Governadores de nove Estados da Amazônia Legal se reuniram ontem em Brasília com representantes das embaixadas da Noruega, Reino Unido, Alemanha e França. No encontro, marcado para discutir acordos diretos entre esses países e os Estados no âmbito do Fundo Amazônia, ficou acertado que, daqui a 30 dias, será detalhada uma agenda de apoios financeiros a programas de combate ao desmatamento na região.
A ideia é fechar programas com cada Estado ou por meio do Consórcio Amazônia Legal, que reúne os nove Estados da região. A Noruega vai oferecer gratuitamente um sistema de mapas e monitoramento.
"Em 30 dias, teremos um encontro, com respostas mais efetivas do que nós apresentamos. Todos querem a preservação do Fundo Amazônia, buscando alternativas que possam ampliar as oportunidades", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).
Estiveram presentes no encontro os governadores do Pará, Tocantins, Amazonas, Mato Grosso, Roraima e Acre, além dos vice-governadores do Maranhão e de Rondônia.
Criado em 2007, o fundo é um programa tocado pelo governo federal, em parceria direta com os países europeus. A possibilidade de o acordo acabar acendeu um alerta nos Estados, que analisam a chance de abrir um canal direto com os doadores internacionais, até mesmo sem a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos poderiam ser direcionados a instituições financeiras estaduais, como o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Pará.
Os governadores da Amazônia discutiram formas de oferecer áreas para cuidados dos países europeus, em troca de créditos de carbono que possam ser comprados por empresas internacionais. "Sinalizamos com essa possibilidade de haver um diálogo direto com os Estados, individualmente ou por meio do consórcio", disse Barbalho.


