Política

MEGAINVESTIMENTO

Socialista, prefeito de Ribas é cortejado até por bolsonaristas

Após anúncio de investimento bilionário da Suzano, políticos de vários partidos procuraram o prefeito

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Um dos cinco prefeitos do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) no Brasil, João Alfredo Danieze, chefe do Executivo de Ribas do Rio Pardo, tem sido procurado por políticos de várias vertentes, desde a senadora bolsonarista Soraya Thronicke (PSL) até o deputado federal tucano Beto Pereira (PSDB).  

A terceira fábrica de celulose da Suzano em Mato Grosso do Sul, que já começou a ser construída na cidade e que receberá R$ 14,7 bilhões em investimentos diretos, tem sido o motivo do assédio de políticos de todos os matizes.  

Danieze, que foi candidato a governador nas eleições de 2018, esconde o jogo sobre como se comportará nas eleições de 2022 – se apoiará os candidatos da esquerda ou se seu partido terá candidato próprio. O que ele sabe, por enquanto, é que o interesse por sua cidade – e, indiretamente, por ele – tem sido cada vez maior.

O prefeito afirmou não estar interessado nas articulações políticas. Ele disse que mantém uma boa relação com os visitantes e não tem nenhum interesse em 2022.  

“Essas visitas vão ser cada vez mais recorrentes daqui para frente porque é véspera de ano eleitoral”, afirmou.  

“Não estou pensando em política, quem quiser me contatar para conversar sobre as articulações, estou disponível, mas não recebi nenhum pedido desse tipo. Apesar de ser do Psol e ter uma linha diferente de trabalho, mantenho uma relação republicana com todos que estão vindo até Ribas do Rio Pardo: recebo de maneira institucional e entrego as demandas que a cidade pede com esse rápido crescimento de uma hora para outra”, frisou.

Sobre ter ideologia diferente da dos visitantes, João Alfredo disse que, apesar das visitas políticas serem institucionais, as trativas com os parlamentares, secretários e afins não pesam para o lado partidário. 

“Qualquer político que vem visitar Ribas eu recebo muito bem, independentemente de ter uma ideologia partidária contrária à minha, porque estão aqui para ouvir as necessidades locais e atender às demandas da região”, pontuou.  

O chefe do Executivo foi questionado sobre as apostas do Psol em 2022 e sobre o surgimento de uma possível aliança partidária a partir dessas visitas, mas preferiu não dar sua opinião.  

Últimas notícias

ALINHAMENTO

O prefeito de Ribas disse ao Correio do Estado que a relação com o governador Reinaldo Azambuja é boa, respeitosa e recíproca. “A minha comunicação com o governo Azambuja é boa e flui. 

Temos que entender que é um investimento bilionário para MS e será a maior fábrica de celulose do mundo, então é de interesse de todas as partes, do Estado e do governo federal”, explicou.

OUTROS PONTOS

João Alfredo alinha as trativas não só com parlamentares de centro e direita, mas também recebe os partidários de esquerda e centro-esquerda, como Dagoberto Nogueira (PDT) e Vander Loubet (PT).  

A senadora Soraya Thronicke (PSL) informou por meio de assessoria que a visita a Ribas do Rio Pardo tratou apenas de agenda institucional, avaliando as demandas da cidade, e que não houve nenhum tipo de conversa política com o prefeito do Psol. 

“Visitei a cidade, conheci as dependências do canteiro de obras e recebi demandas em mãos do prefeito João Alfredo e do presidente da Câmara Municipal, Tiago Zico [PSDB]. Nada além disso, alinhamos as trativas para necessidades locais, mas em relação à política foi apenas com o diretório do PSL de Ribas do Rio Pardo”, disse a presidente estadual do PSL.  

MEGAEMPREENDIMENTO

Denominado Projeto Cerrado, a construção da fábrica de celulose do grupo Suzano foi confirmada em maio e promete ser um dos maiores investimentos privados no Brasil, aplicando o valor de R$ 14,7 bilhões. 

Conforme João Alfredo Danieze, atualmente, o canteiro de obras conta com 800 funcionários, mas poderá gerar empregos a mais de 10 mil pessoas até a sua finalização, prevista para o primeiro trimestre de 2024.  

Voltada ao segmento da celulose, a Suzano investirá na produção de fibra curta de eucalipto.

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Política

Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal; internação ocorrerá no dia 24

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star

23/12/2025 14h56

Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira, 23, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja internado nesta quarta-feira, 24, e faça uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral.

Bolsonaro será internado no Hospital DF Star, que fica a menos de três quilômetros de onde o ex-presidente está preso desde 22 de novembro. Ainda não foi informado o horário da chegada do ex-chefe do Executivo no hospital e nem o início do procedimento cirúrgico, previsto para ocorrer no dia 25, feriado de Natal.

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star. O ministro não atendeu o pedido da defesa para visitas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL).

O ministro do STF determinou ainda medidas de segurança no hospital. Uma determinação é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado.

"A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital", diz um trecho da decisão.

O ministro proibiu a entrada de celulares e outros equipamentos eletrônicos, determinando apenas a entrada de equipamentos médicos no quarto que receberá o ex-presidente.

JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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