

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de semana seu pré-candidato à Prefeitura Municipal de Campo Grande: o ex-secretário de Infraestrutura do primeiro mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB) como governador e ex-candidato ao Senado Federal, Marcelo Miglioli. O vínculo do ex-tucano com o chefe do Executivo estadual foi tema dos bastidores, em que muitos dizem que o pré-candidato seria, na verdade, de Azambuja, já que ele fez um acordo com o prefeito Marcos Trad (PSD) em 2018 de apoio a sua reeleição. 

O presidente estadual do partido e vereador em Campo Grande, Epaminondas Neto, o Papy, disse que não vê de uma forma ruim esse boato que circula no meio político. “É um boato e eu posso usar politicamente, não tem problema as pessoas pensarem que ele é um candidato do Reinaldo. Não tem problema ser chamado assim. Qual o problema? Agora porque não estão juntos no mesmo palanque não quer dizer que são inimigos. O Marcelo é amigo de juventude do Reinaldo e evidentemente que nunca vai acabar. O Marcelo pode ter um carinho pelo Reinaldo, o Reinaldo pelo Marcelo. Ele é do Solidariedade, o Reinaldo tem um compromisso com o Marcos e vai cumprir o compromisso dele com o prefeito. Não tem nada a ver com a nossa candidatura, isso eu posso garantir. Nós fomos aliados do Reinaldo há muito tempo, PSDB tinha gente aqui, mas são coisas separadas, o Marcelo é o candidato do partido”. 

Questionado sobre a especulação, Miglioli declarou que não iria constranger o governador e negou a possibilidade de estar em outro partido para concorrer pelo PSDB. “Eu saí do PSDB pela porta da frente e sai porque entendo que Campo Grande merece um novo projeto. O Solidariedade me convidou para fazer parte desse novo projeto. O PSDB hoje não tem uma definição política, não sabe se vai com o prefeito Marcos, ele não sabe se tem candidatura própria – e isso não sou eu que estou dizendo, são os membros do partido. Nessa indefinição, eu, particularmente, optei por buscar um novo projeto. Eu sou um candidato do Solidariedade, não quero constranger nem eu e nem o governador. Eu tenho uma relação pessoal com o governador Reinaldo – a honra de ele ter me convidado para ser secretário, de ter sido coordenador dele em campanha –, mas eu tenho a minha história e ele tem a dele”. 

 Mesmo destacando que não tem vínculo político com o partido que o lançou na carreira, Miglioli não descarta a possibilidade de conversar com os tucanos para uma aliança. O Solidariedade faz parte da base aliada do governo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. “É lógico que vamos sentar com o PSDB, isso nós queremos. Vamos apresentar nosso projeto. A única coisa que não queremos é fugir do projeto; queremos somar, mas não fugir da linha, e a linha é essa: pense grande, Campo Grande com o eixo central no desenvolvimento”. 

DIVERSIDADE

A ida de Marcelo Miglioli para o Solidariedade reuniu diversas siglas durante convenção do partido. Foram ao evento os parlamentares Enfermeira Cida do Amaral (Pros), Rinaldo Modesto (PSDB), Gerson Claro (PP), Coronel David (PSL), Luiz Ovando (PSL), João César Mattogrosso (PSDB), João Rocha (PSDB), Paulo Mattos (PSC), Delegado Wellington (PSDB), Cazuza (PP), além do vereador Papy e dos deputados estaduais Herculano Borges e Lucas de Lima, ambos do Solidariedade, entre outros.

“Eu vim prestar apoio ao Miglioli, mas meu partido é o PSL”, disse Coronel David. 

João César Mattogrosso falou que política se faz conversando e que Marcelo saiu do PSDB, mas não é inimigo. 

(Colaborou Izabela Jornada)

Política

STF forma maioria de votos contra marco temporal de terras indígenas

Os seis votos foram dos ministros Gilmar Mendes, relator, Flavio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli

17/12/2025 18h15

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quarta-feira (17) maioria de votos pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. 

Até o momento, a Corte tem placar de 6 votos a favor e nenhum contra a restrição às demarcações. A maioria foi formada pelos votos dos ministros Gilmar Mendes, relator, Flavio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Ainda faltam quatro votos.

A votação virtual começou na segunda-feira (15) e fica aberta até quinta-feira (18), às 23h59.

Luta contra o marco temporal

Em 2023, o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo voltou a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

Mato Grosso do Sul

A decisão interessa, principalmente, o Estado de Mato Grosso do Sul, que possui a terceira maior população de indígenas do país. De acordo com último Censo, divulgado pelo IBGE em 2022, Mato Grosso do Sul saiu de 77.025 originários em 2010 para 116.346 mil. A população de MS fica atrás apenas do Amazonas (490,8 mil) e da Bahia (229,1 mil).

Os cinco maiores municípios de MS em população indígena são: Campo Grande (18.439), Dourados (12.054), Amambai (9.988), Aquidauana (9.428) e Miranda (8.866).

Do total de indígenas em MS, 68.534 mil pessoas moram em terras indígenas, e outros 47.812 residem fora.

A Terra Indígena Dourados tem a 6ª maior população residente indígena do País, com um total de 13.473 mil. 

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FAMÍLIA RAZUK

Um dia após ser condenado a perda do mandato, deputado Neno vota à distância na Assembleia

Com isso, não comparecendo à assembleia, Razuk não correu o risco de ser notificado da condenação ou da perda do mandato

17/12/2025 15h00

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira Marcelo Victor/Correio do Estado

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL) foi condenado ontem (16) pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande a 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, por ser indicado como chefe de uma organização criminosa voltada ao jogo do bicho. 

No entanto, a condenação não impedia o deputado de comparecer à Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (17) para a última plenária do ano. Mesmo assim, o parlamentar não compareceu à Casa e participou da votação das cinco propostas aprovadas na ALEMS. 

Mesmo com a sentença, Razuk terá o direito de recorrer à decisão em liberdade. Ao Correio do Estado, o advogado André Borges, da defesa do parlamentar, afirmou que vai recorrer da sentença e que o "processo está longe de encerrar". 

Com o não comparecimento na Assembleia, o deputado não correu risco de ser notificado da condenação e nem prestar esclarecimentos à imprensa. 

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira O voto do deputado apareceu durante as deliberações das propostas na última sessão plenária da ALEMS de 2025 nesta quarta-feira (17) / Fonte: Reprodução

Sentença

A investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) apontou que Neno Razuk seria o líder de uma organização criminosa que estaria praticando, de forma intensa, as práticas em Campo Grande após as prisões de Jamil Name e Jamil Name Filho durante a Operação Omertà, deflagradas em 2019 pelo MPMS contra as milícias armadas. 

Segundo as investigações, após as prisões, a família Name teria vendido seus pontos "na marra" e com uso de violência para um grupo de São Paulo, em uma tentativa de roubo a um malote do jogo do bicho que chamou a atenção das autoridades para investigar a situação. 

No documento que decretou 20 prisões preventivas de alvos da quarta fase da Operação Successione e 27 mandados de busca e apreensão, no mês passado, a família Razuk é "conhecida há décadas pela exploração ilegal do jogo do bicho e com expertise nas negociatas relacionadas ao ilícito". 

Além do crime da jogatina ilegal, também foram citados os de "assalto à mão armada e lavagem de dinheiro", especialmente na região de Dourados. 

Nas investigações da Gaeco, o clã da família Razuk tinha o plano de expandir a organização criminosa para o estado de Goiás. 

Segundo a averiguação dos fatos, o grupo realizava estudos com o apoio de organizações do estado goiano, como investidores e figuras influentes, para derrubar a liderança local da jogatina, que era comandado por Carlinhos Cachoeira, um bicheiro local.  

Com um financiamento de R$ 30 milhões de um investidor ainda não identificado, a missão era levar a uma "guerra pelo controle do jogo do bicho que atingiria ambos os Estados", como consta na investigação. 

As penas aplicadas pelo Judiciário somam mais de 100 anos de reclusão e multas que ultrapassam R$ 900.000,00 (novecentos mil reais), além da perda de mandato do deputado estadual Neno Razuk.

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