Política

TRIBUNAL DE CONTAS DO MS

Jerson Domingos garante presidência com afastamento de Osmar Jeronymo

Com apenas três conselheiros titulares, TCE-MS só tem número suficiente para montar uma única chapa no pleito

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O afastamento do conselheiro Osmar Domingues Jeronymo por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em razão de suspeita de envolvimento em esquema de venda de sentenças por desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), garante a presidência do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) ao conselheiro Jerson Domingos por mais um biênio.

Isso porque, como já estão afastados os conselheiros Iran Coelho das Neves, Waldir Neves Barbosa e Ronaldo Chadid, também por determinação do STJ, por suspeita de participarem de esquema de corrupção, a Corte de Contas ficou com apenas três conselheiros titulares – Jerson Domingos, Marcio Monteiro e Flávio Kayatt –, número suficiente para a formação de apenas uma chapa para compor os cargos de presidente, vice-presidente e corregedor-geral.

Como Jerson Domingos não abre mão de continuar à frente da presidência do TCE-MS e os outros dois conselheiros titulares precisam dele para a formação da única chapa, há um impasse. Pelo regulamento interno da Corte de Contas, caso não se encontre um consenso, a diretoria atual permanece por mais um biênio.

Entretanto, como o conselheiro Jerson Domingos completará a idade-limite para a aposentadoria compulsória no dia 14 de novembro de 2025, ou seja, 75 anos, conforme estabelece a PEC da Bengala, caso seja mantido o atual corpo diretivo, assumirá o cargo de presidente o atual vice-presidente, isto é, o conselheiro Flávio Kayatt.

Nesse caso, na prática, Jerson Domingos ficará à frente do cargo por apenas mais 11 meses, pois terá de se aposentar compulsoriamente, como determina a PEC da Bengala, possibilitando que Flávio Kayatt termine o mandato em dezembro de 2026 como presidente, além de abrir uma vaga política no TCE-MS, pois o atual presidente veio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), nomeado pelo então governador André Puccinelli (MDB).

Ou seja, tudo caminha para que o atual presidente da Corte de Contas seja reconduzido para o cargo na primeira quinzena de dezembro e fique até novembro do próximo ano, quando terá de se aposentar compulsoriamente, sendo então substituído pelo colega Flávio Kayatt e abrindo mais uma vaga no TCE-MS.

CONCURSO

O afastamento do conselheiro Osmar Jeronymo também obrigará o presidente Jerson Domingos a abrir um concurso público para uma vaga de conselheiro substituto até que o Poder Judiciário defina a situação dos quatro conselheiros afastados da Corte de Contas, afinal, o TCE-MS só tem três auditores de controle externo e eles já foram convocados para as vagas de Iran Coelho, Waldir Neves e Ronaldo Chadid.

Diante disso, nos próximos dias deve ser publicada no Diário Oficial uma resolução com as normas gerais para a realização do concurso público para provimento no cargo efetivo de conselheiro substituto. As regras de disposições gerais, requisitos, abertura, inscrições, etapas, comissão e disposições finais estão contidas nessa resolução.

A abertura de um concurso é uma resposta à necessidade de repor as vagas ora desocupadas, em razão de aposentadorias, exonerações e outros desligamentos, e também de garantir a qualificação dos servidores e a modernização da gestão pública.

A expectativa é de que o novo concurso possa atrair profissionais com alto nível de conhecimento técnico e comprometimento, fortalecendo o quadro de pessoal e garantindo a continuidade das atividades da Corte de Contas. De acordo com as regras do TCE, o concurso será realizado em diversas etapas, incluindo provas objetiva, discursiva e de títulos. 

O candidato aprovado deverá atender a requisitos como formação superior em áreas específicas e aprovação em todas as fases do processo seletivo. O edital completo do concurso, com todas as informações sobre inscrições, datas das provas, conteúdo programático e demais detalhes, será divulgado no Diário Oficial Eletrônico do TCE-MS.

DE OLHO NAS VAGAS

O fato de agora termos quatro conselheiros do TCE-MS afastados por decisões do STJ fez crescer a pressão na Alems para que seja aberto um procedimento de impeachment contra os conselheiros afastados para que suas vagas – duas políticas e duas técnicas – possam ser definitivamente preenchidas.

O presidente da comissão temporária da Casa de Leis, deputado estadual Coronel David (PL), enviou um ofício ao presidente do STJ, ministro Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin, solicitando a abertura formal do processo de impeachment dos conselheiros.

Na avaliação dele, a medida pretende restabelecer a plena funcionalidade e confiança na Corte de Contas, uma vez que a ausência dos conselheiros titulares, três afastados desde dezembro de 2022 e um desde outubro deste ano, tem gerado instabilidade nas decisões do órgão.

Os conselheiros Iran Coelho das Neves, Ronaldo Chadid e Waldir Neves Barbosa estão afastados de suas funções, sob acusações de envolvimento em um esquema de corrupção que teria desviado mais de R$ 100 milhões, investigado nas operações Mineração de Ouro e Terceirização de Ouro, enquanto Osmar Jeronymo foi afastado no mês passado no bojo da Operação Ultima Ratio, que investiga venda de sentenças por desembargadores do TJMS.

A expectativa agora é de que o STJ dê andamento ao pedido de impeachment, em um processo que poderá redefinir o futuro da gestão pública no Estado.

“Atualmente, o TCE-MS está operando com auditores substitutos, que, apesar de qualificados, não têm a prerrogativa de conselheiros titulares, o que causa insegurança jurídica nos julgamentos. Nossa comissão entende que o impeachment dos conselheiros afastados é necessário para garantir o retorno à normalidade e à segurança institucional que a população de Mato Grosso do Sul exige”, destacou Coronel David.

O pedido de impeachment é sustentado por diversos dispositivos legais, como o artigo 105, inciso I, alínea “a” da Constituição Federal, o artigo 11, inciso I do regimento interno do STJ, e a Lei nº 1.079/1950, que trata dos crimes de responsabilidade. Entre as ações mencionadas estão as ações penais 1.057 DF e 1.058 DF, além do inquérito 1.697 DF, que envolvem diretamente os conselheiros.

A comissão temporária, composta ainda por Lia Nogueira (PSDB), atua sob forte pressão de diversos setores da sociedade, que cobram respostas rápidas em função das graves acusações. “Precisamos restabelecer a legitimidade do Tribunal de Contas para que ele possa exercer plenamente seu papel de fiscalização, assegurando a integridade das instituições públicas”, disse. 

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REPRESENTATIVIDADE

Adriane Lopes é eleita a 3ª vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos

A prefeita de Campo Grande é uma das duas únicas mulheres eleitas como gestoras de capitais no Brasil

08/04/2025 10h29

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), foi eleita por unanimidade como a 3ª vice-presidente da FNP

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), foi eleita por unanimidade como a 3ª vice-presidente da FNP Divulgação

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Durante a 87ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), realizada em Brasília (DF), a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), foi eleita por unanimidade como a 3ª vice-presidente da entidade. 
 
A escolha dela reforça o protagonismo de Campo Grande nas pautas de interesse nacional e destaca a representatividade feminina na liderança municipal em um cenário onde apenas duas mulheres estão à frente de capitais brasileiras.
 
Reeleita para o mandato de 2025 a 2028, Adriane Lopes é uma das duas únicas mulheres eleitas prefeitas de capitais no Brasil, junto com Emília Corrêa (PL), de Aracaju (SE). 
 
“Quando as mulheres ocupam cargos e conquistam espaços de poder, estamos influenciando outras mulheres a querer estar nesses espaços. A presença feminina na gestão pública não é temporária, pois estamos exercendo um direito de maneira permanente”, reforçou a prefeita.
 
Ela completou que a eleição e posse como vice-presidente é motivo de orgulho e alegria, mas também de grande responsabilidade, pois Campo Grande terá uma representante nas discussões nacionais que impactam a vida das pessoas. 
 
“Teremos uma cadeira em uma das principais entidades que defendem os interesses dos municípios e dos gestores públicos. A nossa capital tem muito a ganhar e vamos lutar ainda mais por benefícios para nossa cidade”, destacou Adriane Lopes.
 
A gestora lembrou que em 2023, em Brasília, quando as discussões da FNP foram levadas para o Senado Federal, ela oi a única prefeita a apresentar e defender as cinco emendas da entidade para os senadores, sendo que o projeto já tinha sido aprovado na Câmara dos Deputados.
 
Confira a composição da nova Diretoria da FNP 2025-2027:
 
Eduardo Paes - Presidente da Frente Nacional de Prefeitos
Sebastião Melo (Porto Alegre) - 1º vice-presidência nacional
Ricardo Nunes (São Paulo) - 2º vice-presidência nacional
Adriane Lopes (Campo Grande) - 3ª vice-presidência nacional

O EVENTO

Ainda na segunda-feira (7), a prefeita participou da abertura da 87ª Reunião Geral da FNP, quando tratou dentre os temas desafios fiscais enfrentados pelas cidades brasileiras e o papel dos municípios na governança tributária do país. 
 
Também foram discutidos o impacto da Reforma Tributária nos orçamentos das grandes e médias cidades do país, além da gestão do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) no âmbito do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, criado a partir da Reforma Tributária aprovada em 2023.
 
“É um assunto necessário e que precisa ser discutido. A FNP representa 60% da população do Brasil e 72% do PIB nacional, e isso precisa ser levado em consideração. Precisamos avaliar e entender a força da FNP. É uma discussão importante”, disse. 
 
Ela prosseguiu, completando que Campo Grande é uma das capitais do Brasil que será diretamente impactada, já que a maior arrecadação vem dos serviços. “Na ponta, as pessoas ainda não compreendem plenamente e não foram impactadas pelas informações sobre essa transição que estamos prestes a iniciar”, avisou.
 
Adriane Lopes ressaltou que pretende ser a responsável por dar início a uma transição que afetará diretamente a gestão das cidades e a vida das pessoas nos municípios. 
 
“Ressalto a necessidade do suporte técnico que a FNP terá que oferecer aos municípios de grande, médio e pequeno porte. Vamos sentir na pele os impactos da reforma e precisaremos administrar essas mudanças. Para isso, será fundamental o apoio técnico. Coloco-me à disposição para integrar este comitê técnico. Já fomos ao Senado para discutir essa pauta com outros prefeitos”, assegurou.
 
A gestão de Adriane Lopes tem uma marca histórica, quase 50% dos principais cargos de liderança no Executivo Municipal são ocupados por mulheres. 

A representatividade, que é inédita em Mato Grosso do Sul, coloca a capital em destaque no cenário nacional ao garantir que quase metade das posições de comando sejam lideradas por mulheres, demonstrando o compromisso com a igualdade de gênero e a participação feminina nas decisões estratégicas que moldam a cidade.
 
Em junho de 2024, Adriane foi anfitriã do 2º Congresso Nacional e Estadual Mulheres pela Paridade (COMPAR), realizado em Campo Grande e promovido pela Prefeitura em parceria com o Fórum Permanente pela Paridade Institucional e Política das Mulheres. 
 
Com o tema “Igualdade, Paridade e Democracia”, o evento reuniu especialistas renomados que compartilharam a sua visão sobre os mais variados temas associados a equidade e paridade, para discutir o fortalecimento da participação feminina em todas as esferas do poder e na sociedade, reforçando a importância de ampliar o acesso das mulheres a espaços de decisão.

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CRISE POLÍTICA

Permanência do PT na administração do governador Riedel divide o partido

Provável presidente da sigla, o deputado federal Vander Loubet defende que legenda mantenha os cargos no governo estadual

08/04/2025 08h00

A executiva estadual do PT em Mato Grosso do Sul se reuniu ontem para tratar do assunto

A executiva estadual do PT em Mato Grosso do Sul se reuniu ontem para tratar do assunto Foto: Giovanni Colett/Divulgação

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A publicação feita pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) nas suas redes sociais, defendendo a anistia irrestrita aos presos do 8 de janeiro de 2023, que provocaram um quebra-quebra na sede do Superior Tribunal Federal (STF), no Congresso e no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), causou uma divisão dentro da executiva estadual do PT em Mato Grosso do Sul.

Uma ala do partido defende a imediata saída da legenda da administração estadual, entregando os vários cargos que ocupa e até o comando da Secretaria de Estado da Cidadania (SEC), enquanto outro grupo atende que o PT deve continuar na gestão de Riedel como uma forma de marcar presença até, pelo menos, que ele decida para qual partido vai migrar ou se vai continuar no ninho tucano.

Entre os que defendem a permanência no governo Riedel, está o deputado federal Vander Loubet (PT), que informou sobre a reunião da executiva estadual do partido na manhã de ontem, em Campo Grande.

“Na reunião, não houve nenhum tipo de decisão no sentido de que o PT vá deixar a base ou vai abandonar de vez o governo Riedel”, revelou ao Correio do Estado.

O parlamentar explicou que tanto ele quanto outras lideranças do partido, como o deputado estadual Zeca do PT, já se manifestaram contra a posição do governador sobre a questão da anistia aos presos que depredaram os prédios públicos da Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

“No entanto, o fato de haver divergência a respeito desse tema não significa que o PT tenha que abandonar o governo Riedel, ou ainda pior, cortar relações. Muito pelo contrário, entendemos que o governo estadual continua sendo um governo em disputa, ou seja, que o PT precisa ocupar os espaços dentro dele para conseguir colocar em prática as políticas públicas”, argumentou. 

Para ele, o partido entende que a implantação de políticas públicas é importante, principalmente as voltadas para a questão da agricultura familiar, que envolve os assentados da reforma agrária, bem como a questão dos povos indígenas e dos quilombolas, que é uma pauta importante para o PT.

Ainda em relação à permanência ou não do PT na base de apoio do governo Riedel, ocupando cargos e espaços na gestão estadual, Loubet entende que ainda há muitos outros fatores, sendo necessário o partido aguardar para tomar qualquer tipo de decisão.

“É necessário aguardar para ver para que partido o governador Eduardo Riedel vai migrar, se vai continuar no PSDB, se vai para alguma outra legenda. Isso é um elemento que pode pesar em uma decisão dessas, portanto, ainda temos muitas questões para se aguardar e, só depois, analisar uma decisão como essa”, explicou ao Correio do Estado.

CONTRÁRIOS

Entre os que são favoráveis à debandada do PT do governo Riedel está o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que defendeu que o partido precisa deixar a base aliada da gestão estadual.

“Acredito que chegou a hora do PT desembarcar desse governo. Não é possível conviver com um governo que apoia golpistas e não tem apreço pela democracia”, declarou.

O parlamentar defendeu que o compromisso do PT em Mato Grosso do Sul é com a reeleição do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições gerais do ano que vem.

“O atual governo lidera um projeto de combate às desigualdades sociais, defesa da democracia e crescimento sustentável. Precisamos apresentar uma proposta coerente com essa visão. Sem anistia para golpistas. Golpe nunca mais. Democracia sempre”, reforçou.

Além de criticar a fala de Riedel, a deputada estadual Gleice Jane (PT) também defendeu que o partido se retire da base de apoio ao governo estadual na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems). De acordo com ela, a posição do governador gera preocupação, indignação e questionamentos, tendo em vista que, após os atos de vandalismo, Riedel foi até Brasília e caminhou com o presidente Lula ao pedir justiça pelos atos.

“Permitir que os responsáveis por atos de violência, destruição e ameaças à democracia sejam isentos de punição representa um retrocesso perigoso para o povo brasileiro, e a postura adotada pelo chefe do Executivo sul-mato-grossense coloca em risco a segurança do povo. Por isso, reafirmo minha posição de que o PT não pode mais compor este governo”, finalizou.

Saiba - Executiva critica Riedel e prioriza reeleger Lula

A executiva estadual do PT considerou inaceitável a manifestação do governador Eduardo Riedel em favor da anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023. A direção cobrou coerência dele, tendo em vista que o PT apoiou a candidatura dele no segundo turno das eleições de 2022.

As consequentes medidas políticas decorrentes dessa posição serão tomadas em consonância com a base, levando em conta a prioridade de reeleger o presidente Lula, com ampliação das bancadas e a conquista de uma das vagas ao Senado.

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