Política

NOVA MORADA

PSDB pode perder último governador e 44 prefeitos em Mato Grosso do Sul

Com a saída de Eduardo Leite (RS), só restou Eduardo Riedel no ninho tucano mas a hora de ele bater asas também está perto

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A desfiliação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do PSDB, a fim de se integrar às fileiras do PSD, colocou mais pressão para que o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, defina o seu futuro com relação à permanência ou não no ninho tucano, algo pelo qual ele não tem demonstrado pressa.

Caso Riedel decida seguir os passos do colega gaúcho, na mesma toada, outros 44 prefeitos do PSDB em Mato Grosso do Sul devem acompanhá-lo para a sua nova sigla ou outras legendas aliadas.

O Correio do Estado recebeu informações de uma fonte com livre circulação – tanto na Governadoria de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, quanto no Congresso Nacional, em Brasília (DF) – dando como certo de que Riedel tem na mesa quatro propostas oficiais para assinar a ficha de filiação e tentar a reeleição ao cargo por uma dessas quatro novas legendas no pleito de 2026.

A fonte ouvida pela reportagem explicou que duas das quatro propostas oficiais colocadas sobre a mesa do governador teriam sido feitas pela “superfederação” formada pelo PP, da senadora Tereza Cristina, e pelo União Brasil, da ex-deputada federal Rose Modesto. Ainda, pelo Republicanos, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o qual, nos últimos meses, se aproximou do chefe do Executivo sul-mato-grossense.

Já as outras duas propostas são do PL, do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro, e do PSD, de Gilberto Kassab – esse último que voltou a comentar a possibilidade durante a filiação de Leite à sigla na sexta-feira, em São Paulo (SP).

No caso da “superfederação”, o principal atrativo seria o fato de Riedel poder contar, para o pleito de 2026, com o maior repasse do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral, algo em torno de mais de R$ 1 bilhão para o custeio de campanhas eleitorais no Brasil, bem como o maior tempo de rádio e televisão.

Outra vantagem é que a “superfederação” está sob o comando de uma grande amiga de Riedel, a senadora Tereza Cristina, que não esconde de ninguém o desejo de contar com ele no PP para disputar a reeleição em 2026.

Ambos chegaram a passar o fim de semana do último feriadão juntos na fazenda do governador em Maracaju – e com certeza a proposta de filiação foi reforçada.

Com relação ao Republicanos, nos últimos meses, Riedel e Tarcísio ficaram muito próximos, o que facilitou a proposta oficial do governador de São Paulo para que o colega de MS se junte ao mesmo partido.

Riedel estava levando a proposta em banho-maria, pois acreditava na formação de uma federação – depois da fusão entre o PSDB e o Podemos – com o Republicanos. Entretanto, esse cenário perdeu força, uma vez que o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, já descartou tal possibilidade.

A respeito da proposta do PSD, Kassab salientou que, como já tirou a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e o governador gaúcho do PSDB, só faltava agora o governador Eduardo Riedel.

Sobre o PL, o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, confirmou que foi convidado, juntamente a Riedel, pelo presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, para uma reunião em Brasília, no dia 21.

A expectativa é de que, além de Costa Neto, o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o ex-presidente Bolsonaro também estejam presentes e possam oficializar a proposta, tanto para Riedel quanto para Azambuja, algo que pode azedar de vez a relação com o PT.

Por ora, não há previsão de anúncio oficial sobre o destino político do governador de Mato Grosso do Sul, o qual embarca nos próximos dias para os Estados Unidos, para se reunir com empresários.

Assim, de acordo com aliados, qualquer definição deve ocorrer apenas após o seu retorno ao Brasil. Porém, enquanto isso, a sua permanência no PSDB parece cada vez menos viável – após a tentativa de reestruturação da sigla a partir da fusão entre o tucanato e o Podemos e depois de a formação da federação com o Republicanos ter naufragado.

Saiba

Durante evento na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) há duas semanas, o governador Eduardo Riedel rechaçou a ideia de mudar de partido. “Ninguém falou que eu vou sair do PSDB. Eu não estou preocupado em sair, porque eu não vou sair do partido”, declarou à imprensa.

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Política

Moraes manda PGR e defesa de Bolsonaro se manifestarem sobre laudo de violação da tornozeleira

A PGR deverá se manifestar primeiro, em até cinco dias, e depois os advogados terão o mesmo prazo para enviar ao STF informações que julgarem importantes

18/12/2025 21h00

Ministro do STF, Alexandre de Moraes

Ministro do STF, Alexandre de Moraes Divulgação

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta quinta-feira, 18, que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestem sobre o laudo da Polícia Federal que atestou a violação da tornozeleira eletrônica dele.

A PGR deverá se manifestar primeiro, em até cinco dias, e depois os advogados terão o mesmo prazo para enviar ao STF informações que julgarem importantes.

O laudo da Polícia Federal apontou "danos significativos" na junção da capa plástica da tornozeleira eletrônica.

"O aspecto físico e as análises realizadas na área danificada sugerem que na tornozeleira eletrônica foi empregada uma fonte de calor concentrado com ferro em sua composição. Testes realizados com ferro de solda na superfície do material questionado exibiram aspectos compatíveis com os danos verificado", diz o relatório da PF.

O ex-presidente admitiu que usou um ferro de solda no aparelho. Bolsonaro disse que agiu "por curiosidade". A defesa afirma que ele teve um episódio de "confusão mental" causado por "efeitos colaterais" da interação de remédios. Segundo os advogados, isso levou a "pensamentos persecutórios e distantes da realidade".

O episódio levou Moraes a decretar a prisão preventiva do ex-presidente, posteriormente convertida na execução da pena de 27 anos e 3 meses decorrente da condenação no processo da trama golpista. Bolsonaro está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília.

Chapadão do Sul

Justiça suspende eleição da mesa diretora de Câmara de Vereadores por suspeita de fraude e "pacto"

Em decisão liminar, Juiz Silvio Prado acata pedido do vereador Marcel D'Angelis e aponta "robustos indícios" de acordo clandestino, promessa de emprego a suplente e violação do processo democrático

18/12/2025 18h00

Justiça suspende eleição da mesa diretora de Câmara de Vereadores de Chapadão do Sul

Justiça suspende eleição da mesa diretora de Câmara de Vereadores de Chapadão do Sul Divulgação

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O Juiz Silvio Prado, da 1ª Vara Cível de Chapadão do Sul, deferiu tutela de urgência e suspendeu a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, realizada em 6 de outubro de 2025.

A liminar, proferida em uma ação anulatória movida pelo vereador Marcel D'Angelis Ferreira Silva (PP), foi baseada em "robustos indícios" de esquema que teria fraudado o processo democrático interno.

As acusações, sustentadas por uma gravação audiovisual registrada em Ata Notarial, incluem a combinação prévia de votos, a promessa de um cargo em troca de apoio político, a antecipação inconstitucional do pleito e a criação de um "pacto plurianual" para dividir a presidência da Casa nos anos de 2026, 2027 e 2028.

O juiz advertiu que o descumprimento da suspensão acarretará multa diária, pessoal e solidária de R$ 50.000,00 contra os vereadores réus, além de possível comunicação por ato de improbidade administrativa.

A ação, ajuizada pelo vereador Marcel D'Angelis, alega que a eleição de 6 de outubro foi apenas uma "mera homologação" de um acordo selado em uma reunião privada ocorrida quase um mês antes, em 10 de setembro de 2025.

Uma gravação dessa reunião, cuja transcrição consta nos autos, revelou diálogos que, segundo o juiz, "evidenciam práticas absolutamente incompatíveis com o regime constitucional".

A eleição pública teria se tornado um "teatro institucional", como descreveu o magistrado, para formalizar um resultado já definido em segredo.

Uma das falas transcritas na ata notarial é categórica: "A sessão do dia 06 é só para confirmar. Não tem surpresa". Para o juiz, isso representa um "claro abuso institucional" e uma fraude procedimental.

A gravação revela um suposto acordo para garantir o voto de uma vereadora suplente. Em troca do apoio, ela teria recebido a garantia de um emprego por três anos.

A transcrição é explícita: "A Inês vai votar com a gente... mas ela pediu garantia de emprego por três anos. Já acertamos isso."

O juiz classificou a afirmação como uma "aparente compra ilícita de apoio político", que viola a moralidade administrativa e configura abuso de poder.

 

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