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Moção de repúdio à Bolívia provoca polêmica

Moção de repúdio à Bolívia provoca polêmica

AGÊNCIA CÂMARA

23/06/2011 - 14h22
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Preocupados com a possível legalização de carros brasileiros roubados e receptados na Bolívia, parlamentares da oposição pressionam o governo contra a decisão do presidente boliviano, Evo Morales, de regularizar a situação dos carros que circulam sem documentos no País.

O tema deve ser discutido na próxima semana, quando está prevista a votação de uma moção de repúdio ao governo da Bolívia por conta da iniciativa de Morales. Na terça-feira (21), o presidente da Câmara, deputado Marco Maia, disse que colocaria a moção de repúdio em pauta e avaliou que se trata de um texto “meritório”.

Autor da moção, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) critica a omissão do Itamaraty sobre a medida tomada por Morales e defende que o Congresso marque posição contra a legalização de carros de brasileiros roubados. Ele acredita que o texto deve ser votado na próxima quarta-feira (29).

“Não se trata de retaliação, mas é uma questão de afirmação do Parlamento contra uma iniciativa que encarece o seguro e gera insegurança aos cidadãos que compram carro com sacrifício e sabem que ele pode ser levado sem risco de devolução. É uma afronta ao Brasil”, criticou Mendonça Filho. Segundo ele, apesar de polêmica, a moção de repúdio tem apoio de líderes da base governista.

Prazo e taxas
Morales promulgou no dia 9 de junho uma lei que dá prazo de 15 dias para o registro dos carros sem documentação, com o pagamento de taxas entre R$ 3,2 mil e R$ 4,7 mil. O governo boliviano rechaçou a acusação de que vai legalizar veículos roubados ou receptados.

Deputados do DEM e do PSDB apresentaram desde então uma série de requerimentos cobrando posicionamento de vários ministros e pedindo que o debate seja trazido ao Congresso, por meio de audiências públicas.

O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) apresentou três requerimentos para obter informações dos ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota; da Defesa, Nelson Jobim; e da Justiça, José Eduardo Cardozo. Os requerimentos serão analisados pela Mesa da Câmara, que decide pela procedência ou não do pedido.

Mendes Thame quer saber, por exemplo, qual é a avaliação dos ministérios sobre a legalização dos veículos na Bolívia e o impacto estimado pelas polícias com a implantação da norma. O deputado também critica a falta de posicionamento do governo brasileiro.

“Nós estamos pagando um preço exorbitante por essa inépcia do governo, já que até agora não houve nenhuma manifestação sequer sobre isso”, disse.

Acordo para repatriação
Ex-presidente do Parlamento do Mercosul, o deputado Dr. Rosinha (PT-PR) chamou de “oportunistas” as iniciativas do DEM e do PSDB. “Tem deputado que quer fazer política externa sem saber de quem é o galo e onde ele está cantando”, ironizou, dizendo que não acredita na aprovação da moção de repúdio.

Rosinha disse que há um acordo entre Brasil e Bolívia que vai impedir a regularização de carros oriundos do território brasileiro.

“Na proposta da Bolívia, não é simplesmente chegar com veiculo e dizer que vai legalizar, há que provar a origem. O problema é que os carros que lá circulam são, na maioria, de segunda mão, vindos da Ásia. Esse é o foco”, explicou Rosinha. Ele assegurou que, verificada a origem brasileira do carro, ele será devolvido.

Segundo informação divulgada na quarta-feira (22) pelas autoridades alfandegárias da Bolívia, o país vizinho aguarda apenas que o Brasil entregue às autoridades bolivianas um documento listando os carros roubados para que sejam repatriados carros, motos e caminhões ilegais que possam estar no território boliviano.

Sem efeito prático
Mendonça Filho, no entanto, avalia que essa iniciativa da Bolívia não terá efeitos práticos, já que os carros roubados que cruzam a fronteira têm placas e chassis adulterados pelos ladrões exatamente para evitar essa identificação.

Segundo ele, a aproximação ideológica com Evo Morales leva o governo a tolerar as iniciativas do governo boliviano. “O problema é que eles atuam na concepção de que o que mais vale é a ideologia e os companheiros socialistas do que a defesa dos interesses do País”, criticou.

Além dos requerimentos de Mendes Thame e Mendonça Filho, também tramitam na Câmara proposta do presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que cobra esclarecimentos do Itamaraty sobre a decisão de Morales; e um pedido do deputado delegado Waldir (PSDB-GO) para a realização de audiência pública com os embaixadores da Bolívia e do Paraguai.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

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