Política

ENTREVISTA

"O Legislativo é um Poder independente, mas os Poderes podem ser harmônicos também"

Ainda durante a entrevista, Carlão revelou que pretende sair candidato a deputado federal nas eleições gerais de 2026 para ajudar a fortalecer o PSB na Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, concedeu uma entrevista exclusiva ao Correio do Estado e fez um balanço do seu último ano à frente da Casa de Leis. 

Ele revelou que espera fazer o seu sucessor para o cargo, que, no caso, seria o vereador Papy (PSDB). Além disso, comentou sobre a campanha de reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP) e a respeito dos gargalos do município. 

Carlão também revelou que, em 2026, vai sair candidato a deputado federal para reforçar o PSB na Câmara dos Deputados. 

“A gente tem que pegar mais ex-prefeitos e ex-vereadores do interior para a gente fazer uma chapa forte e, dessa forma, eleger um deputado federal”, declarou.

O vereador ainda deu conselhos para os parlamentares de primeiro mandato: “Pela experiência que eu tenho, gostaria de dizer aos vereadores de primeiro mandato que eles têm de trabalhar sempre com um mandato de entrega e que chega até as pessoas”. Confira a seguir.

Qual o balanço que o senhor faz desse último ano como presidente da Câmara Municipal de Campo Grande?

Olha, neste último ano, como presidente, nós implantamos a TV Câmara e o painel digital. Também chamamos mais cinco pessoas que participaram do concurso, que estavam aptas a serem convocadas. Fizemos ainda várias audiências públicas, discutindo todos os temas inerentes à sociedade campo-grandense. Tivemos uma participação ativa nas indicações e fizemos em torno de 9 mil indicações, entre ofícios, indicações e pedidos para atender à sociedade de Campo Grande.

Além disso, organizamos também a Câmara para disputar as eleições municipais deste ano sem ter nenhum problema com a Justiça Eleitoral. Enfim, foi um ano de realizações em que a Casa de Leis participou ativamente de algumas ações e reivindicações perante o Poder Executivo. Das nossas emendas, 40% foram liberadas e atendidas em prol da sociedade.

Então, o balanço que eu faço de 2024 é um balanço muito bom. Poderia ser ótimo? Poderia ser ótimo, mas algumas coisas dependem do Executivo, mas a Câmara, como um todo, esteve à frente de todos os debates, participou ativamente da fiscalização através de requerimentos, pedidos, ofícios e também fez as indicações e leis. São vários projetos de leis aprovados para atender à sociedade, portanto, o balanço que eu faço é um balanço muito bom, um balanço quase ótimo das atividades do Legislativo.
 

O senhor acredita que até a semana que vem a questão da sua sucessão na Casa de Leis estará resolvida?

A sucessão da presidência da Câmara Municipal depende muito dos vereadores. A maioria já entendeu que o vereador Papy [PSDB] é o melhor nome. E é uma pessoa que vai dar a governabilidade necessária que o Executivo precisa, mas não abrindo mão da independência da Casa de Leis. O Legislativo é um Poder independente, mas os Poderes podem ser harmônicos também, buscando sempre a harmonia para chegar ao mandato de entrega, ao mandato de realizações, para atender a sociedade.

Portanto, eu acredito que, aos poucos, o Papy está consolidado como presidente. Não é o presidente de partido, de um ou de outro, mas o presidente de todos. Vamos fazer, vou torcer para ser chapa única e o Papy vai fazer uma boa gestão, vai cuidar do Legislativo e vai também dar uma atenção especial aos projetos que forem de interesse da sociedade e sempre abrindo para o debate e para o diálogo. Eu estou apoiando o Papy e, com certeza absoluta, nós vamos ganhar essa eleição da mesa.

Como foi a sua reeleição para vereador? Foi mais complicada do que nos pleitos anteriores?

A minha reeleição foi tranquila. Eu fiquei 12 dias sem poder fazer reuniões, porque tive um problema de saúde. Tinha mais de 30 reuniões marcadas e tive de adiar, devido a esse problema de saúde. Entretanto, foi um trabalho consolidado que nós tivemos aí durante os quatro anos.

A minha candidatura já é, pela segunda vez, uma das mais votadas da Câmara. Na eleição de 2020, por exemplo, eu perdi para o vereador Thiago Vargas [PP], que veio como o novo e foi o mais votado. E agora eu perdi para o Marcos Trad [PDT], que foi deputado estadual e duas vezes prefeito de Campo Grande, e para o Rafael Tavares [PL], que era ex-deputado estadual e foi cassado recentemente.

Porém, mais de 12 vereadores candidatos, dos 28 vereadores que saíram à reeleição, eu fui o mais votado pela segunda vez, 2020 e 2024. Então, foi uma eleição tranquila, e eu deixei para a população julgar o nosso trabalho. Os eleitores julgaram positivamente, nos dando o quinto mandato e a terceira posição no ranking dos eleitos.

Reeleito para mais quatro anos, quais são os seus projetos?

O nosso projeto é sempre estar ao lado da sociedade e fazer com que realmente termine essas obras paradas, bem como fazer com que os serviços públicos cheguem até a sociedade, principalmente nas áreas da saúde e assistência social. E eu vou estar ali cobrando, reivindicando, para que o nosso mandato seja melhor do que o atual em termos de resultado. Com certeza absoluta, o quinto mandato será melhor do que o quarto.

Qual a avaliação que o senhor faz sobre a reeleição da prefeita Adriane Lopes?

Sobre a reeleição da Adriane Lopes [PP], ela pegou o mandato em andamento e, no seu último ano, agora, 2024, deu uma aprimorada, principalmente na atenção básica dos serviços públicos, tipo recapeamento das ruas asfaltadas, atendeu bem aquela questão da favela do Mandela. Ela ainda estava andando bastante, enfrentando aquela questão da Avenida Ernesto Geisel, entre outros temas.

Além disso, o candidato Beto Pereira [PSDB] foi muito mal no primeiro turno e, no segundo, a candidata Rose Modesto [União Brasil] perdeu a mão ao começar a atacar Adriane. Já a prefeita demonstrou para a população que estava querendo trabalhar e, aí, o povo de Campo Grande deu esse voto de confiança, permitindo que a Adriane administre a cidade por mais quatro anos.

Ela demonstrou credibilidade de que realmente vai desenvolver o que prometeu. Mas uma das coisas mais importantes que ela ganhou no segundo turno foi a parceria do governador Eduardo Riedel [PSDB] e, somando com a força da senadora Tereza Cristina [PP], deixou a reeleição dela praticamente encaminhada. 

Para o senhor, quais são os gargalos que precisam ser solucionados em Campo Grande?

O maior gargalo que eu vejo para a Prefeitura de Campo Grande resolver é essa questão da saúde pública, principalmente a parte dos exames médicos, da atenção básica e da falta de leito hospitalar. Hoje, nós temos várias pessoas que ficam de seis a sete dias nos postos de saúde aguardando vaga em uma Unidade de Tratamento Intensivo [UTI] ou em um Centro de Tratamento Intensivo [CTI], e todos sabem que um infarto ou um acidente vascular cerebral [AVC] não esperam.

Se a pessoa não for socorrida rapidamente, ela perde a vida ou fica com sequelas para o resto da vida. Por isso, na minha opinião, a saúde pública é o principal gargalo da nossa cidade. Na habitação popular, nós também precisamos melhorar, pois há vários anos não entregamos mais moradias para a população mais carente.

Além disso, na área social, o centro de Campo Grande está cheio de moradores em situação de rua e, para isso, teremos de encontrar uma solução. A respeito das obras paradas na parte de infraestrutura urbana, nós temos de melhorar muita coisa e, aí, a Câmara tem de ajudar a prefeita, que tem bons projetos e está preocupada com isso. Por isso, o que depender da Câmara e do vereador Carlão, a gente vai estar junto.

Qual a opinião do senhor a respeito do papel da Câmara Municipal neste segundo mandato da prefeita Adriane Lopes?

Olha, o papel da Câmara é importante, pois o Poder Legislativo não pode abrir mão das suas prerrogativas, mas tem que, com a prefeita Adriane Lopes, com o Poder Executivo, ajudar a solucionar os problemas da cidade. Campo Grande tem problemas gravíssimos, como as enchentes, as obras paradas, a saúde, a área social e a infraestrutura urbana nos bairros. Nós temos aí a manutenção das praças, das ruas e dos parques. Eu penso que a Câmara tem que estar ativamente cobrando e ajudando a solucionar esses problemas.

Em 2026, teremos mais uma eleição. O senhor pretende sair candidato a deputado federal ou estadual?

Nas eleições de 2026, eu pretendo sair candidato a deputado federal. Se o partido precisar de mim, eu estou pronto para disputar a eleição para deputado federal e ajudar a legenda a crescer e ter uma bancada federal mais forte. E nós vamos organizar uma chapa para isso, pois temos que ter nove candidatos fortes, incluindo do interior. O PSB já tem o Chicão Viana, que é vereador em Corumbá também e pretende sair candidato. A gente tem que pegar mais ex-prefeitos e ex-vereadores do interior para a gente fazer uma chapa forte e, dessa forma, eleger um deputado federal.

Qual o conselho que o senhor deixa para os vereadores eleitos para o primeiro mandato?

Pela experiência que eu tenho, gostaria de dizer aos vereadores de primeiro mandato que eles têm de trabalhar sempre com um mandato de entrega e que chega até as pessoas. Eles têm de ser o despachante dos problemas da sociedade, sejam eles em nível municipal, estadual e até federal. Então, eu penso que os vereadores novatos precisam ser aquele elo entre o povo e o Poder Executivo.

Agora, o conselho que eu dou para eles é sempre construir. Se forem da base da prefeita, precisarão mostrar resultados, se forem oposição, que façam uma oposição construtiva, mas nunca abandonem as próprias bases, nunca abandonem os parceiros e sempre trabalhem em prol da cidade, não de um único grupo.

Para finalizar, o senhor acredita que os próximos anos serão de pleno desenvolvimento para Campo Grande?

Eu penso que, se fizer um ajuste na máquina administrativa e a política financeira nacional e estadual ajudar, fazendo com que o nosso PIB [Produto Interno Bruto] apresente um crescimento, Campo Grande pode voltar a se desenvolver e a crescer.

As cidades do entorno de Campo Grande estão crescendo bastante, como Sidrolândia e Ribas do Rio Pardo, e a nossa Capital precisa que em 2025 retome o pleno desenvolvimento.

Agora, precisamos que a prefeita enxugue a máquina administrativa e faça parcerias com o governo do Estado e com a União para que tenhamos grandes obras para impactar economicamente o nosso município, tipo o macroanel rodoviário, os viadutos necessários, mais casas populares e uma boa lei de atração de investimentos privados, para que novas empresas venham para Campo Grande, gerando mais emprego e renda. Eu acredito que Campo Grande volta a crescer e se desenvolver bem forte mesmo, estou muito esperançoso, confiante e otimista.

Perfil - Carlos Augusto Borges

Natural de Pedro Gomes (MS), onde passou parte de sua infância e adolescência, Carlão mudou-se para Campo Grande no fim dos anos 1970 e iniciou sua luta em favor dos movimentos populares. Casado, pai de três filhos, ele foi morador do Jardim Campo Verde (antigo corredor do Bairro Nova Lima), por mais de 30 anos. Atualmente, mora no Coronel Antonino e está em seu quarto mandato como vereador.

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CAMPO GRANDE

Vereadores da Capital discutem emendas com bancada federal

Sob a presidência de Papy, os vereadores já se reuniram com três senadores e três deputados federais da bancada de Mato Grosso do Sul

13/01/2025 08h00

Vereadores de Campo Grande durante reunião com a senadora Tereza Cristina (PP)

Vereadores de Campo Grande durante reunião com a senadora Tereza Cristina (PP) Foto: Divulgação

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Na semana passada, a Câmara Municipal de Campo Grande recebeu uma verdadeira peregrinação de senadores e deputados federais para dar boas-vindas à nova composição da Mesa Diretora da Casa de Leis, presidida pelo vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), o Papy, e também para alinhar a destinação de emendas federais para o município.

Com início na segunda-feira (6/1) e término na tarde de sábado (11/1), os vereadores receberam os deputados federais Vander Loubet (PT), Beto Pereira (PSDB) e Camila Jara (PT) e os senadores Nelsinho Trad (PSD), Soraya Thronicke (Podemos) e Tereza Cristina (PP).

Na prática, a nova gestão da Câmara Municipal demonstrou que busca o protagonismo junto à bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso na hora da definição das emendas federais para Campo Grande.
Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o presidente Papy explicou que, no princípio, o que era para ser apenas uma visita de cortesia dos parlamentares federais acabou se transformando em uma reunião para alinhar futuros investimentos para o desenvolvimento de Campo Grande. 

“Eram visitas de cortesia, mas acabaram virando reuniões entre os senadores e deputados federais com os vereadores para tratar da destinação de emendas da bancada federal para a nossa Capital. Tanto os nossos parlamentares federais quanto nós vereadores temos o desejo em comum de aprimorar essa destinação de recursos para o município”, reforçou Papy.

O presidente da Câmara Municipal detalhou que ficou subentendido que, na hora da destinação dos recursos frutos de emendas individuais e da bancada federal para Campo Grande, a Casa de Leis contribuirá com o suporte de acompanhar a devida aplicação desse dinheiro para o seu destino final. 

“Principalmente as emendas individuais ficam meio que à deriva quando são destinadas para Campo Grande e, nós, os vereadores, nos colocamos à disposição para ficarmos vinculados com os senadores e deputados federais para acompanhar a devida aplicação dos recursos encaminhados”, explicou.

Nesse sentido, Papy adiantou para o Correio do Estado que, no dia 27, a Câmara Municipal terá uma reunião com toda a bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso para bater o martelo nessa parceria política. 

“Nós queremos participar do debate para a definição dos projetos que os senadores e os deputados federais pretendem investir em Campo Grande por meio de emendas. O importante é que os vereadores fiquem vinculados com as emendas”, argumentou.

SENADORES

O primeiro dos três senadores a visitar a Câmara Municipal de Campo Grande foi Nelsinho Trad, que buscou ampliar o diálogo e a participação da Casa de Leis nas discussões sobre os investimentos em Campo Grande. Um dos temas debatidos foi a possibilidade de sugestões dos vereadores nas definições sobre emendas para a Capital.

Ele afirmou que cada vereador poderá participar do diálogo e do entendimento dos investimentos de emendas direcionadas a Campo Grande.

“Destaco o aspecto municipalista de nossa atuação e, mais do que isso, valorizo o trabalho do Legislativo de Campo Grande, a nossa Capital. Vamos fazer com que a produtividade, através das emendas que vêm de Brasília [DF], não só do nosso gabinete como da bancada, possa também ser carimbada com a atuação de cada vereador”, ressaltou.

O senador afirmou ainda que seu gabinete está à disposição para o encontro, para as definições acerca dessa atuação.

“Todo vereador tem sua prioridade, na educação, na saúde, no esporte, na assistência social, na cultura ou infraestrutura”, disse o senador, ressaltando que, na reunião com a bancada federal, o vereador poderá apresentar sua demanda prioritária.

Já a segunda a visitar os vereadores foi a senadora Soraya Thronicke, atual coordenadora da bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso, que destacou a importância do vereador, por ter contato direto com a população, ter esse protagonismo em relação às emendas federais.

“São os vereadores que estão junto à população, sabem a necessidade de cada região. É preciso superar as dificuldades de interlocução, e acredito que, com a atual formação, com o presidente Papy liderando todos para o bem principal que nos une, que é o bem-estar da população campo-grandense, vai fazer com que os recursos que chegam a Campo Grande realmente sejam executados a contento, no prazo e na qualidade que nós merecemos”, disse.

Ela acrescentou a importância de reconhecer o protagonismo do Poder Legislativo na definição das emendas.

“É muito importante eles se entregarem conosco. Ninguém faz nada sozinho”, afirmou, complementando que são os parlamentares municipais que poderão apontar onde há necessidade de uma escola ou de uma Unidade de Pronto Atendimento Médico (UPA), por exemplo. “Política é feita com união de forças”, enfatizou.

“Todos falam a mesma linguagem: que Campo Grande precisa estar preparada para receber as emendas e a necessidade do vereador atuar ativamente na coordenação e no acompanhamento dessas emendas. Vamos receber toda a bancada para uma reunião de trabalho, em que vamos sair do discurso e ir para a prática”, afirmou o presidente da Câmara Municipal.

Também presente na reunião, o deputado estadual Pedro Caravina (PSDB), coordenador da Frente Parlamentar Municipalista da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), destacou a importância da parceria com o Legislativo estadual e federal.

“Já fui prefeito e sei que quando o Legislativo caminha próximo ao Executivo e outras esferas, como o parlamento estadual e a bancada federal, quem ganha é Campo Grande. Todos, independente de sigla partidária, estão empenhados em ajudar Campo Grande nas pautas em que a cidade precisa avançar, como saúde, mobilidade urbana e infraestrutura”, argumentou.

A terceira senadora a se encontrar com os vereadores foi Tereza Cristina, que também destacou o protagonismo na definição de emendas federais, destinando recursos para Campo Grande.

“Teremos emendas em que a Câmara será protagonista com a população de Campo Grande. Todos vão se reunir e vão avaliar a necessidade, seja de uma praça, de um campo de futebol, de um posto de saúde”, afirmou, exemplificando que podem ser feitas emendas coletivas, em nome dos vereadores, com projetos prioritários. “Vamos ajudar Campo Grande e a Câmara a ter protagonismo”, disse.

A senadora ressaltou o clima de otimismo com essa participação.

“Acabei de ouvir de todos os vereadores a satisfação por estarem participando com o vereador Papy desses encontros com a bancada federal, conversando e mostrando interesse em estarem cada dia mais próximos dos deputados e dos senadores, interagindo sobre os problemas de Campo Grande e ajudando a prefeita Adriane Lopes a conduzir Campo Grande”, disse a senadora, ressaltando o clima de harmonia.

O presidente Papy também fez uma avaliação positiva do bom relacionamento da bancada federal com a Câmara Municipal.

“Todos praticamente falaram o mesmo discurso, e temos a intenção de se relacionar melhor com a bancada federal, com o governo e as bancadas do Estado. Precisamos ter esse alinhamento, coordenar as ações, com objetivo único de que a emenda do parlamentar federal chegue a ser executada e entregue, entregar na ponta, com apoio e vínculo com o parlamentar municipal”, ressaltou.

O presidente salientou ainda que “é um jogo de ganha-ganha”, em que o parlamentar federal tem sua emenda executada bem-feita, o vereador estará acompanhando isso, entregando na sua base, e a população vai receber um equipamento de qualidade. 

DEPUTADOS FEDERAIS

Ex-coordenador da bancada federal do Estado no Congresso, o deputado federal Vander Loubet foi o primeiro a visitar o novo presidente da Câmara Municipal de Campo Grande e também sugeriu uma maior aproximação com a Casa de Leis. 

“Fui lá fazer uma visita para ele, de cortesia, para dar os parabéns pela vitória dele como presidente, pois não é fácil um jovem como ele, no segundo mandato de vereador, já chegar à presidência da Câmara Municipal. Falei para ele que essa transição que a gente está fazendo com novas lideranças é importante para a política”, disse ao Correio do Estado.

Vander lembrou que Papy foi eleito em uma frente muito ampla, o que foi muito positivo.

“A nova Mesa Diretora da Câmara Municipal conta com a maioria dos partidos que tiveram vereadores eleitos, inclusive, do PT, que ocupa a segunda-secretaria. Mas também propus para ele que a gente organize um café da manhã com toda a bancada federal na Câmara Municipal para puxar o protagonismo para a Casa na hora de definir os investimentos, tanto do governo do Estado quanto do governo federal”, salientou.

O deputado federal lembrou que Campo Grande conta com investimentos do Novo Programa de Aceleração de Crescimento (Novo PAC).

“Nós temos investimento das emendas parlamentares federais e de programas dos ministérios. Por isso, eu penso que é importante que cada partido, que as suas bancadas se apropriem disso, que sejam os Legislativos protagonistas desses investimentos todos”, projetou. 

Ele destacou que isso fortalece o Legislativo e também coloca os vereadores e os deputados como protagonistas, pois são eles que buscam correr atrás para viabilizar esses investimentos, tanto com o governador Eduardo Riedel (PSDB) quanto com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O deputado federal Beto Pereira também pensa da mesma forma.

“O Papy foi um dos principais apoiadores da minha chapa na corrida pela prefeitura municipal, e a vitória dele para a presidência da Câmara Municipal consolida a nossa parceria”, destacou.

Durante a visita, Beto conversou com outros vereadores, como Coringa (MDB), Landmark (PT) e Jean Ferreira (PT).

“As conversas foram pautadas pelo compromisso em trazer melhorias para a população da cidade. Manifestei o desejo de trabalhar em conjunto com a nova Mesa Diretora, ressaltando a importância de manter o diálogo. Acredito que a visita abriu espaço para discussão de projetos e para novas iniciativas que atendem às demandas da comunidade”, assegurou.

A última deputada federal a visitar a Casa de Leis foi Camila Jara, que também tratou sobre a ampliação da participação dos vereadores na destinação de emendas para garantir investimentos na Capital. 

“A Câmara Municipal é fundamental para que a gente consiga atender aos anseios da população. São os vereadores e vereadoras que recebem primeiro a demanda da população”, afirmou, colocando o seu gabinete à disposição para atender as demandas que chegam aos vereadores. 

“Precisamos das praças com infraestrutura, saber porque está faltando remédio no posto, para que a gente consiga fazer com que a democracia funcione e que os recursos cheguem na ponta para toda a população”, disse a deputada federal, complementado que “são os vereadores que andam no dia a dia na cidade, que estão conectados com a população e sabem qual a maior dor da população”.

“Nada mais justo que eles também consigam opinar e decidir onde destinar recursos”, acrescentou.

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CORUMBÁ

Vereador faz alerta e planta 1.405 mudas de árvores, mesmo número de votos que o elegeu

Campanha tem objetivo de reflorestar a cidade e também ajudar a diminuir a intensidade do calor através da arborização

12/01/2025 18h14

Vereador plantou árvores no mesmo quantitativo de votos que recebeu

Vereador plantou árvores no mesmo quantitativo de votos que recebeu Foto: Divulgação

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Em seu terceiro mandato, o vereador Chicão Viana (PSB), 42, tomou uma iniciativa neste domingo, 12, que movimentou Corumbá, cidade situada no coração do Pantanal que não tem um plano de arborização para reduzir a intensidade do calor, que chega a 45 graus, e melhorar a qualidade de vida das pessoas e do ambiente.

Com a ajuda de voluntários, ele iniciou o plantio de 1.405 mudas de árvores – o mesmo número de votos que recebeu em outubro.

Com a campanha “Renascer Corumbá”, Chicão chamou a atenção da população para a queda do índice de árvores plantadas na cidade e a falta de cuidados dos órgãos ambientais com a saúde das espécies que ainda resistem – reflexos do abandono da cidade nos últimos anos.

Segundo dados, o número de supressão mensal de árvores, solicitada pelos próprios moradores, é duas vezes mais a quantidade de plantios realizados pela prefeitura.

“É preciso uma política ambiental agressiva para reverter esse déficit, que impacta no clima”, cobrou o presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Ângelo Rabelo, que participou da abertura do ato liderado pelo vereador, na manhã de ontem, 12.

“A arborização influencia a temperatura em até 10 graus numa cidade, mas hoje uma sombra vale ouro em Corumbá. Aqui uma árvore tem que ser tratada como monumento, contudo, temos um passivo preocupante.”

Educação ambiental

Chicão aliou a campanha por uma cidade mais verde ao propósito de agradecer os votos por mais um mandato, recebendo apoio da prefeitura e de alguns parceiros fortes, como a mineradora LHG Mining Corumbá, que doou 200 mudas de espécies nativas.

“Uni minha gratidão a reeleição ao desejo da população por uma cidade mais arborizada, cuja iniciativa deve envolver a todos num grande movimento de conscientização ambiental”, propôs.

O plantio teve início na rua Joaquim Venceslau de Barros, uma via que margeia a antiga ferrovia que demanda à fronteira com a Bolívia, com a presença da vice-prefeita Bia Cavassa, moradores da região e outros voluntários, dentre os quais a presidente da Fundação de Meio Ambiente, Cristina de Arruda Ferreira Fleming.

Ela garantiu que a cidade terá um plano de recuperação arbórea, com replantio, permanente manutenção e ações de educação ambiental.

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