Política

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Itamaraty prepara reabertura da embaixada

Itamaraty prepara reabertura da embaixada

g1

29/11/2011 - 11h36
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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) planeja reabrir nos próximos meses a embaixada brasileira em Bagdá, no Iraque. O embaixador brasileiro Ánuar Nahes, que hoje atua em Doha, no Qatar, viajou no domingo (27) para a capital iraquiana, onde pretende acertar detalhes de segurança para que o Brasil reinstale sua representação ali. Nahes está coordenando a logística da mudança física da representação brasileira para Bagdá, e vai assumir a embaixada no final deste ano.

Em entrevista ao G1 nesta segunda-feira (28), por telefone, Nahes contou que chegou a ouvir uma explosão enquanto estava na rua. "De repente, ouvimos uma explosão de um carro-bomba no checkpoint perto do Parlamento. É estranho, pois acontecem coisas em quarteirões distantes, e no resto da cidade a vida continua normal", disse.

O embaixador contou que já foi fazer a vistoria do local onde vai funcionar a embaixada, que fica fora da Zona Verde (área mais protegida por militares). "Ainda não deu para ter uma impressão muito clara de realidade por aqui, mas percebe-se que a vida transcorre normalmente, com pessoas na rua, passeando, andando de carro", disse.

Segurança
O embaixador viajou no domingo (27) e vai ficar em Bagdá até o dia 2 de dezembro. “Vou conversar com as duas melhores empresas de segurança de Bagdá, que já cuidam de outras embaixadas, para acertar detalhes da proteção”, disse Nahes, em entrevista ao G1 no sábado (26). Ele contou que sabe desde março que vai assumir a embaixada no lugar do embaixador Bernardo de Azevedo Brito e disse que ainda não tem uma data para a reinstalação da representação em Bagdá. “Vamos fazer a mudança por etapas”, explicou.

Desde a invasão norte-americana ao país árabe, em 2003, a diplomacia brasileira se retirou de Bagdá, e em seguida instalou os embaixadores voltados ao Iraque na Jordânia, vizinha menos atingida pela onda de violência que se seguiu à guerra.

A principal preocupação da embaixada brasileira neste período de mudança para Bagdá é que ela ocorre na mesma época em que está planejada a retirada oficial das tropas norte-americanas do país. O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou em outubro a confirmação do projeto de retirar do Iraque todos os 50 mil soldados que atualmente fazem a transição da segurança para o governo iraquiano.

“Quando os americanos saírem, vai haver um pequeno vácuo de poder, mas o governo iraquiano está se preparando pra ocupar esse espaço”, disse Nahes. O problema mais evidente, segundo ele, é o crescimento das atividades do crime organizado no país. “Os anos de sanções fizeram um grande estrago no Iraque. Vai demorar para o país se recuperar”, disse.

Transição
Nahes deve se mudar para Amã, na Jordânia, em 20 de dezembro. De lá, pretende “tocar as obras e tomar providências logísticas para a mudança física”, disse. A embaixada em Bagdá deve ter até sete funcionários do Itamaraty, sendo cinco diplomatas e dois oficiais ou assistentes.

Esta é a primeira vez que o embaixador vai ao Iraque, mas Nahes, que tem 30 anos de carreira diplomática, diz que “era a pessoa mais indicada” para assumir a representação neste momento. “Minha carreira foi voltada principalmente para o Oriente Médio”, disse.
Segundo ele, não há “heroísmo” em sua missão em reabrir a embaixada. “O Itamaraty não se comporta com base no heroísmo, e oferece condições vantajosas” para quem assume embaixadas em áreas mais perigosas. “Temos condições típicas de ‘insalubridade’. Temos tempo livre fora do Iraque, compensações salariais, funcionais, benefícios de promoção. Há atrativos”, explicou.

Para o embaixador, apesar da divulgação regular de atentados violentos no Iraque e em outros países do Oriente Médio, a vida cotidiana continua normalmente. “A violência no Oriente Médio é diferente da que existe no Brasil. Não tem assalto violento, arrastão, isso é contra os princípios deles. No Iraque, o que existe hoje é uma violência politica da qual nós não fazemos parte. Hoje em dia, diplomatas estrangeiros não são alvos”, disse.

Relação bilateral

Segundo o relatório do MRE a respeito de brasileiros no exterior divulgado neste ano, há 15 brasileiros vivendo atualmente no Iraque. Nahes disse que a embaixada não tem informações a respeito de quem são essas pessoas, mas explicou que vai procurar descobrir quem são assim que assumir o posto.

Quando forem superados os entraves relacionados à segurança e a embaixada brasileira for reinstalada em Bagdá, o principal foco de trabalho na relação bilateral deve ser o de reforçar o comércio entre os dois países, segundo o embaixador.

“O Iraque é um país tão promissor, tão rico, que mesmo sem fazer nenhum esforço, só pela inércia, pela atração natural, o comércio bilateral vai atingir quase US$ 1 bilhão neste ano”, disse. Segundo ele, os dois países têm uma relação forte e de décadas, e o Brasil é visto como uma alternativa à relação com países da Europa ou os Estados Unidos. “As perspectivas são muito animadoras, e a única coisa que pode pôr a perder é a questão da segurança. Nunca tivemos problemas políticos.”

As exportações brasileiras ao Iraque somaram, de janeiro a outubro, US$ 603.002.031,44, segundo dados da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Iraque. Os 15 produtos mais exportados pelo Brasil são frango, açúcar, carne bovina, peixe, máquinas de construção, cigarro, incubadoras para bebês, café solúvel descafeinado, aparelhos cirúrgicos, refrigeradores, lidocaína e outros medicamentos anestésicos, ceifadeiras e debulhadoras, embreagens e componentes para tratores e outros veículos automotores, bombons, caramelos e demais confeitos sem cacau, gomas de marcar sem açúcar e facas de cozinha.

Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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