Política

PELO BOLSONARISMO

João Henrique Catan e Rafael Tavares estão na mira do STF pelo 8 de janeiro, dia do quebra-quebra

Catan prestou depoimento por 'ataques' a Lula; PF cumpriu mandado em casa de assessora de Tavares

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Vinte e sete dias depois de o colega parlamentar João Henrique Catan, deputado estadual sul-mato-grossense, do PL, ter ido à sede da Polícia Federal prestar depoimento acerca de postagens feitas por ele sobre a invasão dos bolsonaristas, em Brasília, no dia 8 de janeiro, em protesto à eleição do presidente Lula, a vez nesta terça-feira (5), envolveu o staf do deputado estadual Rafael Tavares, do PRTB.  

Os dois parlamentares, eleitos na esteira da popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, têm sido espiados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), por meio da PF, que está atrás dos financiadores e organizadores dos ataques aos Três Poderes. 

De 8 de janeiro até agora, pela incitação e participação da depredação de prédios públicos, ao menos mil pessoas contrárias à eleição de Lula, apoiadores de Bolsonaro, foram presos. 

Lá no STF, ao menos 1,2 mil pessoas viraram réus e, ainda que já libertados, devem responder processos  por associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. 

OPERAÇÃO NA CASA DA ASSESSORA 

Nesta terça, policiais federais investidos na operação Lesa Pátria foram à casa da assessora de gabinete do deputado Rafael Tavares, em Campo Grande, Aline Paiva. Depois do cumprimento do mandado de busca e apreensão, determinado pelo ministro do STF, Alexandre Moraes, a assessora seguiu para depoimento na sede da PF. O caso segue em sigilo e não se sabe ainda se algum documento foi apreendido na casa de Aline nem o questionamento da PF durante a audiência. 

OUTRO ALVO 

Além a assessora de Rafael Tavares, o empresário Rodrigo de Souza Lins, também foi alvo da 16ª fase da Operação Lesa Pátria, que no país inteiro cumpriu nesta terça 53 mandados de busca e apreensão contra supostos financiadores dos atos de vandalismo em Brasília no dia 8 de janeiro.  

Natural de Corumbá (MS) e com patrimônio de R$ 310 mil (três veículos e um apartamento), Rodrigo Lins se identificou como empresário para a Justiça Eleitoral no pleito eleitoral do ano passado. 

Seu desempenho não foi dos melhores, obtendo apenas 818 votos. Apesar do resultado, está sendo cogitado para disputar a prefeitura de Campo Grande em 2024, pelo Partido Cristão.  

Nas redes sociais, Lins costuma fazer ataques ao presidente Lula e enaltecer políticos que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o ex-deputado federal Daniel Silveira (RJ).

É possível encontrar vídeos dele com o senador Magno Malta (PL-E$), em junho de 2022, onde Malta afirma que “eu aviso para vocês continuarem firmes, é a luta do bem contra o mal. (…) Não saia das ruas, continue firme, esse país é nosso”. 

Mesmo tendo menos de mil votos, o empresário é suplente do deputado Rafael Tavares, que foi eleito com 18.224 votos. 

O QUE DIZ RAFAEL 

O deputado Rafael Tavares, em nota divulgada via redes sociais sustentou que o “verdadeiro alvo estava sendo ele”, e não sua assessora. Ele chegou a se inscrever para fazer um pronunciamento no plenário da Assembleia nesta manhã, mas quando foi chamado para falar, não apareceu. 

Tavares disse que sua assessora ia no acampamento de bolsonaristas, em frente ao quartel do Exército, em Campo Grande, e, lá, atuava na cozinha para o preparo de comida servida aos manifestantes.

Tavares, que teve o mandato cassado pelo TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) porque seu partido, o PRTB, teria fraudado o sistema da cota de gênero no pleito que o elegeu, em outubro passado, durante o dia, em algumas declarações, culpou o PT pela investida policial contra sua assessora. 

O deputado cumpre o primeiro mandato graças a um recurso contra a cassação que corre no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 

JOÃO HENRIQUE CATAN 

Já o  deputado estadual João Henrique Catan (PL), havia prestado depoimento à Polícia Federal, por ofensa à honra do presidente Lula, no dia 10 do mês passado. 

A audiência participada por Catan atendeu um pedido do ministro da Justiça, Flávio Dino, num inquérito que tem como base, uma postagem do parlamentar sul-mato-grossense pelas redes sociais no dia 8 de janeiro deste ano, data da invasão da sede dos Três Poderes, em Brasília.  

Na ocasião, Catan ressaltou que compareceu à Polícia Federal para “reiterar aquilo que já havia dito”. “Vim aqui reiterar aquilo que falei. Que o direito penal tem a exceção da verdade, porque mesmo o crime de calúnia, quando você fala a verdade, pode argumentar(..).”, salientou.  

Cabe destacar que na data que motiva o depoimento do deputado estadual, Catan disse: "Não existe ato de vandalismo maior do que rasgar a Constituição, roubar às eleições, e colocar um bandido para presidir nossa nação!”. A eleição de Lula não foi contestada e legitimada pelo TSE, corte máxima eleitoral do Brasil.

Na sequência, Catan destacou que o presidente foi condenado, feito que endossa no post à época. Por fim, disse que há uma estrutura montada para perseguir a direita no Brasil. 

“Eu disse que o presidente foi condenado, que o presidente praticou mal-feito. É um absurdo essa perseguição que a direita vem sofrendo nesse país. Nunca vi uma estrutura tão bem montada para amedrontar, intimidar, perseguir e calar a voz de opositores”, destacou. 

 

Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

Política

Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

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O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

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