Política

ELEIÇÕES

Na Justiça, Harfouche consegue provar tempo de serviço para aposentadoria

Questão estava colocando em risco o ingresso do procurador de Justiça na corrida eleitoral deste ano para o Senado

Continue lendo...

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) proferiu decisão validando tempo de serviço para que o promotor de Justiça Sérgio Harfouche seja dado como aposentado. 

O magistrado, que pretende deixar seu vínculo direto com o Ministério Público para concorrer ao Senado, impetrou mandado de segurança contra a Agência de Previdência Social de Mato Grosso do Sul (Ageprev) para que fosse reconhecida a ilegalidade na exigência de comprovação de recolhimento previdenciário.

Desta forma, com decisão favorável, o tempo de estágio, bem como o período em que atuou como advogado na iniciativa privada serão contabilizados para fins de contagem de prazo para aposentadoria, isso tudo independentemente do recolhimento das contribuições ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

De acordo com o que foi relatado nos autos, embora já trabalhasse, não houve recolhimento por ausência de exigência neste sentido na época. Harfouche foi advogado entre outubro de 1989 e março de 1993, além de ter estagiado de março de 1987 a março de 1988.  

Segundo o relator do caso, desembargador Divoncir Schreiner Maran, a atuação do juiz ficou comprovada, como mostra certidão anexada ao processo e inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), sendo assim, “da ausência de comprovação acerca do recolhimento da respectiva contribuição previdenciária, certo é que tal requisito não era exigido pela legislação vigente na época dos fatos como condição de tempo de serviço”.

Tal comprovação foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro com a Emenda Constitucional nº 20/98, “a qual, por obediência ao postulado da legalidade e do direito adquirido, não pode retroagir para alcançar situações consolidadas em tempo anterior ao seu advento”, ou seja, “o período de estágio e advocacia exercido pelo impetrante ocorreu antes da citada inovação legislativa”, completou Divoncir. 

Além disso, o relator, que teve seu voto acompanhado por todos os outros integrantes do colegiado, destacou que casos semelhantes já foram colocados em julgamento pela corte e tiveram o mesmo desfecho.  

Impasse

No início do mês, o juiz eleitoral Carlos Alberto Garcete determinou investigação após surgir desencontro de informações prestadas por Harfouche em sua filiação ao Avante. 

Isso porque ele alegou ser promotor de Justiça aposentado, mas, conforme Garcete, ainda estaria ativo no MPMS. Entre as funções que exigem aposentadoria para ingressar em carreira política estão membros do MP.

O magistrado apontou que houve pedido de aposentadoria voluntária, porém sem sucesso. Sendo assim, até aquele momento, Harfouche não se enquadrava como aposentado. 

“Se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de assentamentos de registro civil, a pena é agravada”.

Política

Harfouche entrou para a vida política em 2018 pelo PSC que, nas eleições, aliou-se ao MDB. Quando o ex-governador André Puccinelli (MDB) foi preso, às vésperas do início da campanha eleitoral, o promotor chegou a ser cogitado para substituí-lo na corrida pelo comando do Estado, mas a senadora Simone Tebet (MDB) acabou sendo anunciada.

Duas semanas depois, ela desistiu. O então deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), Junior Mochi (MDB), foi o candidato. 

Agora, o promotor quer disputar uma vaga ao Senado ou à Câmara Federal, porém, diante do imbróglio, os planos estavam estagnados.

Relator citou Lei Orgânica do MP

A Lei Orgânica do Ministério Público Lei nº 8.625/93 prevê de forma expressa a possibilidade de contagem do tempo de exercício na advocacia para efeitos de aposentadoria, disponibilidade e adicionais por tempo de serviço.  

Diz o artigo 50 que, além dos vencimentos, poderão ser outorgadas, a membro do Ministério Público, nos termos da lei, as seguintes vantagens: Computar-se-á, para efeito de aposentadoria, disponibilidade e adicionais por tempo de serviço, o tempo de exercício da advocacia, até o máximo de 15 anos.

Cronologia

 Formou-se em Direito pelo Centro Universitário da Grande Dourados. Foi professor de pós-graduação em universidade privada.

1992> Sérgio Harfouche ingressou no Ministério Público Estadual (MPMS) para atuar no direito da infância.

2009 > Assumiu a titularidade da 27ª Promotoria de Infância e Juventude de Campo Grande-MS.

2017 > Foi promovido a procurador de Justiça, por critério de antiguidade. Em seguida, assumiu a 23ª Procuradoria de Justiça Criminal.

2018> Licenciou-se do cargo para disputar sua primeira eleição, filiando-se ao Partido Social Cristão (PSC). Na ocasião, colocou-se à disposição para concorrer ao governo do Estado em chapa encabeçada pelo MDB. Diante da escolha de Simone Tebet para assumir o posto, acabou se candidatando ao Senado e ficou em sexto lugar.

2020 > Harfouche se candidatou à Prefeitura de Campo Grande, mas teve a candidatura indeferida. Às vésperas da eleição, ele conseguiu decisão que o fez disputar sub judice, mesmo com o impasse, ele ficou em segundo lugar, com pouco mais de 8%, mas, por fim, a Justiça Eleitoral manteve o indeferimento. Ele tinha como vice o então vereador André Salineiro.

2022 > Em entrevista ao Correio do Estado, no início deste mês, o promotor disse ser pré-candidato ao Senado, pelo Avante, com o apoio da pré-candidata ao governo do Estado Rose Modesto, do União Brasil

Política

Lula sanciona alta de 8% em salários do Jucidiário em 2026, mas veta reajuste em 2027 e 2028

Texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

22/12/2025 19h00

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva Agência Brasil

Continue Lendo...

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou o reajuste para os servidores do Poder Judiciário em 2026, mas vetou o aumento dos salários nos tribunais em 2027 e 2028. O texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

O projeto aprovado pelo Congresso Nacional prevê reajuste de 8% nos salários do Judiciário a partir de julho de 2026. Lula vetou aumentos idênticos previstos para julho de 2027 e julho de 2028.

"Em que pese a boa intenção do legislador, a proposição legislativa contraria o interesse público ao estabelecer aumento da despesa com pessoal com parcelas a serem implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do Presidente da República, contrariando a vedação prevista no art. 21, caput, inciso IV, alínea b, da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal", justificou o Planalto.

Assine o Correio do Estado 

"Pé direito"

Gordinho do Bolsonaro pede boicote à Havaianas após comercial com Fernanda Torres

Deputado federal jogou chinelos no lixo e disse que irá passar virada do ano ouvindo Zezé de Camargo

22/12/2025 14h45

Foto: Divulgação

Continue Lendo...

Em polêmica que envolveu boa parte da direita, o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), conhecido como "Gordinho do Bolsonaro" pediu boicote à Havainas após a atriz Fernanda Torres estrelar a nova propaganda da marca"alfinetando" indiretamente o espectro bolsonarista.

Na propaganda, a atriz afirma aos espectadores que não deseja que eles comecem o próximo ano "com o pé direito", fator que revoltou o deputado, que fez questão de descartar os chinelos em uma lixeira, gravar a ação e postar em suas redes sociais.

"Passei a minha vida inteira usando chinelo havaianas, mas infelizmente como eu não vou poder virar 2026 com o pé direito, aqui em casa vai pro lixo, havainas aqui na minha casa não entra mais, e tem outra vou passar a virada escutando Zezé de Camargo", destacou Gordinho. 

Abaixo, a íntegra da propaganda estrelada pela atriz. 

"Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não é nada contra a sorte, mas vamos combinar: sorte não depende de você, depende de sorte. O que eu desejo é que você comece o ano novo com os dois pés. Os dois pés na porta, os dois pés na estrada, os dois pés na jaca, os dois pés onde você quiser. Vai com tudo, de corpo e alma, da cabeça aos pés. Havaianas, todo mundo usa, todo mundo ama", diz Fernanda, no comercial.

Vale destacar que o comercial gerou polêmica com outros políticos da direita. O "jogo de palavras" com a conhecida expressão popular significou, para Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), entre outros, uma indireta ao espectro político da direita.

"Eu achava que isso aqui era um símbolo nacional. Já vi muito gringo com essa bandeirinha do Brasil no pé, só que eu me enganei, disse Eduardo, antes de qualificar Fernanda Torres como alguém 'declaradamente de esquerda'", disse em suas redes sociais.

Até a publicação desta matéria, a declaração do deputado conta com 155 mil curtidas e mais de 15 mil comentários. 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).