Política

remuneração adicional

Simone dobra salário atuando em firma que tem participação acionária da União

A prática garante renda extra a 15 ministros de Lula, cujos contracheques, com os adicionais, podem chegar a R$ 80 mil por mês

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e mais 14 ministros do governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram nomeados para conselhos de empresas estatais e privadas com participação acionária da União.

Esses cargos rendem remunerações apenas pela participação em reuniões dos colegiados, realizadas periodicamente em intervalos que variam de acordo com as normas de cada organização.

A prática, identificada em levantamento do Estadão, permite que os nomeados recebam remunerações adicionais que podem elevar os rendimentos mensais, dos atuais R$ 44 mil, para mais de R$ 80 mil por mês nos seus contracheques.

No caso da ministra sul-mato-grossense, ela foi nomeada como conselheira fiscal da Elo Serviços S. A., que tem participação do governo federal, pois a Caixa Econômica Federal (CEF) detém 33,335% da participação societária da empresa, enquanto a outra sócia é a EloPar, que é a controladora, com 66,665% da participação.
Procurada pelo Correio do Estado, Simone Tebet disse que a Caixa seria a maior acionista da Elo Serviços S. A. e, portanto, o governo federal teria todo o direito de indicar um representante para o conselho da empresa.
“A maior acionista da Elo é a Caixa e alguém do governo tem de estar lá, e eu estou lá. É só isso, não tem nada de mais. Então, a Elo, no fundo, é federal. Estou muito à vontade quanto a isso”, afirmou.

Já o Palácio do Planalto disse que as nomeações seguem exigências da Lei das Estatais e passam por avaliação dos comitês de elegibilidade das empresas que verificam a conformidade dos processos de indicação.

Ao todo, além da ministra do Planejamento e Orçamento, o governo tem outros 14 ministros em conselhos. A usina Itaipu Binacional, gerida conjuntamente por Brasil e Paraguai, abriga cinco deles: Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Esther Dweck (Gestão) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).

Esses ministros ganham cerca de R$ 34 mil por reunião do colegiado, realizada a cada bimestre. O Sistema S, gerido por sindicatos patronais e de trabalhadores em parceria com o governo federal, também dá cargos aos ministros.

O Serviço Social do Comércio (Sesc) tem Luiz Marinho (Trabalho) e Alexandre Padilha (Saúde) como membros de seu conselho fiscal, e os ganhos deles ultrapassam os R$ 28 mil mensais.
Já Camilo Santana (Educação) é membro do colegiado no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e chega a receber R$ 21 mil por mês, enquanto o advogado-geral da União, Jorge Messias, é conselheiro da Brasilprev, vinculada ao Banco do Brasil, e Sônia Faustino Mendes, que comanda as Comunicações interinamente, é conselheira dos Correios.

Há ainda ministros em empresas privadas das quais o governo é acionista, a exemplo dos que fazem parte do conselho de administração da Tupy, como Annielle Franco (Igualdade Racial) e Carlos Lupi (Previdência).
Ainda tem o número 2 da Fazenda, Dario Durigan, que é conselheiro fiscal da Vale, e Vinícius Marques de Carvalho, da Controladoria-Geral da União (CGU), que também está no conselho de administração da Brasilcap, subsidiária do Banco do Brasil.

Apesar de brechas na legislação que permitem ao governo indicar aliados para esses cargos de conselheiros, o problema está na qualidade da mão de obra.

Essas pessoas ocupariam cargos similares em empresas privadas sem ingerência do governo? Em alguns casos, sim, mas, no fim das contas, boa parte desses conselhos acaba servindo para complementação de salários e apoio político para agradar a base aliada. (Colaborou Naiara Camargo)

Política

Mesa da Câmara decide cassar Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem

Decisão foi tomada por conta de faltas de Eduardo e da condenação de Ramagem pelo STF

18/12/2025 17h09

Alexandre Ramagem

Alexandre Ramagem Foto: Câmara dos Deputados

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A Mesa diretora da Câmara dos Deputados decidiu cassar os deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). A informação foi confirmada ao Estadão/Broadcast por integrantes da direção da casa legislativa.

Os dois deputados estão fora do País. Eduardo Bolsonaro está autoexilado nos Estados Unidos. Alexandre Ramagem, condenado pelo Supremo Tribunal Federal, está foragido, também nos EUA.

O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcanti (RJ), manifestou contrariedade com a decisão. Ele relatou que às 16h40 recebeu uma ligação do presidente da Câmara, Hugo Motta, comunicando a decisão da Mesa pela cassação dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Sóstenes disse lamentar a medida e sustentou que ela “representa mais um passo no esvaziamento da soberania do Parlamento”.

“Não se trata de um ato administrativo rotineiro. É uma decisão política que retira do plenário o direito de deliberar e transforma a Mesa em instrumento de validação automática de pressões externas. Quando mandatos são cassados sem o voto dos deputados, o Parlamento deixa de ser Poder e passa a ser tutelado”, escreveu, no X.

O ato oficial da cassação foi publicado no Diário Oficial da Câmara no final da tarde desta quinta-feira.

De acordo com relatos, os membros da Mesa Diretora realizaram a votação nesta quinta-feira, 18, após a apresentação de dois relatórios favoráveis à cassação, de autoria do 1º secretário, deputado Carlos Veras (PT-PE).

O petista fundamentou a defesa da cassação de Eduardo com base no número de faltas e de Ramagem está vinculada à condenação pelo STF por tentativa de golpe de Estado. O ato que oficializou a decisão de cassação de Ramagem cita que ele não terá condições de comparecer às sessões da Câmara, numa referência à condenação do STF. Nesta quarta-feira, 17, o prazo para a apresentação das defesas dos dois parlamentares se encerrou.

Ramagem foi condenado pelo STF a 16 anos e 1 mês de reclusão por participação na trama golpista. Ele estava proibido de sair do País, mas fugiu para os EUA.

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Política

Fraude no INSS: "Se tiver filho meu nisso, será investigado", diz Lula

Presidente defendeu que todos os envolvidos sejam investigados

18/12/2025 16h27

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva FOTO: CanalGov/Reprodução

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quinta-feira (18), que todas as pessoas envolvidas, mesmo que indiretamente, no esquema de descontos ilegais de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) sejam investigadas, inclusive, seus familiares. “Quem tiver envolvido vai pagar o preço”, disse em entrevista à imprensa, no Palácio do Planalto.O presidente da República, Luiz Inácio Lula da SilvaO presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

“É importante que haja seriedade para que a gente possa investigar todas as pessoas que estão envolvidas, todas as pessoas. Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado”, afirmou Lula.

O nome de filho do presidente, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, apareceu em depoimento de testemunha ligada ao empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Antônio atuava em nome de associações e entidades de servidores, intermediando a autorização dos descontos e recebia percentuais desses valores por meio de empresas de sua propriedade.

O irmão de Lula, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, também é citado nas investigações. Ele é diretor vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, Sindinapi, uma das entidades investigadas pelos desvios indevidos.

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã de hoje, nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga o esquema fraudulento no INSS. Entre os presos está Romeu Carvalho Antunes, filho do Careca do INSS.

A operação da PF mira um esquema nacional de descontos de mensalidades associativas não autorizadas entre 2019 e 2024.

Questionado sobre a demora para o início, de fato, da operação, deflagrada em abril deste ano, Lula afirmou que o governo queria investigar com seriedade e não queria fazer pirotecnia. “Seria muito fácil você fazer uma denúncia e não apurar”, disse. Segundo ele, a Controladoria-Geral da União levou “praticamente” dois anos fazendo investigação.

O Congresso Nacional também instalou uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para apurar o caso. “Eu não sou da CPI, eu não sou delegado da Polícia Federal e não sou ministro da Suprema Corte. O que eu posso dizer para você é que naquilo que depender da Presidência da República, tudo será feito para que a gente dê uma lição a esse país”, afirmou Lula.

“Não é possível você admitir num país em que milhões de aposentados ganham um salário mínimo, você ter alguém tentando se apropriar, expropriar o dinheiro do aposentado com promessas falsas”, acrescentou.

O presidente recebeu jornalistas para um café da manhã, no Palácio do Planalto, seguido de coletiva de imprensa. Ele estava acompanhando dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Casa Civil, Rui Costa; das Relações Exteriores, Mauro Vieira; e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

Ressarcimento

Após a repercussão da Operação Sem Desconto, o governo federal estabeleceu um acordo de ressarcimento com os segurados que foram vítimas das fraudes.

De acordo com o INSS, até a semana passada, R$ 2,74 bilhões foram pagos no acordo a 4 milhões de aposentados e pensionistas. O pagamento é feito diretamente na conta do benefício, com correção pela inflação, sem necessidade de ação judicial.

A contestação dos descontos indevidos pode ser feita até 14 de fevereiro de 2026 pelo aplicativo Meu INSS, Central 135 ou nas agências dos Correios. Mesmo após essa data, a adesão ao acordo de ressarcimento continuará disponível para quem tiver direito.

O ressarcimento custará R$ 3,3 bilhões ao governo em créditos abertos por medida provisória. Por se tratar de créditos extraordinários, o dinheiro está fora do arcabouço fiscal e não contará para o cumprimento das metas de resultado primário nem de limite de gastos do governo.

A Advocacia-Geral da União já entrou com ações judiciais contra associações e empresas investigadas para buscar a recuperação do dinheiro descontado irregularmente dos aposentados e pensionistas.

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