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Senado aprova regras para emendas parlamentares: entenda os impactos para governo e STF

Senado rejeitou mecanismo que permitiria ao Executivo bloquear as emendas proporcionalmente quando houvesse crescimento excessivo em outras despesas obrigatórias

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O Senado Federal concluiu nesta segunda-feira (18) a votação de um projeto de lei que redefine as regras para o uso das emendas parlamentares, recursos orçamentários indicados por deputados e senadores para suas bases eleitorais. Com alterações que restringem os bloqueios desses recursos, a medida gera divergências entre o Congresso, o governo federal e o Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, o texto retorna para apreciação na Câmara dos Deputados.

O projeto mantém grande parte do orçamento sob controle do Congresso e avança pouco nas exigências impostas pelo STF, que suspendeu o pagamento das emendas desde agosto devido à falta de transparência. Uma das principais polêmicas é a rejeição pelo Senado, por 47 votos a 14, de um mecanismo que permitiria ao Executivo bloquear as emendas proporcionalmente quando houvesse crescimento excessivo em outras despesas obrigatórias.

Apesar de a proposta preservar R$ 39 bilhões para emendas impositivas individuais e de bancada em 2025, com reajustes anuais pela inflação a partir de 2026, o governo federal avalia que o acordo inicial com o STF foi descumprido. O Palácio do Planalto, agora, deixa o impasse para ser resolvido diretamente entre o Congresso e o Supremo.

Outro ponto crítico envolve as chamadas “emendas Pix”, que continuarão sendo repassadas diretamente às prefeituras, sem a burocracia exigida em outras modalidades. Embora o projeto exija que os parlamentares detalhem o destino dos recursos, não há garantia de fiscalização ou prestação de contas, deixando prefeitos livres para aplicá-los sem controle rigoroso.

O relator do projeto, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), também ampliou o número de emendas de bancada de até 8 para 10 por estado, contrariando esforços do governo e do STF para reduzir a fragmentação dos recursos. Além disso, o texto mantém a possibilidade de individualização dessas emendas e define de forma ampla os projetos considerados estruturantes, permitindo alocações variadas que fogem ao objetivo original de maior transparência.

Por fim, o Senado rejeitou um destaque que obrigaria a destinação de ao menos 50% das emendas de comissão para a saúde, enfraquecendo uma tentativa de priorização de áreas essenciais. A Consultoria de Orçamentos do Senado alerta que as comissões temáticas podem se tornar meras carimbadoras, enquanto lideranças partidárias continuam decidindo para onde os recursos vão, favorecendo parlamentares influentes sem identificação pública.

A aprovação do projeto reforça o controle do Congresso sobre o orçamento público, mas levanta questões sobre transparência e fiscalização. O texto ainda precisa da aprovação da Câmara, e sua implementação será um teste para o equilíbrio entre os poderes e a gestão eficiente dos recursos públicos no Brasil.

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Justiça

Por unanimidade, STF mantém prisão de Domingos Brazão

Ele é acusado como mandante do assassinato de Marielle Franco em 2018

18/11/2024 16h30

Foto: Marcelo Casal Jr / Agência Brasil

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Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta segunda-feira (18) manter a prisão do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, acusado de envolvimento como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

O entendimento foi formado no julgamento virtual no qual a defesa do acusado pretendia reverter a decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão de Domingos, cumprida em março deste ano. Brazão está preso na penitenciária federal em Porto Velho.

Além do relator, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino e Luiz Fux se manifestaram pela manutenção da prisão.

Ao manter o entendimento favorável à prisão, Moraes disse que sua decisão está fundamentada na jurisprudência do Supremo e nas suspeitas de interferência nas investigações do assassinato. Dessa forma, não cabe a substituição da prisão por medidas cautelares, como quer a defesa.

"A presença de elementos indicativos da ação do agravante para obstruir as investigações (fatos que estão sendo objeto de apuração autônoma, no Inq 4.967/RJ, de minha relatoria), também reforçam a necessidade da manutenção da sua prisão preventiva e impedem a sua substituição por medidas cautelares diversas da prisão", justificou Moraes.

Além de Domingos, o deputado federal Chiquinho Brazão, irmão de Domingos, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também estão presos pelo suposto envolvimento no assassinato.

De acordo com a investigação realizada pela Polícia Federal, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que têm ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio.

Conforme a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso de realizar os disparos de arma de fogo contra a vereadora, os irmãos Brazão e Barbosa atuaram como os mandantes do crime.

Com informações de Agência Brasil 

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PARTIDO DOS TRABALHADORES

Apesar de derrota na Capital, Vander faz balanço positivo da eleição em MS

Em nível nacional, o deputado federal atribuiu o desempenho ruim à falta de divulgação das políticas públicas de Lula

18/11/2024 08h00

O deputado federal Vander Loubet (PT) disse que partido está em busca de novas lideranças

O deputado federal Vander Loubet (PT) disse que partido está em busca de novas lideranças Foto: reprodução

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Após um resultado eleitoral em que os partidos de centro-direita e de direita demonstraram ter mais força que o PT, tanto em nível estadual quanto nacional, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aumentou as cobranças das lideranças da legenda em todo o Brasil para que apresentem políticas públicas voltadas para a classe média, pois, conforme as pesquisas de avaliação administrativa, a reprovação dele e da sigla é maior entre quem ganha de dois a cinco salários mínimos.
Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o PT não conseguiu eleger nenhum prefeito e nenhum vice-prefeito. Em Campo Grande, a candidata do partido, a deputada federal Camila Jara, ficou em terceiro lugar, com apenas 9,43% dos votos, ou seja, 41.966 votos, um porcentual bem abaixo da projeção de até 15% do eleitorado da Capital. Com relação aos vereadores, das 849 cadeiras distribuídas nos 79 municípios do Estado, o PT fez apenas 37.

Do total de parlamentares eleitos pelo partido, três foram em Campo Grande, sendo eles: Luiza Ribeiro, que foi reeleita, Landmark Ferreira e Jean Ferreira. O PT também elegeu vereadores em Amambai (1), Aquidauana (2), Caarapó (1), Coxim (2), Dois Irmãos do Buriti (1), Dourados (2), Glória de Dourados (1), Japorã (1), Jardim (1), Juti (1), Miranda (3), Mundo Novo (1), Naviraí (1), Nioaque (1), Nova Andradina (2), Novo Horizonte do Sul (2), Pedro Gomes (1), Ponta Porã (1), Porto Murtinho (1), Ribas do Rio Pardo (3), Sidrolândia (1), Tacuru (3) e Três Lagoas (1).

Apesar disso, o deputado federal Vander Loubet, uma das principais lideranças do PT em Mato Grosso do Sul, fez um balanço positivo para o Correio do Estado sobre o resultado das eleições em nível estadual, mesmo com o fraco desempenho de Camila Jara em Campo Grande. “Nós, do PT, estamos em um processo de reconstrução, que inclui o surgimento de novas lideranças. Nesse sentido, a candidatura da Camila foi uma afirmação desse processo em Campo Grande”, afirmou.

Sobre o segundo turno, Vander disse que o PT liberou a militância, e, entre as duas candidaturas que estavam postas, a maioria fez a opção pela candidata Rose Modesto (União Brasil). “Porém, nós não estivemos diretamente no palanque dela fazendo campanha, nem ela incorporou o PT ou o Lula na campanha, então, essa é uma derrota que não é nossa e nós não podemos assumir”, argumentou.

No entanto, o deputado federal analisou que, caso Rose Modesto tivesse abraçado o apoio do PT, talvez o resultado teria sido diferente. “Há quem diga até que ela poderia ter vencido se tivesse abraçado o PT de forma explícita, porque, assim, teria nossa militância na rua efetivamente fazendo campanha para ela”, declarou.
Para Vander Loubet, entretanto, é possível fazer um balanço positivo das eleições em Mato Grosso do Sul para o PT.

“Ampliamos nossa bancada de vereadores em Campo Grande e Dourados, fizemos vereadores em municípios grandes onde não tínhamos representantes e tivemos uma melhora significativa em comparação a 2020”, assegurou.

A respeito da questão da classe média no Estado e no resto do Brasil, o parlamentar entende que o PT tem sim um conjunto de políticas públicas e ações do governo Lula que beneficiam esse setor da sociedade.

“Um exemplo é o programa Minha Casa, Minha Vida, que facilitou o acesso à casa própria para a classe média. Talvez nosso problema maior seja nos comunicarmos com esse público, que foi cooptado pelo discurso simplista da extrema direita e que assistiu na TV, por anos, o massacre midiático que foi feito contra o PT por conta da Lava Jato”, finalizou.

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