Política

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Piratas digitais provocam guerra eleitoral

Piratas digitais provocam guerra eleitoral

Redação

09/08/2010 - 21h02
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Maria Matheus e Fernanda Brigatti

A internet virou trincheira para a guerra eleitoral em Mato Grosso do Sul. No vale-tudo para desqualificar o adversário, fraude e pirataria digital se tornaram instrumentos de campanha. O candidato do PT ao Governo do Estado, José Orcírio dos Santos, foi alvo da artilharia virtual. “Piratas” se apropriaram da fama da modelo paraguaia Larissa Riquelme para atrair internautas a vídeos que atacam o petista. A mira também foi apontada para o governador André Puccinelli (PMDB), que disputa a reeleição. O boletim “MS de coração partido” traz críticas ao peemedebista com base em notícias divulgadas na imprensa.
Na semana passada, e-mails enviados e divulgados como se fossem da paraguaia que ficou conhecida durante a Copa do Mundo, afirmam que a modelo decidiu envolver-se na política de Mato Grosso do Sul. A mensagem aponta para um canal no site Youtube com vídeos que fazem críticas a José Orcírio.
Na descrição do perfil, a suposta autora diz em espanhol atrapalhado que era vizinha de Orcírio, na região de Porto Murtinho, e que resolveu criar a conta no Youtube para evitar que ele seja eleito novamente.
O material postado no site traz diversas acusações contra o ex-governador. Um dos vídeos trata do assassinato de um líder sem-terra, ocorrido durante o governo petista e insinua, usando notícias de jornais, que a morte foi planejada na Governadoria.
Também na trincheira virtual, o boletim “MS de coração partido” está em sua segunda edição e faz trocadilho com os slogans “Campo Grande no coração da gente” e “Mato Grosso do Sul no coração da gente”, usados durante a administração de André Puccinelli na prefeitura e no governo, respectivamente.
A publicação traz pequenas notas fazendo denúncias e críticas a Puccinelli, como o aumento de impostos, a evolução patrimonial do governador e a apropriação de obras custeadas com os repasses federais para o Estado.

Reação
O PT ajuizou sexta-feira (6) uma ação para tirar os vídeos contra Orcírio da internet e outra pedindo a investigação para apurar autoria e responsabilidade.
“Infelizmente, todas as eleições que André Puccinelli disputa, sempre tendem a ter uma campanha mais agressiva, mais ofensiva”, opinou o advogado José Valeriano Fontoura, autor da ação. “Eles só mudaram o ringue da disputa. Em vez de usar panfletos apócrifos, como em outras eleições, usam agora sites e blogs apócrifos, com o intuito de caluniar e denegrir”.
A legislação eleitoral tem poucas restrições relacionadas à campanha na internet, que segue as mesmas regras para a divulgação de candidaturas fora do ambiente virtual. A rigor, os candidatos só poderiam ser punidos se realmente oferecessem vantagens a eleitores em seus blogs e perfis pessoais em redes como o twitter, o orkut e o facebook. Ainda assim, dependeria da comprovação da autoria e de uma provocação à Justiça Eleitoral.
Também não há previsão na lei de controle de conteúdo para o que postam outros usuários. Hoje, o ambiente de redes sociais como o twitter e o orkut deixam claro o clima de acusações mútuas, comportamentos vetados na campanha “oficial” e tradicional.

Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

Política

Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

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O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

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