Política

DISPUTA NAS URNAS

Pauta econômica vai dominar discussão eleitoral neste ano

Aposta é que temáticas de "bons costumes" e anticorrupção tenham menor relevância

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As campanhas eleitorais de 2018, pleito que elegeu presidente do Brasil o candidato Jair Bolsonaro, então do PSL e hoje no PL, e reconduziu Reinaldo Azambuja, do PSDB, ao governo sul-mato-grossense, foram pautadas por temas polêmicos – controversos, até.

Vitoriosas ou não, a maioria das candidaturas adotou como mote de campanha programas anticorrupção, pautas baseadas em temas morais e de “bons costumes”, como ideologia de gênero, kit gay, armas para todos e redução da maioridade penal. Mas, em 2022, qual temática capaz de eleger os concorrentes deve dominar os planejamentos políticos? 

A aposta de quem está envolvido no meio e especialistas é que, em outubro, os discursos devem ser dominados por questões relacionadas à economia – tanto macro como micro –, que basicamente é falar sobre o dinheiro no bolso do cidadão e sua capacidade de se sustentar com ele.

“A pauta sobre economia será a mais forte durante as eleições gerais, tanto em nível nacional quanto local”, frisa o presidente regional do PV, ex-vereador e ex-candidato à Prefeitura de Campo Grande Marcelo Bluma. 

Engenheiro de formação, ele acredita que o desemprego em alta no País forçará que o tema saúde econômica seja central no debate.Ele destaca que, em viagem recente a São Paulo (SP), viu um número maior de ambulantes nas ruas, levando-o a crer que a queda do emprego formal seja o motivo dessa disparada da informalidade.

“Economia, emprego e dinheiro vão dominar. Em Campo Grande, notamos o crescimento do número de favelas, por exemplo”, afirma o dirigente partidário. Bluma disse ainda que não há como dissociar o mote da campanha em nível nacional do regional.  

“Hoje as pessoas acompanham o que fala o presidente, o senador, os deputados, o ministro, o que postam nas redes sociais. Antes, sabíamos o que acontecia por lá por meio dos órgãos de imprensa que cobriam a política nacional. Hoje é instantâneo: um deputado fala uma bobagem qualquer, e logo estamos comentando por aqui”, destaca Bluma.

Além dessa aposta do presidente do PV, a política também vai se guiar pelas boas e velhas pesquisas de opinião.

“O que posso dizer é que as pautas abordadas no processo eleitoral de 2022 serão aquelas que o povo demandar a partir de pesquisas socioeconômicas e qualitativas e que teremos um olhar muito apurado e pontual sobre as questões regionais mais urgentes”, sugere Gildo Andrade, marqueteiro político formado em administração e mestre em marketing.  

TEMAS ANTIGOS

Apesar da nova aposta na economia, Bluma opina que pautas que dominaram os debates eleitorais das últimas eleições gerais, em 2018, ainda que com “força menor”, como a anticorrupção e os chamados “bons costumes”, devem ter espaço garantido na campanha eleitoral deste ano.

“Pautas dos costumes devem ser defendidas principalmente pelo presidente [Bolsonaro, pré-candidato à reeleição]. A pauta anticorrupção deve ter seu espaço, mas não de forma esmagadora, como antes. Poucos candidatos devem trabalhar nesse sentido. Há uma expectativa da sociedade, e talvez o Moro [Sergio, ex-juiz e pré-candidato do Podemos] consiga capitalizar um pouco disso, embora o trabalho de desconstrução da imagem dele seja forte”, diz Bluma.

Já especificamente sobre as campanhas eleitorais em Mato Grosso do Sul, Bluma afirma que o foco do debate deve envolver um tema ligado ao que chamou de “continuísmo político”. No caso, o engenheiro afirma que o eleitor deve estar atento aos eventuais embates entre o provável candidato do governo, o secretário da Infraestrutura, Eduardo Riedel, e os rivais nas urnas.

“É um processo que deve ser difícil. Há candidatos que andaram abraçados [ao governo] nas eleições passadas. Agora surgiu um racha”, indica Bluma. “Há pré-candidatos que se afastaram do governo. O eleitor percebe isso. Na minha visão, a eleição estadual terá um componente do continuísmo”, ressalta à reportagem do Correio do Estado o dirigente do PV.

Entre pesquisas e apostas

Marqueteiros e dirigentes partidários quebram a cabeça para “desvendar” as demandas do povo e buscar atender, da melhor forma possível, ao discurso esperado por eles nesse período em que o debate sobre política, apesar do cunho eleitoral, se acirra e chega a um número maior de eleitores. 

Cada local tem suas especificidades, mas programas de governo devem ser montados a partir de temas considerados mais urgentes nacionalmente, como é o caso da pauta econômica.

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INVESTIGAÇÃO

Beto assina o pedido para prorrogação da CPMI do INSS por mais quatro meses

A comissão termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas poderá chegar até julho com a possibilidade de alongamento

20/12/2025 08h20

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS Waldemir Barreto/Agência Senado

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Em razão da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira e que resultou nas prisões de Romeu Antunes – filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS – e de Éric Fidelis – filho do ex-diretor de Benefícios do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) André Fidelis –, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve ser prorrogada por mais 120 dias.

A informação é do deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB), membro titular da CPMI do INSS, que assinou, na quinta-feira, o pedido de alongamento dos trabalhos, em função dos desdobramentos dos últimos dias.

“Assinei o pedido proposto pelo deputado federal Marcel van Hattem [Novo-RS] e acredito que a CPMI do INSS será prorrogada por mais 120 dias”, declarou.

O parlamentar explicou ao Correio do Estado que os novos fatos têm de ser fiscalizados pela Câmara dos Deputados e o Senado.

“Essa ação é necessária para que possamos desvendar e entregar à população o fim dos descontos aos aposentados e pensionistas de uma vez por todas”, pontuou.

Beto Pereira ainda apresentou o paradoxo de que o cidadão comum para aposentar enfrenta uma burocracia sem tamanho e para as empresas poderem aplicar descontos há uma facilidade sem precedentes. 

“Para aposentar é tão difícil, pois o trabalhador tem de apresentar tantos documentos, entretanto, para descontar é tão fácil, não precisa nem enfrentar nenhuma fila”, ironizou.

ASSINATURAS

A oposição ao governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já conseguiu obter o número mínimo de assinaturas para prorrogar os trabalhos da CPMI do INSS. Foram obtidas, até esta sexta-feira, as assinaturas de 175 deputados federais e 29 senadores.

Segundo o deputado Marcel van Hattem, não houve assinatura de petistas dessa vez. “Em menos de 24 horas conseguimos obter todas as assinaturas”, disse o parlamentar pelas redes sociais.

“Protocolamos esse requerimento ainda nesta sexta-feira, para que nós possamos submeter à leitura do presidente do Congresso Nacional para que os trabalhos não parem”, declarou.

A CPMI do INSS termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas, com a possibilidade de prorrogação, ela poderia se estender até julho do próximo ano.

A operação da PF mirando o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e as revelações ligando Fábio Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, ao esquema de roubo de aposentadorias deram um novo fôlego ao colegiado. Tanto que o relator da CPMI do INSS, deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), pediu a convocação de Lulinha.

Durante a operação de quinta-feira, foram presos o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, o ex-chefe de gabinete de Weverton Rocha Romeu Carvalho Antunes, o filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis.

Como mostramos, a CPMI do INSS apontava o senador Weverton Rocha como um dos chamados “peixes grandes” no esquema.

O outro nome na mira da comissão é o do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT). Sobre Weverton, a esperança da CPMI era de que a PF pudesse desdobrar eventuais relações dele com o empresário Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor do senador.

Ele é apontado não somente como homem de confiança de Rocha, mas como quem teria assinado um documento que dava amplos poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, apontado pela PF como o “carregador de mala” do Careca do INSS.

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Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

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