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Pela 2ª vez, deputados adiam votação de empréstimo de US$ 80 milhões ao Hospital Regional

Proposta deve voltar ao plenário da Assembleia Legislativa apenas na próxima semana

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A deputada estadual Gleice Jane (PT) pediu vista ao Projeto de Lei nº 254/2025, que autoriza o Governo do Estado a contratar operação de crédito de até US$ 80 milhões (cerca de R$ 440 milhões) com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), durante a sessão ordinária desta quarta-feira (29).

Com o pedido da líder petista, a proposta do governador Eduardo Riedel (PP), que prevê a garantia de pagamento da Parceria Público-Privada (PPP) do Hospital Regional de Campo Grande, deve voltar ao plenário da Assembleia Legislativa apenas na próxima semana.

Esse foi o segundo pedido de vista ao projeto. Em sessão anterior, o deputado João Henrique Catan (PL) também havia solicitado mais tempo para analisar a proposta enviada ao Legislativo no início de outubro.

O governo argumenta que o empréstimo é necessário para assegurar o cumprimento dos compromissos contratuais da PPP, que repassará ao setor privado a gestão dos serviços não assistenciais do hospital, enquanto o Estado permanecerá responsável pela assistência médica, regulação e fiscalização.

Segundo o Executivo, a operação de crédito é uma exigência do governo federal para garantir o financiamento junto ao BID. A carta enviada pelo governo aos deputados explica que a medida visa “a cobertura contingente de obrigações contratuais do Estado de Mato Grosso do Sul” e descreve o modelo como uma forma inovadora de estruturação de projetos de PPP na área da saúde.

“A operação de crédito contingente, cuja autorização ora se requer, viabiliza um modelo inovador de estruturação de projetos de parceria público-privada do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, que tem por objetivo modernizar a unidade hospitalar, referência em alta complexidade, para 1,5 milhão de pessoas”, diz trecho do projeto.

O contrato da PPP prevê investimentos de R$ 954 milhões em obras ao longo de 30 anos, além de R$ 245 milhões anuais destinados à operação do hospital. Segundo o edital, a concessão permitirá ampliar o número de leitos e do pronto-socorro, aumentando a capacidade de atendimento para 132 mil pacientes por ano.

O empréstimo solicitado ao BID funcionaria como garantia de pagamento à empresa vencedora da PPP, caso haja eventual inadimplência do Estado. Diferente do modelo tradicional de conta garantia, em que o governo precisa imobilizar parte dos recursos do contrato, o crédito contingente não impacta as contas públicas, pois o Estado só paga uma comissão anual de 0,8% sobre o valor garantido.

Em caso de atraso, o próprio BID paga diretamente a parcela inadimplida ao parceiro privado, convertendo o valor em operação de crédito efetiva com o Estado. “Enquanto não acionada, a administração pública estadual paga apenas a comissão de garantia. Em caso de inadimplência, parte equivalente da garantia é acionada. O BID paga diretamente ao parceiro privado, convertendo o valor honrado em crédito com o Estado”, detalha o documento encaminhado ao Legislativo.

Leilão

O leilão da PPP do Hospital Regional está marcado para o dia 4 de dezembro, no prédio da Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Os envelopes com propostas serão recebidos das 9h às 11h (horário de MS) do dia 1º de dezembro, e a abertura das propostas ocorrerá no próprio dia 4, às 13h.

A licitação prevê que, entre despesas com novas estruturas, equipamentos e manutenção, a empresa vencedora deverá investir R$ 5,6 bilhões ao longo dos 30 anos de concessão.

De acordo com documento do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), o investimento será dividido em três etapas, sendo a segunda a construção de um novo edifício no complexo hospitalar, que ampliará em 59% o número de leitos, passando de 362 para 577.

Os investimentos em construções e equipamentos serão concentrados nos cinco primeiros anos do contrato, somando R$ 743 milhões dos R$ 954 milhões de despesas de capital previstas. Apenas em obras civis, serão R$ 508,4 milhões, enquanto R$ 185,5 milhões serão destinados à compra de maquinário novo.

A área construída do Hospital Regional, atualmente com 37 mil m², deve chegar a 71 mil m² após a ampliação. Em relação aos custos operacionais, o contrato estima R$ 157 milhões anuais em manutenção e R$ 89 milhões em materiais de consumo hospitalar e medicamentos.

Com o novo modelo, o governo estadual pretende modernizar a principal unidade de alta complexidade de Mato Grosso do Sul, garantindo sustentabilidade financeira e maior eficiência na gestão hospitalar.

*Colaborou Daiany Albuquerque 

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Política

Moraes manda PGR e defesa de Bolsonaro se manifestarem sobre laudo de violação da tornozeleira

A PGR deverá se manifestar primeiro, em até cinco dias, e depois os advogados terão o mesmo prazo para enviar ao STF informações que julgarem importantes

18/12/2025 21h00

Ministro do STF, Alexandre de Moraes

Ministro do STF, Alexandre de Moraes Divulgação

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta quinta-feira, 18, que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestem sobre o laudo da Polícia Federal que atestou a violação da tornozeleira eletrônica dele.

A PGR deverá se manifestar primeiro, em até cinco dias, e depois os advogados terão o mesmo prazo para enviar ao STF informações que julgarem importantes.

O laudo da Polícia Federal apontou "danos significativos" na junção da capa plástica da tornozeleira eletrônica.

"O aspecto físico e as análises realizadas na área danificada sugerem que na tornozeleira eletrônica foi empregada uma fonte de calor concentrado com ferro em sua composição. Testes realizados com ferro de solda na superfície do material questionado exibiram aspectos compatíveis com os danos verificado", diz o relatório da PF.

O ex-presidente admitiu que usou um ferro de solda no aparelho. Bolsonaro disse que agiu "por curiosidade". A defesa afirma que ele teve um episódio de "confusão mental" causado por "efeitos colaterais" da interação de remédios. Segundo os advogados, isso levou a "pensamentos persecutórios e distantes da realidade".

O episódio levou Moraes a decretar a prisão preventiva do ex-presidente, posteriormente convertida na execução da pena de 27 anos e 3 meses decorrente da condenação no processo da trama golpista. Bolsonaro está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília.

Chapadão do Sul

Justiça suspende eleição da mesa diretora de Câmara de Vereadores por suspeita de fraude e "pacto"

Em decisão liminar, Juiz Silvio Prado acata pedido do vereador Marcel D'Angelis e aponta "robustos indícios" de acordo clandestino, promessa de emprego a suplente e violação do processo democrático

18/12/2025 18h00

Justiça suspende eleição da mesa diretora de Câmara de Vereadores de Chapadão do Sul

Justiça suspende eleição da mesa diretora de Câmara de Vereadores de Chapadão do Sul Divulgação

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O Juiz Silvio Prado, da 1ª Vara Cível de Chapadão do Sul, deferiu tutela de urgência e suspendeu a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, realizada em 6 de outubro de 2025.

A liminar, proferida em uma ação anulatória movida pelo vereador Marcel D'Angelis Ferreira Silva (PP), foi baseada em "robustos indícios" de esquema que teria fraudado o processo democrático interno.

As acusações, sustentadas por uma gravação audiovisual registrada em Ata Notarial, incluem a combinação prévia de votos, a promessa de um cargo em troca de apoio político, a antecipação inconstitucional do pleito e a criação de um "pacto plurianual" para dividir a presidência da Casa nos anos de 2026, 2027 e 2028.

O juiz advertiu que o descumprimento da suspensão acarretará multa diária, pessoal e solidária de R$ 50.000,00 contra os vereadores réus, além de possível comunicação por ato de improbidade administrativa.

A ação, ajuizada pelo vereador Marcel D'Angelis, alega que a eleição de 6 de outubro foi apenas uma "mera homologação" de um acordo selado em uma reunião privada ocorrida quase um mês antes, em 10 de setembro de 2025.

Uma gravação dessa reunião, cuja transcrição consta nos autos, revelou diálogos que, segundo o juiz, "evidenciam práticas absolutamente incompatíveis com o regime constitucional".

A eleição pública teria se tornado um "teatro institucional", como descreveu o magistrado, para formalizar um resultado já definido em segredo.

Uma das falas transcritas na ata notarial é categórica: "A sessão do dia 06 é só para confirmar. Não tem surpresa". Para o juiz, isso representa um "claro abuso institucional" e uma fraude procedimental.

A gravação revela um suposto acordo para garantir o voto de uma vereadora suplente. Em troca do apoio, ela teria recebido a garantia de um emprego por três anos.

A transcrição é explícita: "A Inês vai votar com a gente... mas ela pediu garantia de emprego por três anos. Já acertamos isso."

O juiz classificou a afirmação como uma "aparente compra ilícita de apoio político", que viola a moralidade administrativa e configura abuso de poder.

 

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