Política

ACUSAÇÃO REJEITADA

Juiz rejeita denúncia de improbidade administrativa contra ex-prefeito Nelsinho Trad

MPMS questionou convênio entre a prefeitura de Campo Grande e O Sinpol, sindicato dos Policiais Civis de MS

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Ariovaldo Nantes Corrêa, juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, julgou improcedente a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) contra o ex-prefeito de Campo Grande [2005-2012], Nelson Trad Filho, do PSD, hoje senador, e também os ex-secretários municipais de saúde, Luiz Henrique Mandetta e Leandro Mazina Martins, cunhado do ex-prefeito.  

Os três foram denunciados pela prática dos atos de improbidade administrativa. O MPMS ainda pode recorrer.

O MPMS sustentou na petição, em síntese, que foi instaurado inquérito civil “visando apurar irregularidade no repasse de verbas públicas pela prefeitura de Campo Grande ao Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) por meio da Secretaria Municipal de Saúde utilizando recursos repassados pelo Ministério da Saúde, fundo a fundo, para o Bloco de Financiamento da Vigilância”. 

Ainda de acordo com a denúncia, que corre desde 2017, os convênios firmados entre a prefeitura e o sindicato totalizaram um gasto público de R$ 128.088,00. 

“... apesar de não haver especificado adequadamente o objeto dos convênios, após investigação descobriu-se que sua finalidade era o pagamento de quatro pessoas que atuariam no Serviço de Verificação de Óbito, sendo que duas delas eram servidoras públicas na Secretaria de Segurança Pública no mesmo período”. 

Para o MPMS “o ato é ilegal e imoral, pois os requeridos utilizaram indevidamente do convênio para pagamento de valores a servidores públicos estaduais com evidente intuito de burlarem a regra de licitação, tratando-se de um verdadeiro direcionamento de contratação sem prévia análise de preço; ao invés de contrato precedido de licitação ou ato regular firmado diretamente com o Estado de Mato Grosso do Sul, foi utilizado convênio com o Sinpol”. 

Ainda conforme a denúncia “o sindicato não é entidade que tem entre seus objetivos a intermediação de mão de obra, sendo apenas utilizado como meio para contratação direta sem procedimento licitatório; os pagamentos foram realizados a algumas pessoas que não utilizaram o aparato do sindicato, mas do Estado de Mato Grosso do Sul”. 

DECISÃO 

Na decisão do juiz Ariovaldo Corrêa ele escreveu: "não há demonstração suficiente, portanto, de que houve ação ou omissão dos requeridos remanescentes capaz de causar efetiva e comprovada lesão, malbaratamento, desvio, apropriação ou dilapidação ao erário nem demonstradas sua má-fé quanto aos fatos narrados ou de que eles teriam agido de forma consciente e voluntária com a finalidade de lesar o erário municipal, sendo possível inferir que agiram no mero exercício de suas funções enquanto gestores municipais, aplicando-se o que prevê o artigo 1º, § 3º, da Lei nº 8.429/1992, razão pela qual ausentes os requisitos para a configuração de ato de improbidade administrativa”. 

Ainda de acordo com o magistrado: 

"Restou reconhecido que não houve violação ou burla à realização de procedimento licitatório pelos requeridos e que não restou comprovada sua má-fé, bem como que também não há demonstração de que os requeridos teriam agido com dolo de obter proveito ou benefício para si ou para outrem, nem real e relevante lesividade ao bem jurídico tutelado a fim de que fossem sancionados pela Lei nº 8.429/19927, o que afasta a configuração de ato de improbidade administrativa previso no artigo 11, V, da referida lei. Destarte, em razão dos argumentos expostos, julgo improcedentes os pedidos formulados na inicial”. 

DEFESA 

Para o advogado André Borges, que defendeu o ex-prefeito e senador, a “sentença revela a qualidade do Judiciário estadual: atende com atenção as requisições do Ministério Público; mas não deixa de considerar, com imparcialidade e técnica, as alegações da defesa. Isso é o que anima os advogados a continuarem seus trabalhos”. 

Até o fechamento deste material, o MPMS, que pode discordar da decisão e recorrer, ainda não tinha se manifestado. Assim que isso ocorrer, a reportagem em questão será atualizada. 

 

 

Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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