A seis dias do fim da janela partidária, período em que é possível a desfiliação para mudança de legenda de vereadores sem que sejam punidos por infidelidade, 16 dos 29 parlamentares da Câmara Municipal de Campo Grande já trocaram de partido.
Conforme apuração do Correio do Estado, o número representa mais da metade dos vereadores da Casa de Leis ou, para ser mais preciso, 55% dos parlamentares, e esse porcentual pode aumentar, pois dois ainda estudam fazer a mudança de sigla.
Os 16 vereadores que já estão de partido novo são: Beto Avelar (PP), Delei Pinheiro (PP), Professor Riverton (PP), Valdir Gomes (PP), Marcos Tabosa (PP), Sandro Benites (PP), Tiago Vargas (PP), Papy (PSDB), Dr. Victor Rocha (PSDB), Zé da Farmácia (PSDB), William Maksoud (PSDB), Silvio Pitu (PSDB), Junior Coringa (MDB), Gilmar da Cruz (PSD) e Professor André Luis (PRD).
Além disso, de acordo com fontes ouvidas pela reportagem, os vereadores Coronel Villasanti (União Brasil) e Edu Miranda (PRD) estudam trocar as atuais legendas por PSDB e Avante, respectivamente, porém, as mudanças não são dadas como certas, principalmente no primeiro caso.
O correto é que, até agora, mais da metade da Câmara Municipal deixou o partido pelo qual foi eleita para tentar a reeleição por uma outra sigla, demonstrando um alto porcentual de infidelidade partidária, algo que já tinha sido adiantado pelo Correio do Estado desde o ano passado.
A reportagem levantou que PP e PSDB passam a ser os donos das maiores bancadas na Casa de Leis, com oito e sete parlamentares, respectivamente. No caso dos tucanos, o partido deixou de ter apenas dois vereadores – Claudinho Serra e Professor Juari – e passou a ter sete, com as chegadas de William Maksoud (ex-PTB), Zé da Farmácia (ex-Podemos), Dr. Victor Rocha (ex-PP), Papy (ex-Solidariedade) e Silvio Pitu (ex-PSD).
No caso dos progressistas, que perderam o Dr. Victor Rocha, ganharam o reforço dos vereadores Beto Avelar (ex-PSD), Sandro Benites (ex-PRD), Professor Riverton (ex-PSD), Valdir Gomes (ex-PSD), Delei Pinheiro (ex-PSD), Tabosa (ex-PTB) e Tiago Vargas (ex-PSD).
O MDB tornou-se a terceira maior bancada, com três vereadores, pois, além de Dr. Jamal e Dr. Loester, ganhou o reforço de Junior Coringa (ex-PSD), enquanto o Podemos continua com Ronilço Guerreiro e Clodoilson Pires, perdendo apenas Zé da Farmácia.
Também com dois parlamentares deve continuar o PT, com os vereadores Luiza Ribeiro e Ayrton Araújo, e o União Brasil tem apenas o Coronel Villasanti, mas pode perdê-lo para o PSDB, enquanto o PSD, que tinha a maior bancada da Casa de Leis, com oito parlamentares, passou a ter apenas Otávio Trad e deve receber Gilmar da Cruz (ex-Republicanos).
O Rede, que tinha o Professor André Luis, que se filiou ao PRD, ficou sem representante, enquanto o Republicanos ficou apenas com Betinho e o PSB ficou com Carlão. O Avante pode ganhar um representante, caso Edu Miranda realmente migre para o partido, porém, por enquanto, continua no PRD.
SEGUNDA CHANCE
O troca-troca partidário pode ser explicado pelo enfraquecimento do PSD após a derrota do ex-prefeito Marquinhos Trad na eleição para governador, em 2022, e o fortalecimento do PSDB e do PP com a vitória de Eduardo Riedel no mesmo pleito.
Além disso, o fato de Marquinhos Trad ter anunciado a saída da legenda, em razão da aproximação do irmão e presidente estadual do partido, senador Nelsinho Trad, do ninho tucano, terminou por destruir de vez a sigla.
Os vereadores perceberam essa mudança na balança de poder e trataram de buscar vagas no PP e no PSDB para garantir uma segunda chance para assegurar a reeleição no dia 6 de outubro.
No entanto, com o inchaço dos dois partidos, a garantia da reeleição pode subir no telhado e deixar de ser uma barbada para ser uma tremenda luta de titãs, da qual ninguém poderá prever o resultado.
O risco de que a disputa termine com nomes consagrados na política sem um lugar ao sol depois de os votos serem apurados cresceu exponencialmente com essa dança das cadeiras.





