Política

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Institutos de MS mostram que a população ainda não está interessada nas eleições

Ipems e IPR identificaram grande porcentual de abstenções e de indecisos nas pesquisas realizadas até o momento no Estado

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A pouco mais de um ano e quatro meses das eleições gerais de 2026, a população de Mato Grosso do Sul ainda está desinteressada do pleito, conforme análise do diretor do Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems), Lauredi Sandim, e do diretor do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), Aruaque Fressato Barbosa.

De acordo com pesquisa espontânea, realizada pelo Ipems, com 1.720 eleitores de 53 municípios do Estado, no período de 5 a 16 de maio deste ano, 49,32% dos entrevistados não souberam ou não opinaram sobre nenhum candidato ao Senado e 47,90% disseram que não votariam em ninguém, enquanto, para governador, 91,83% das pessoas ouvidas não souberam opinar ou preferiram não responder.

Lauredi Sandim explicou que, em relação às eleições de 2026 para os cargos proporcionais e majoritários, o índice de indecisos ainda está muito alto, em função da distância do pleito. “Outro fator importante para isso é que o eleitorado também não colocou no radar que no próximo ano terá de eleger presidente, governador, senadores, deputados federais e deputados estaduais”, pontuou.

Ele completou que, no momento, não é possível mensurar o que poderá acontecer, justamente pelo desconhecimento do eleitorado em relação aos candidatos a todos os cargos.

“A partir de abril do próximo ano, quando se resolver esse problema das janelas e das mudanças partidárias, as movimentações políticas darão o cenário mais definitivo, possibilitando uma discussão do assunto com mais veemência”, projetou.

O diretor do Ipems acredita que essa falta de interesse dos eleitores sul-mato-grossenses neste momento é normal. “Em todas as eleições isso acontece, pois podemos observar que o índice da pesquisa espontânea para governador traz Eduardo Riedel [PSDB], candidato à reeleição, com menos de 5% na espontânea”, lembrou, citando a pesquisa do Ipems.

Lauredi Sandim argumentou que, no momento, o eleitor não está preocupado com as eleições, mas, sim, com a economia. “A população, de um modo geral, está focada nos preços dos produtos, no emprego e na saúde. Hoje, as pessoas estão com essas preocupações, porém, a partir do ano que vem, principalmente depois de abril, quando teremos o fechamento das janelas, as eleições gerais serão o principal assunto de todos”, assegurou. 

SENADO

Para Aruaque Barbosa, neste momento, a atenção pública ainda é baixa para as eleições gerais de 2026. “Trata-se de um comportamento esperado para este momento do ciclo eleitoral. No entanto, um ponto específico que merece destaque e cuidado antecipado é que muitos eleitores ainda nem sabem que poderão votar duas vezes para senador, uma situação que ocorre a cada oito anos e costuma gerar confusão no eleitorado”, lembrou.

Por isso, de acordo com ele, é fundamental que os candidatos e as instituições promovam campanhas educativas, tanto nas mídias tradicionais quanto nas redes sociais, explicando o funcionamento do voto duplo e incentivando o eleitor a pensar de forma estratégica e complementar: “Se eu voto em x, quem seria o nome mais coerente para acompanhar esse voto no Senado?”, questionou.

Na análise do diretor do IPR, outro fator decisivo será o índice de comparecimento às urnas. “Em Campo Grande, por exemplo, quase 30% dos eleitores se abstiveram no segundo turno das eleições de 2022, o que alterou significativamente o resultado final, a ponto de, em certos cenários simulados, possibilitar a vitória de outra candidatura”, alertou.

A abstenção, conforme Aruaque Barbosa, tende a ser maior em cenários de descrença política, confusão eleitoral ou falta de mobilização. “Por isso, a organização de campanhas que enfatizem o valor do voto consciente, especialmente no Senado, onde o mandato é de oito anos e o impacto legislativo é profundo, pode fazer a diferença entre uma eleição equilibrada e uma acidental”, disse.

 Ele argumentou que o sucesso dos candidatos dependerá não apenas de sua força individual, mas de sua capacidade de se integrar a uma estratégia de voto compartilhado.

“Cabe aos partidos, às instituições e aos veículos de comunicação ampliarem o debate e anteciparem essa pauta no calendário político. E, aos eleitores, a responsabilidade de se informarem e planejarem seus votos de forma mais consciente e estratégica”, finalizou.

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Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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