Política

PROVIDÊNCIA DIVINA?

Por apoio de Puccinelli, Trad apela para coincidência mística

Após tombo no mesmo lugar, prefeito encontrou item do ex-governador

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A pouco mais de um ano das eleições municipais, o atual prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), 54 anos, está em busca de apoio político diversificado para sua reeleição. Enquanto a religiosidade, crença e até superstição do chefe do Executivo são refletidas diretamente em seus discursos e entrevistas, um caso, no mínimo, inusitado confirma o trabalho na busca de aliados. O alvo desta vez é o ex-governador André Puccinelli, 71 anos – que no ano passado ficou preso entre 20 de julho e 19 de dezembro, quando era o pré-candidato do MDB ao governo do Estado.

Em passeio na trilha da Usina Velha no dia 20 de julho, geralmente feita por aventureiros, em uma área repleta de cachoeiras na região do Inferninho e do Céuzinho, Trad encontrou um óculos de grau que pertence a Puccinelli, o qual ele havia perdido quando fez o mesmo trajeto onze dias antes, em 9 de julho. “Deus me fez achar o óculos do André [Puccinelli]”, afirmou Trad.

O óculos de estimação e com itens específicos para atender as necessidades do político – com uma haste para prendê-lo ao bolso da camisa, por exemplo – ficou no caminho e deixou Puccinelli chateado. Já Trad, quando encontrou o objeto, insinuou até mesmo um possível apoio político do ex-governador. “Mas deve ter algum significado isso daí. Aquele que se perdeu, eu o encontrei. Eu não encontrei um sapato, eu encontrei algo que faz você enxergar melhor. Não, às vezes, com os olhos, mas com o coração. Com certeza tem algum significado”, disse Trad.

E foi com um tombo que tudo começou. Os dois caíram exatamente no mesmo lugar, no trecho entre a sede da área, onde o trajeto começa, e as ruínas da usina. “Tem uma ribanceira de uns 70, 80 metros, só descida. O André escorregou, caiu de bunda no chão. Ele rachava o bico de rir. Não ligou não. E, do jeito que caiu, não queria ajuda para levantar. Na hora ele não viu que tinha perdido o óculos; só depois percebeu. A gente ofereceu para procurar, mas ele falou que não precisava e tinha outro no carro. Mas ficou triste. A gente sabia que era um óculos de estimação – tem até um ganchinho para pendurar no bolso. É uma coisa especial”, explicou Elzio Moreira, 55 anos, o responsável pelo convite e também o guia dos dois políticos no passeio.

Justamente na descida, ocorreu a maior coincidência. “O Marquinhos caiu de bunda também, escorregou igual ao André. E aí ele estava lá no chão e falou que tinha um óculos. Na hora, o pessoal que estava junto já falou que era do italiano. Ele deu pra gente e devolvemos para o André”, disse Moreira. Na entrega, a surpresa foi de Puccinelli. “Eu que entreguei e contei. O André deu risada. Ele disse que justamente o Marquinhos achou. E nós tínhamos procurado; feito o trajeto olhando tudo, mas ninguém encontrou, só o prefeito”.

O passeio – que dura em média 1h – de ambos foi devidamente filmado e divulgado nas redes sociais de membros da Organização Não Governamental (ONG) Flores e Passarinhos, que luta para o reconhecimento da área de 18 hectares como Parque Ecológico e também para que as ruínas sejam tombadas como patrimônio histórico. 

Outro detalhe que repercutiu na internet foi o fato de Trad ter atravessado o córrego Ceroulinha carregado, para não molhar os pés, enquanto Puccinelli – que estava de calça, camisa e tênis – fez todo o trajeto sem ajuda alguma, inclusive com os pés na água. “O André parecia um menino de tão feliz. Dá a impressão que ele é um coronel. A gente oferecia ajuda, a mão para ele atravessar e ele só respondia ‘não’. Ele é durão, mas brincou bastante com a gente. Atravessou sem problema, até com a água na canela. Numa subida, ele ficou ofegante, não conseguia nem falar. Mas não se importou da gente filmar, com o tombo, nada. Mas eles caíram de leve, não machucou, ainda bem. Já o Marquinhos a gente carregou, mas qualquer um que for lá vamos dar o melhor tratamento. Ele não podia molhar o pé porque estava gripado”.

Quando confirmou a história, Trad lembrou o fato de ter entrado na vida política por meio de convite feito por Puccinelli. “Eu era professor universitário, advogado de nome na cidade. Quando fui convidado para entrar na vida pública, me deram uma secretaria, chamada assuntos fundiários. Era para cuidar das favelas, eram 117 núcleos. Fiquei oito anos. O André era o prefeito na época. Olha como são as coisas, pela mão de quem eu entrei na vida pública”, disse o chefe do Executivo municipal.

Enquanto Puccinelli com o jeito sério não aceitou ajuda, mas riu e se divertiu, o atual prefeito ganhou um “apelido” do grupo. “A gente chama de “pó de arroz”, que é o pessoal da cidade que vem para o mato e não quer se sujar. Mas são as características de cada um. O Marquinhos a gente oferecia ajuda, a mão, e ele aceitava na hora”, concluiu Moreira.
A reportagem tentou falar com Puccinelli sobre o caso, porém, ele não atendeu as ligações.

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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