Política

Bolsa estudantil

Lula sanciona política de bolsas para alunos de universidades federais

Nova legislação prevê a concessão de bolsas a estudantes de baixa renda das universidades federais, mas alguns detalhes cruciais, como os valores das bolsas, ainda são incertos

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei 14.914/2024, que institui a Política Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), nesta quinta-feira (4). A nova legislação prevê a concessão de bolsas a estudantes de baixa renda das universidades federais, mas alguns detalhes cruciais, como os valores das bolsas, ainda são incertos.

Dois dispositivos principais foram vetados: o que estipulava repasses proporcionais ao número de estudantes cotistas em cada instituição e o que fixava o valor mínimo do benefício em R$ 700. Segundo a presidência, esses pontos não consideravam as peculiaridades de cada unidade de ensino e poderiam impactar negativamente a operacionalização do programa.

Além disso, Lula destacou que para cumprir esses dispositivos, seria necessário comprovar que as novas despesas não afetariam as metas de resultados fiscais do país.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o programa distribuirá R$ 1,27 bilhão até o final de 2024 para ações de assistência estudantil nas universidades federais. O montante específico para cada instituição ainda será definido.

"A criação da Pnaes contribui para a democratização e melhoria das condições de permanência dos estudantes na educação pública federal, além de atuar para minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais, promovendo a inclusão social pela educação", afirmou a pasta liderada por Camilo Santana, em nota oficial.

Proposta pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), a Pnaes visa garantir a permanência dos estudantes de baixa renda nas instituições federais de ensino superior. O governo federal já possuía uma política similar, o Programa Nacional de Assistência Estudantil (também Pnaes), criado em 2010. A nova proposta visa atualizar e ampliar essa política.

Para acessar o benefício, o estudante deve atender a pelo menos um de sete requisitos, como ser egresso da rede pública de educação básica ou da rede privada como bolsista integral, pertencer a um grupo familiar em situação de vulnerabilidade socioeconômica, ou ser quilombola, indígena ou de comunidades tradicionais. Estes últimos devem receber o dobro dos demais alunos.

As instituições federais, devido à sua autonomia administrativa, definirão seus critérios e metodologias para conceder as bolsas.

Universidades enfrentam desafios para assistir alunos

As universidades federais enfrentam desafios para oferecer assistência a seus estudantes e esperam melhorias com a Pnaes, mas permanecem cautelosas.

A Universidade Federal de Goiás (UFG), por exemplo, opera atualmente com um orçamento de R$ 29 milhões para auxiliar alunos de baixa renda com bolsas de R$ 700. No entanto, a demanda reprimida é significativa, segundo a reitoria.

Os beneficiários da UFG são aqueles que recebem até um salário mínimo. A Pnaes amplia os critérios para contemplar mais estudantes, o que pode agravar a situação se não houver um aumento significativo nos repasses federais.

Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a maior federal do estado, a reitoria afirma que tem se esforçado para manter seu programa de bolsas, que varia de R$ 160 a R$ 746 conforme a vulnerabilidade do aluno.

"Mesmo com a redução do orçamento imposto às universidades públicas federais desde 2016, temos remanejado recursos para manter as ações de permanência existentes. No período, novas ações e reajustes de auxílios não foram possíveis de implementar", declarou a instituição.

A Unifesp observa que a Pnaes ainda necessita de regulamentações adicionais para sua plena efetivação e espera que recursos suficientes sejam alocados para a completa execução do programa.

*Com informações de Folhapress

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Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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