Política

COURRIER

Maioria dos "advogados do PCC" em MS é jovem e consolidada na carreira

Dos 11 defensores acusados de participação na facção, nove têm entre 20 e 40 anos; o mais velho também representa o Marcola

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Dos 11 advogados denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), por suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), nove atuam em Mato Grosso do Sul. 

Eles são relativamente jovens (a maioria entre 27 e 40 anos de idade), mas consolidados na profissão, tocam centenas de ações judiciais criminais por aqui e moram ou mantêm escritórios nos pedaços mais valiosos de Campo Grande.  

De acordo com a denúncia preparada no âmbito da Operação Courrier (correspondência, em francês), também conhecida como Sintonia dos Gravatas, os advogados conversavam com integrantes do PCC, presos ou soltos, por telefone, WhatsApp ou pessoalmente.

Alguns dos denunciados, segundo a polícia, até mexiam com dinheiro a mando da facção. E era deles também a missão de mandar recados de um “faccionado para outro”.  

Por essas razões, o Gaeco os denunciou pelos crimes de: organização criminosa, impedir ou embaraçar a investigação de infrações penais que envolvam organização criminosa, inclusive por plano de atentado contra membro do Ministério Público, bem como de outros do mesmo gênero eventualmente cometidos e cujas práticas sejam reveladas no curso da investigação.

Os advogados denunciados supostamente teriam favorecido a facção, que, mesmo de dentro da prisão, ordenava assassinatos, sequestros e ameaças. O PCC, segundo autoridades paulistas, tem hoje em torno de 30 mil associados.

A acusação tocada pelo Gaeco corre na 6ª Vara Criminal Residual da Comarca de Campo Grande. A reportagem quis conversar com as autoridades envolvidas no caso, mas, por seguir em sigilo, ninguém pode falar.  

JOVENS E ATUANTES

Entre os 11 advogados está Bruno Ghizzi, 30 anos, atualmente custodiado na diretoria de gestão do presídio militar estadual de Campo Grande. 

Ele nasceu em Presidente Bernardes, interior de São Paulo, e toca escritório em um centro empresarial situado na Avenida Afonso Pena, uma das vias mais importantes da capital sul-mato-grossense.

Ghizzi, segundo dados consultados por sites especializados em questões judiciais, seria um dos representantes do escritório Bruno Ghizzi e Advogados, com escritórios em Campo Grande e Presidente Prudente, interior de São Paulo. 

Essa empresa advocatícia toca em torno de 530 processos, muitos deles da capital sul-mato-grossense.

Ghizzi é filho de um defensor público de Campo Grande e surge na denúncia como um dos principais implicados com o PCC. Ele se juntou a Rodrigo Pereira da Silva Corrêa, servidor afastado do Fórum de Campo Grande.  

O então servidor deu senhas a Ghizzi, que passou a obter informações privilegiadas e sigilosas de processos com réus integrantes do PCC.

Caroline Almeida de Souza, nascida em 1981, campo-grandense, tem 40 anos de idade e também toca escritório na Avenida Afonso Pena. Ela, segundo consulta pela internet, atuaria em pelo menos 200 processos, a maioria deles em MS.

Cybele Bezerra da Silva, campo-grandense, 31 anos, atua em 91 processos, 83 dos quais na Justiça de MS e 7 pelo Brasil.

Gabriella Rolon Godoy, de 33 anos, também advogada campo-grandense, estaria tocando em torno de 190 processos, dos quais 160 em MS.

Inaiza Herradon Ferreira, nascida em Campo Grande, 40 anos, tem três endereços em que atuaria como advogada, um deles na cidade de Jaraguari, e está “atualmente custodiada no presídio de Campo Grande”.  

De acordo com a denúncia, os investigadores descobriram que ela trocou, por celular, em torno de três mil mensagens com presos do PCC.  

Janaína Faria Ramos Cândia Scaffa, também campo-grandense, tem 35 anos e, segundo pesquisa na internet, estaria mexendo em 80 processos, a maioria na Justiça Estadual.

Lucas Eric Ramires dos Santos, nascido em Porto Murtinho, cidade sul-mato-grossense situada na região de fronteira com o Paraguai. Tem 35 anos e mora em Campo Grande. Estaria agindo em 41 causas, 38 delas em Campo Grande.

Marco Antônio Arantes de Paiva, o mais velho entre os denunciados – tem 64 anos –, seu escritório de advocacia fica em São Paulo. Ele, diz a denúncia, é há 15 anos advogado de Marco Williams Herbas Camacho, o Marcola, ex-chefão do PCC.

Paula Tatiane Monezzi, advogada campo-grandense, 35 anos, que, segundo a denúncia, tem dois endereços profissionais na Capital – no Jardim Imá e no Bairro Amambaí. Ela está detida. Em nome dela como advogada, aparecem 489 processos, questões trabalhistas e outras ações que correm no Judiciário sul-mato-grossense.

O 10º advogado envolvido é Rafael Mennella, 62 anos, que mantém seu escritório em São Paulo. Toca 847 processos em território paulista e também no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Thais de Oliveira Caciano nasceu em Porto Velho, capital de Rondônia. Mora em Campo Grande e também está detida. Ela tem 27 anos e, em seu nome como advogada, aparecem 54 processos tocados no Judiciário de MS e no estado de Amazonas.

OAB ACOMPANHA

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Mato Grosso do Sul (OAB-MS), por meio de nota acerca da Operação Courrier, informou que criou uma comissão especial para acompanhar as investigações.

No comunicado, a OAB regional informou que o secretário-geral da entidade, Luiz Renê do Amaral, foi nomeado para presidir a comissão, acompanhado dos membros: conselheiros estaduais Caio Magno Duncan Couto, Aline Granzotto e Ildália Aguiar.

Ainda de acordo com a nota, a OAB-MS “sempre pautou-se pela ética profissional, não coadunando com qualquer conduta ilícita, ainda mais quando se refere à advocacia”.

O caso, diz a Ordem, “também será analisado pelo Tribunal de Ética e Disciplina, sempre obedecidos o contraditório e a ampla defesa”.

EM CAMPO GRANDE

Michelle Bolsonaro exalta Adriane Lopes e reforça valores de direita

Entre as falas, a ex-primeira-dama defendeu que família deve vir em primeiro lugar, pedindo para que as mulheres cuidassem de suas casas, de seus maridos e filhos

17/10/2024 17h29

Michelle Bolsonaro exalta Adriane Lopes e reforça valores de direita

Michelle Bolsonaro exalta Adriane Lopes e reforça valores de direita Marcelo Victor

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Durante o evento “Movimento Mulheres Conservadoras do Brasil”, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro discursou sobre pautas de direita, ressaltando o apoio para reeleição da atual prefeita, Adriane Lopes (PP), e destacando os feitos da gestão de seu marido, Jair Bolsonaro, durante a gestão presidencial anterior. 

Michelle defendeu pautas conservadoras, afirmando que a direita e ela, Adriane e a senadora Damares Alves irão sempre defender estes valores.

"Iremos sempre defender a vida desde a concepção, iremos dizer não às drogas, porque não tem nenhuma mamãe aqui feliz com o seu filho nas drogas, nós iremos continuar lutando pelas nossas liberdades religiosa, econômica e liberdade de expressão, nós precisamos de homens e mulheres fortes em Brasília, defendendo a nossa Constituição, defendendo a nossa democracia", disse Michelle em seu discurso.

Ao citar que no governo anterior foi criado o primeiro protocolo de epidermólise bolhosa, Michelle lembrou dos motivos de ter sido ativa na questão da saúde de crianças e adultos com surdez, antes mesmo de se tornar primeira-dama. 

“Três anos antes de ser primeira dama, eu abri a porta da minha casa pra gente ensinar a palavra de Deus para a comunidade surda do Rio de Janeiro. Porque apenas 1% se declara cristão por falta de acessibilidade nas igrejas, essa história mudou no Brasil. Hoje vocês conhecem a comunidade surda. Hoje vocês conhecem o profissional. Esse que tem o uniformezinho pretinho assim, que fica balançando as mãozinhas, eles não estão fazendo mímica, não. Eles estão levando informação. É uma língua reconhecida por uma lei. Essa é a diferença de uma mulher vocacionada. Essa é a diferença da mulher na política que tem um olhar especial para gestão, para saúde, para as famílias”, enfatizou.

Criticou também o atual governo ao questionar quais suas prioridades e informou que o Ministério Público Eleitoral do Rio Grande do Sul está atrás dela devido ao fato dela ter dito que o “outro lado mente, é cruel e faz parte de uma facção”.. 

Entre as falas, reforçou a pauta da família em primeiro lugar, pedindo para que as mulheres cuidassem mais de suas casas, de seus maridos e filhos, para que dessa forma, seja possível criar conexões afetivas afim de 

“A nossa família é o bem mais precioso. Não adianta a gente correr, ganhar o mundo e perder a nossa casa. Estamos aqui num projeto de nação. Não estamos aqui num projeto de poder como a extrema esquerda está”. 

Por fim, falou que a economia do país está se dissolvendo e exaltou Adriane Lopes, ressaltando que ao elegê-la, a Capital estaria mantendo seus valores.

“O nosso presidente Jair Messias Bolsonaro Deixou 55 bilhões no Caixa. Foi o primeiro presidente da história a deixar a Caixa no azul. Hoje nós estamos vendo o atual. Trans Governo passando de um trilhão o déficit, nós precisamos eleger a Adriane, dia 27. O presidente Bolsonaro voltará a governar essa nação em 2006. Nós precisamos nos unir numa corrente”.

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Política

Evento de mulheres conservadoras "põe fogo" entre esquerda e direita

A senadora Damares ao comentar sobre seu amor à Campo Grande, reforçou que a atual prefeita Adriane Lopes representa o verdadeiro conservadorismo, que são contrários às posições adotadas pela esquerda

17/10/2024 16h00

Evento de mulheres

Evento de mulheres "põe fogo" entre esquerda e direita Marcelo Victor

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A ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro chegou à Campo Grande na manhã desta quinta-feira (17), para participar do evento "Movimento Mulheres Conservadoras do Brasil", que tinha como objetivo unir mulheres, que buscam ampliar suas vozes e fortalecer o papel feminino na política.

Também participaram do evento a ex-ministra das Mulheres e senadora do Distrito Federal (DF), Damares Alves (PL); a primeira-dama de Mato Grosso do Sul, Mônica Riedel e a senadora por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP). A anfitriã do evento é a atual prefeita e candidata à reeleição, Adriane Lopes (PP), que esteve ao lado de sua vice, Camilla Nascimento.

Vale ressaltar que Bolsonaro e a esposa declararam apoio à candidata neste segundo turno. No primeiro turno, o apoio conservador foi para Beto Pereira (PSDB).

Durante os discursos, Damares comentou sobre o amor à Campo Grande e ao demonstrar apoio à Adriane Lopes, comentou que ela representa os verdadeiros conservadores de Mato Grosso do Sul, que estavam unidos naquele palco.

"A gente não faz aliança com a esquerda, não serve ao governo de esquerda, nós não nos humilhamos para a esquerda, uma esquerda que está conduzindo o Brasil do jeito que vocês estão vendo", reforçou. 

A senadora ainda criticou o governo atual ao citar que a bolsa disparou de ontem para hoje devido à possibilidade de retirarem as estatais do orçamento. Damares finalizou o discurso dizendo que acredita na vitória de um candidato à presidência com posicionamento político conservador nas eleições presidenciais de 2026.

Já a ex -primeira-dama iniciou sua fala com uma oração, pedindo para que todos os presentes dessem as mãos. Após o ato religioso, reforçou seu apoio a Adriane Lopes e frisou que o crescimento das mulheres na política é um resultado das mobilizações conservadoras pelo país. 

"Elegemos 15 vereadoras aqui no estado, duas vice-prefeitas e uma prefeita. Um aumento de 370% em relação às últimas eleições. Isso é um resultado muito positivo do nosso trabalho, de corrermos o Brasil falando sobre política com mulheres comuns, mulheres improváveis, que estão entendendo a política como uma ferramenta de transformação", disse.

A prefeita Adriane Lopes começou seu discurso relembrando sua carreira na política onde foi vice por duas vezes. 

"Eu era vice sim, fui eleita por duas vezes como vice. Mas é do saber de todos que vice não toma decisão administrativa, que vice não governa, vice trabalha, mas não decide os rumos da cidade. Quando eu me sento na cadeira, num período pós-pandêmico, crise na saúde mundial, com muitas dificuldades, mais de 300 obras paradas, com as finanças da prefeitura, uma prefeitura sem certidão, sem capacidade de investimentos, negativada, eu não reclamei. Eu trabalhei, fui para as ruas dessa cidade", disse, ressaltando que sua gestão foi focada na educação. 

Por fim, falou sobre o déficit de vagas em escolas municipais da Capital e reforçou seu compromisso em fazer com que Campo Grande se torne uma referência nacional.

"Não vou parar enquanto eu não conseguir colocar um ponto final nesse déficit. Vou terminar todas as obras inacabadas e paradas há mais de 20 anos nesta Capital".

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