Política

Declaração

Mauro Cid diz que Bolsonaro recebeu, leu e pediu alterações na minuta do golpe

Cid é o primeiro réu no processo de tentativa de golpe interrogado pelo STF nesta segunda-feira, 9

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O tenente-coronel Mauro Cid reafirmou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu, leu e pediu alterações em uma minuta golpista para anular o resultado das eleições.

Cid é o primeiro réu no processo de tentativa de golpe interrogado pelo STF nesta segunda-feira, 9. Ele está sendo ouvido antes por ter fechado acordo de delação.

Segundo o ex-ajudante de ordens, Bolsonaro "enxugou" o documento, que inicialmente previa as prisões de diversas autoridades do Judiciário e do Congresso, como ministros do STF e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado.

"Ele de certa forma enxugou o documento. Basicamente retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor (Alexandre de Mores) ficaria como preso. O resto...", afirmou Mauro Cid.

Moraes brincou: "O resto foi conseguindo um habeas corpus."

Logo no início do depoimento, Cid foi questionado por Moraes se a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, era verdadeira. O tenente-coronel não respondeu objetivamente, mas declarou ter conhecimento dos planos golpistas. "Eu presenciei grande parte dos fatos, mas não participei".

Mauro Cid também negou ter sido pressionado ou coagido pelas autoridades competente ao prestar depoimentos no âmbito do acordo de colaboração premiada firmado no inquérito do golpe.

Cid foi questionado por Moraes sobre os áudios publicados pela revista Veja nos quais o militar e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro se queixava dos procedimentos da Polícia Federal (PF) e do próprio magistrado na condução das investigações.

"Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu. Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a ver", disse Cid nos áudios vazados.

Ao responder à pergunta de Moraes nesta segunda-feira, Cid afirmou que os áudios foram vazados sem o seu consentimento e se tratavam de "um desabafo de um momento difícil que eu e minha família estávamos passando". O tenente-coronel atestou diante de Bolsonaro e de outros delatados que "em nenhum momento houve pressão" da PF.

"O que houve é: eles tinham uma linha investigativa e eu tinha outra visão do que aconteceu dos fatos. Houve esse jogo de depoimentos e respostas e perguntas. E realmente um pouco da frustração do que eu estava contando não estar dentro da linha investigatória da Polícia Federal", afirmou.

Segundo Cid, as acusações foram feitas em um contexto de vazamento de informações dos seus familiares, dificuldades financeiras e destruição da sua carreira militar. "O que gerou uma crise pessoal, até mesmo psicológica, muito grande. O que nos leva a certos desabafos com amigos, com pessoas próximas, nada de maneira oficial, de maneira acusatória", disse.

"Nesses áudios realmente eu critico generais, critico políticos. Saio atirando para tudo quanto é lado. Uma maneira de desabafar aquele momento ruim que a família estava passando", completou.

O vazamento dos áudios deflagrou um crise em torno do inquérito do golpe. Os aliados de Bolsonaro passaram a cobrar a anulação da delação sob o argumento de que as informações prestadas não seriam legítimas pois teriam sido obtidas mediante coação. Em resposta na época, Moraes convocou Cid no STF para prestar novo depoimento no qual esclareceu as declarações do áudio vazado.

A reafirmação de que a delação foi feita de maneira voluntária e com consentimento desmantela um dos principais argumentos dos aliados de Bolsonaro contra o acordo.

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Política

Lula sanciona alta de 8% em salários do Jucidiário em 2026, mas veta reajuste em 2027 e 2028

Texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

22/12/2025 19h00

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva Agência Brasil

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou o reajuste para os servidores do Poder Judiciário em 2026, mas vetou o aumento dos salários nos tribunais em 2027 e 2028. O texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

O projeto aprovado pelo Congresso Nacional prevê reajuste de 8% nos salários do Judiciário a partir de julho de 2026. Lula vetou aumentos idênticos previstos para julho de 2027 e julho de 2028.

"Em que pese a boa intenção do legislador, a proposição legislativa contraria o interesse público ao estabelecer aumento da despesa com pessoal com parcelas a serem implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do Presidente da República, contrariando a vedação prevista no art. 21, caput, inciso IV, alínea b, da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal", justificou o Planalto.

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"Pé direito"

Gordinho do Bolsonaro pede boicote à Havaianas após comercial com Fernanda Torres

Deputado federal jogou chinelos no lixo e disse que irá passar virada do ano ouvindo Zezé de Camargo

22/12/2025 14h45

Foto: Divulgação

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Em polêmica que envolveu boa parte da direita, o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), conhecido como "Gordinho do Bolsonaro" pediu boicote à Havainas após a atriz Fernanda Torres estrelar a nova propaganda da marca"alfinetando" indiretamente o espectro bolsonarista.

Na propaganda, a atriz afirma aos espectadores que não deseja que eles comecem o próximo ano "com o pé direito", fator que revoltou o deputado, que fez questão de descartar os chinelos em uma lixeira, gravar a ação e postar em suas redes sociais.

"Passei a minha vida inteira usando chinelo havaianas, mas infelizmente como eu não vou poder virar 2026 com o pé direito, aqui em casa vai pro lixo, havainas aqui na minha casa não entra mais, e tem outra vou passar a virada escutando Zezé de Camargo", destacou Gordinho. 

Abaixo, a íntegra da propaganda estrelada pela atriz. 

"Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não é nada contra a sorte, mas vamos combinar: sorte não depende de você, depende de sorte. O que eu desejo é que você comece o ano novo com os dois pés. Os dois pés na porta, os dois pés na estrada, os dois pés na jaca, os dois pés onde você quiser. Vai com tudo, de corpo e alma, da cabeça aos pés. Havaianas, todo mundo usa, todo mundo ama", diz Fernanda, no comercial.

Vale destacar que o comercial gerou polêmica com outros políticos da direita. O "jogo de palavras" com a conhecida expressão popular significou, para Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), entre outros, uma indireta ao espectro político da direita.

"Eu achava que isso aqui era um símbolo nacional. Já vi muito gringo com essa bandeirinha do Brasil no pé, só que eu me enganei, disse Eduardo, antes de qualificar Fernanda Torres como alguém 'declaradamente de esquerda'", disse em suas redes sociais.

Até a publicação desta matéria, a declaração do deputado conta com 155 mil curtidas e mais de 15 mil comentários. 

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