Política

TERMO ADITIVO

Pivô de escândalo, empreiteira de Patrola vai receber mais R$ 1 milhão da prefeitura de Campo Grande

André Luís dos Santos é investigado pelo MPMS por suspeitas em contratos que envolvem empresas responsáveis pela manutenção de ruas sem asfalto da cidade

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A prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, conforme publicação do Diário Oficial, edição desta segunda-feira (11), assinou um termo aditivo com a ALS, empreiteira, aumentando em mais de R$ 1 milhão um contrato mantido com a empresa desde 2017, período que o serviço de manutenção em ruas sem asfalto fora orçado em R$ 4,1 milhões. Até aí, tudo certo. 

Aditivo de contrato, também conhecido como termo aditivo, nada mais é do que um procedimento que visa alterar, complementar ou corrigir um ou mais termos já celebrado e assinado anteriormente

Intriga o publicado devido as suspeitas que recaem sobre o dono da construtora em questão, André Luís dos Santos, o conhecido Patrola, pivô da Cascalhos de Areia, operação conduzida pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). 

Na primeira quinzena de junho passado, a operação do MPMS anunciou ter deflagrado a operação para apurar o envolvimento de empreiteiras, ALS uma delas que estariam implicadas em crimes de peculato, fraude e corrupção nas licitações de contratos firmadas com a prefeitura de Campo Grande. 

O MPMS anunciou no dia da investida policial, 15 de junho passado, que investigava a existência de possível organização criminosa surgida para a prática de tais delitos. As concorrências para a contratações das empreiteiras eram para garantir ao município a manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário para a prefeitura. 

No período, foi anunciado que a investigação mirava a ALS Transportes, do Patrola, que havia fechado contratos que superaram a soma de R$ 300 milhões ao longo dos anos e que teria tido mais espaço durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad, do PSD (2017-2022). 

TERMO ADITIVO 

A publicação do Diário Oficial da prefeitura de Campo Grande, diz que: 

“Alteração do valor do Contrato n. 217/2018 - Contratação de Empresa Especializada para execução de manutenção de vias não pavimentadas, com revestimento primário, em vias urbanas, na região urbana do Prosa no município de Campo GrandeMS. ACRÉSCIMO: Fica alterado o valor do Contrato n. 217/2018, o qual passará o valor de R$ 4.150.988,28 (quatro milhões, cento e cinquenta mil, novecentos e oitenta e oito reais e vinte e oito centavos), para 5.188.016,69 (cinco milhões, cento e oitenta e oito mil, dezesseis reais e sessenta e nove centavos), acrescentando o valor de R$ 1.037.028,41 (um milhão, trinta e sete mil, vinte e oito reais e quarenta e um centavos), correspondente a 24,98% do valor do Contrato”. 

AS SUSPEITAS 

De acordo com a denúncia do MPMS, as empreiteiras contratadas pela prefeitura, embora tenha recebido milhões pelo serviço de “manutenção de vias não pavimentadas”, não teria feito o serviço em diversos bairros da cidade. 

Há casos, inclusive, segundo a apuração, que empreiteiras teriam “cascalhado” trechos da avenidas que tinham sido asfaltadas há década, como é o caso da Avenida prefeito Lúdio Coelho. 

MAIS DÚVIDAS 

Também suspeitas do MPMS indicam que Patrola vencia as concorrências para cuidar da manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinários, com a empresa ALS, ou, outras empresas que seriam tocadas por aliados seus, os chamados laranjas.   

No jargão policial, cita-se laranjas quando alguém empresta o nome para esconder a origem ou destinatário de recurso ilegal, geralmente em operações que apuram crimes de corrupção. 

Numa das investidas da operação, os investigadores foram à casa de Adir Paulino Fernandes, 65, na chácara Santa Dirce, a 3 quilômetros do centro urbano da Terenos (MS). Lá, os policiais acharam embaixo de uma cama o revólver de calibre 32, sem registro.  

O dono da casa foi detido e levado para a delegacia. O MP já sabia que Adir seria o dono da JR Comércio e Serviços, empresa criada em 2011. 

Em depoimento, o "empresário", ao lado do advogado, disse que era motorista autônomo e que ganhava a vida negociando o que produzia no sítio da família, especificamente, queijos. Quanto a arma, o revólver de calibre 32, ele disse que seria de seu pai, Saul Fernandes, que morreu em 2019, já aos 92 anos de idade.  

Ao delegado Antenor Batista da Silva Júnior, Adir Fernandes disse que seus ganhos com a venda de queijos e outras mercadorias que produzia na chácara davam-lhe uma remuneração mensal de R$ 2,5 mil. Ou seja, o "empreiteira" receberia uns dois salários mínimos.

CONTRATOS 

De acordo com o Portal de Transparência da Prefeitura de Campo Grande, o empresário André Patrola tem três contratos ativos com o município, que, somados, equivalem a R$ 26,3 milhões. 

O primeiro, o maior deles, de R$ 24,7 milhões, é referente à manutenção de vias não pavimentadas. Esse contrato, de acordo com o Portal, recebeu cinco adivitos, saindo de R$ 4,1 milhões, em 2018, quando foi assinado, para os atuais R$ 24,7 milhões, cinco vezes o valor que as partes pactuaram há cinco anos. 

Por meio desse contrato, a ALS Transportes, sob o nome de Andre L. dos Santos Ltda., é responsável pela manutenção de todas as vias não pavimentadas da região do Prosa em Campo Grande (há contratos com outras empresas que compreendem as regiões do Anhanduizinho, Imbirussu, Bandeira, Lagoae Segredo). A única região não contemplada na licitação é a Centro, porém, nessa área não há ruas sem asfalto. 

A empresa também tem um segundo contrato ativo com a mesma finalidade, no valor de R$ 1.090.055,68, que foi assinado em maio do ano passado e tinha previsão de duração até maio deste ano, mas ainda consta como ativo. 

O terceiro contrato torna a empresa responsável pela “prestação de serviços ambientais que visam ao atendimento do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e Conservação da Bacia Hidrográfica do Córrego Guariroba”. O contrato, de R$ 600 mil, começou em março de 2018 e tem vigência até março de 2024. 

Além de Campo Grande, a empresa também já fez parcerias com outras prefeituras de Mato Grosso do Sul e até com o governo do Estado. 

Em Corumbá, são quatro contratos ativos, no valor total de R$ 78.089.200,24.  

Com o governo do Estado, são cinco contratos, no valor total de R$ 162 milhões. 
Apesar de todos esses supercontratos, o capital social da André L. dos Santos Ltda. é de R$ 10 milhões. 

SILÊNCIO

No dia da operação Cascalhos de Areia, o Correio do Estado tentou conversar com André, o Patrola, mas não conseguiu. Tentou, por outras ocasiões, mas também sem sucesso. O jornal insiste e, assim que ele quiser se manifestar, o espaço está reservado.

Além do MPMS, a Câmara dos Vereadores de Campo Grande, criou uma comissão para também apurar os contratos que seriam suspeitos envolvendo empreiteiras que cuidam das vias sem asfalto na cidade, entre as quais a empresa de Patrola.

(colaborou: Daiany Albuquerque)

 

 

 

FAMÍLIA RAZUK

Um dia após ser condenado a perda do mandato, deputado Neno vota à distância na Assembleia

Com isso, não comparecendo à assembleia, Razuk não correu o risco de ser notificado da condenação ou da perda do mandato

17/12/2025 15h00

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira Marcelo Victor/Correio do Estado

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL) foi condenado ontem (16) pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande a 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, por ser indicado como chefe de uma organização criminosa voltada ao jogo do bicho. 

No entanto, a condenação não impedia o deputado de comparecer à Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (17) para a última plenária do ano. Mesmo assim, o parlamentar não compareceu à Casa e participou da votação das cinco propostas aprovadas na ALEMS. 

Mesmo com a sentença, Razuk terá o direito de recorrer à decisão em liberdade. Ao Correio do Estado, o advogado André Borges, da defesa do parlamentar, afirmou que vai recorrer da sentença e que o "processo está longe de encerrar". 

Com o não comparecimento na Assembleia, o deputado não correu risco de ser notificado da condenação e nem prestar esclarecimentos à imprensa. 

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira O voto do deputado apareceu durante as deliberações das propostas na última sessão plenária da ALEMS de 2025 nesta quarta-feira (17) / Fonte: Reprodução

Sentença

A investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) apontou que Neno Razuk seria o líder de uma organização criminosa que estaria praticando, de forma intensa, as práticas em Campo Grande após as prisões de Jamil Name e Jamil Name Filho durante a Operação Omertà, deflagradas em 2019 pelo MPMS contra as milícias armadas. 

Segundo as investigações, após as prisões, a família Name teria vendido seus pontos "na marra" e com uso de violência para um grupo de São Paulo, em uma tentativa de roubo a um malote do jogo do bicho que chamou a atenção das autoridades para investigar a situação. 

No documento que decretou 20 prisões preventivas de alvos da quarta fase da Operação Successione e 27 mandados de busca e apreensão, no mês passado, a família Razuk é "conhecida há décadas pela exploração ilegal do jogo do bicho e com expertise nas negociatas relacionadas ao ilícito". 

Além do crime da jogatina ilegal, também foram citados os de "assalto à mão armada e lavagem de dinheiro", especialmente na região de Dourados. 

Nas investigações da Gaeco, o clã da família Razuk tinha o plano de expandir a organização criminosa para o estado de Goiás. 

Segundo a averiguação dos fatos, o grupo realizava estudos com o apoio de organizações do estado goiano, como investidores e figuras influentes, para derrubar a liderança local da jogatina, que era comandado por Carlinhos Cachoeira, um bicheiro local.  

Com um financiamento de R$ 30 milhões de um investidor ainda não identificado, a missão era levar a uma "guerra pelo controle do jogo do bicho que atingiria ambos os Estados", como consta na investigação. 

As penas aplicadas pelo Judiciário somam mais de 100 anos de reclusão e multas que ultrapassam R$ 900.000,00 (novecentos mil reais), além da perda de mandato do deputado estadual Neno Razuk.

Balanço

Com uma sessão a cada 3 dias, ALEMS encerra trabalhos de 2025

De acordo com o balanço anual, foram 119 sessões plenárias e 249 aprovações

17/12/2025 14h00

Balanço geral do ano foi apresentado em última sessão plenária do ano

Balanço geral do ano foi apresentado em última sessão plenária do ano Wagner Guimarães/ALEMS

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O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Gerson Claro (PP) abriu a última sessão plenária do ano nesta quarta-feira (17) com um balanço geral dos trabalhos de 2025. 

Ao todo, foram 119 sessões plenárias realizadas na ALEMS ao longo do ano, resultando em um balanço de uma sessão a cada três dias. 

Segundo os dados levantados pela Secretaria de Assuntos Legislativos e Jurídicos, menos da metade das proposições apresentadas ao longo do ano foram aprovadas nas plenárias. 

Em números, foram 508 proposições, sendo 225 Projetos de Lei (PL), 151 Projetos de Resolução (PR), 18 Projetos de Decreto Legislativo (PDL), 12 Projetos de Lei Complementar (PLC) e duas Emendas à Constituição (PEC). 

Destas, foram 249 aprovações, sendo 94 PLs, 134 PDLs e seis PECs, o que resulta em 49,02% do montante. 

Outros 193 projetos continuam em tramitação para análise no próximo ano e 55 propostas foram rejeitadas. 

Distribuídas entre as sessões plenárias, foram 419 votações e 195 Diários Oficiais do Legislativo publicados. 

Balanço geral do ano foi apresentado em última sessão plenária do anoPara o presidente Gerson Claro, os números representam um sucesso para a Casa. 

“Ano de muito trabalho, quero agradecer o empenho das equipes de gabinetes e dos servidores da ALEMS que tem uma equipe técnica aguerrida, que trabalhou muito durante o ano. Ao pessoal da comunicação, da segurança, do cerimonial, do financeiro, da primeira secretaria, enfim, a todos o nosso agradecimento, sem vocês não conseguiríamos fazer e tocar o Mato Grosso do Sul”, ressaltou.  

Os dados mostram, ainda, outras 4.314 proposições como indicações, moções, requerimentos e emendas, 6.389 ofícios expedidos pela 1ª Secretaria e outros 1.665 ofícios expedidos pela Presidência. 

Gerson Claro também ressaltou que todos os debates na Assembleia foram pautados pelo “respeito e diálogo”. 

“É por isso que pudemos ter números tão expressivos. Nem tudo teve votação unânime, mas respeita-se a democracia e o ambiente de debate é natural de um Parlamento. Várias audiências públicas foram realizadas, homenagens, solenidades, a nossa Corrida dos Poderes, nossa festa junina, um ano para fazer agradecimento a Deus pelo que vivemos e a todos os poderes que trabalharam em harmonia”, finalizou.

O deputado Zeca do PT também elogiou o trabalho dos parlamentares e servidores da ALEMS. 

“Eu gostaria, com muita humildade e respeito à Vossa Excelência, a sua família, aos nobres colegas deputados e seus familiares, aos nossos servidores, a esta Casa um Feliz Natal e um próspero 2026”, desejou.

O deputado Londres Machado (PP) também ressaltou o trabalho da Mesa Diretora e destacou os números promissores do balanço geral. 

“Estamos terminando as votações e enquanto líder do Governo, eu venho agradecer à Vossa Excelência, à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, que conduziu muito bem o plenário, seu gabinete esteve sempre aberto aos deputados. O Governo conseguiu aprovar 48 projetos na Casa de Leis. Quero agradecer os líderes de cada bloco e bancada, que votaram os projetos de interesses do Estado”. 

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