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Manifestação do MST gera discussão entre deputados e sessão na Assembleia é suspensa

Parlamentares chegar a trocar ofensas e gritaria generalizada fez o presidente da Casa suspender a sessão por três minutos para acalmar os ânimos; Veja o vídeo

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A manifestação do Movimento Sem-Terra, que ocupou uma fazenda e bloqueou a BR-060 em Mato Grosso do Sul no domingo e segunda-feira, gerou uma confusão generalizada na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (29). Com deputados trocando ofensas e gritaria, o deputado Renato Câmara, que presidia a sessão, decidiu por suspendê-la por três minutos.

O assunto foi levado ao plenário pelo deputado Zeca do PT, que apresentou uma moção de repúdio a ação da Polícia Militar e aos que autorizaram a ação que retirou os manifestantes da área ocupada de uma propriedade rural de Dourados.

A confusão começou, porém, após fala do deputado Deputado Coronel David (PL), que apresentou uma nota de repúdio contra o Movimento Sem-Terra, pelo bloqueio da rodovia.

"Esta ação criminosa representa uma violação frontal do direito constitucional de ir e vir assegurado a todos os brasileiros. E esse bloqueio causou prejuízos de ordem econômica, social", disse.

Neste momento, o depuado João Henrique Catan (PL) pediu pela ordem e afirmou que gostaria de assinar junto a nota, ao que Zeca do PT se manifestou contrário pela forma como foi feito o pedido.

Neno Razuk (PL) também pediu para assinar junto e criticou a manifestação de Zeca, afirmando que sempre foi permitido pedir o aparte para assinar junto e que o movimento seria uma perseguição do PT com o PL. "Eu acho que é a iminência da derrota e por isso ele se sente dessa maneira", disse.

Ao retomar a palavra, Coronel David disse que, além da nota de repúdio, mandaria um ofício da Casa de Leis para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), solicitando que, em casos de bloqueio em rodovia federal, que seja permitido a atuação do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

A deputada Gleice Jane questionou se a proposta atenderia a situação de quando bolsonaristas foram as ruas e acamparam em frente aos quartéis. "A PM também poderia agir no sentido de atender a população?", questionou.

"A Polícia Militar não tem política, a PM sempre age pela legalidade, não somos um bando como a senhora quer se referir a minha instituição", respondeu David.

Zeca do PT pediu a palavra e disse que não houve legalidade no movimento bolsonarista. "Ficaram quatro meses acampados fazendo baderna, churrascada, enchendo o saco da população e a droga da polícia fez absolutamente nada porque não tinha ordem do governo do Estado".

Coronel David disse que não permitiria que a PM fosse chamada de droga. "Droga é esse partido que ele representa aqui, não admito que venha uma pessoa dizer que a Polícia Militar é uma droga, droga é o senhor".

Catan pediu a palavra novamente e, como muitos deputados já estavam usando o momento para a discussão, o 2º secretário, Pedro Kemp, pediu que o presidente da Casa negasse os pedidos pela ordem, pois o pequeno expediente é o momento para apresentar indicação, requerimento ou projeto de lei, enquanto os debates devem ocorrer no grande expediente.

No entanto, Renato Câmara assegurou a palavra a Catan. "O que não podemos é ter um debate aberto, com um falando e outro falando. Temos que entender que estamos no pequeno expediente, uma manifestação com mais profundidade deve ser feita no grande expediente", disse.

Após a manifestação de Catan, que defendeu o movimento bolsonarista no pós-eleição, Pedro Kemp também pediu a palavra, momento em que se iniciou uma gritaria generalizada entre os deputados, todos falando um por cima do outro e todos pedindo pela ordem para ter direito a palavra.

Com a confusão, Renato Câmara suspendeu a sessão por três minutos para recuperar a ordem. Os ânimos continuaram exaltados por alguns minutos, com deputados se aglomerando em frente ao presidente para acusar uns aos outros pela baderna.

No retorno, a sessão seguiu normalmente, com a votação de projetos que estavam na pauta do dia.

 

 

Política

Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal; internação ocorrerá no dia 24

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star

23/12/2025 14h56

Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira, 23, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja internado nesta quarta-feira, 24, e faça uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral.

Bolsonaro será internado no Hospital DF Star, que fica a menos de três quilômetros de onde o ex-presidente está preso desde 22 de novembro. Ainda não foi informado o horário da chegada do ex-chefe do Executivo no hospital e nem o início do procedimento cirúrgico, previsto para ocorrer no dia 25, feriado de Natal.

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star. O ministro não atendeu o pedido da defesa para visitas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL).

O ministro do STF determinou ainda medidas de segurança no hospital. Uma determinação é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado.

"A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital", diz um trecho da decisão.

O ministro proibiu a entrada de celulares e outros equipamentos eletrônicos, determinando apenas a entrada de equipamentos médicos no quarto que receberá o ex-presidente.

JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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