Política

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Tarantino recria Guerra Mundial em ritmo pop

Tarantino recria Guerra Mundial em ritmo pop

Redação

06/02/2010 - 04h05
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Um dos reis do espetáculo cinematográfico – e, porque não dizer, do marketing –, Quentin Tarantino, sacudiu o Festival de Cannes 2009 com “Bastardos inglórios”, filme de guerra em que não hesita em reescrever a história e mandar às favas o politicamente correto. A obra é uma das favoritas ao Oscar deste ano. O premiado diretor de “Pulp fiction” (Palma de Ouro em Cannes em 1994) e “Kill Bill” (2003/4) mais uma vez havia prometido vir ao Brasil para lançar o filme, o que aconteceria na reta final do Festival do Rio, nesta semana. Mas, alegando cansaço, Tarantino deixou os distribuidores do filme e seus fãs brasileiros na mão. O mesmo aconteceu há três anos, quando o diretor era esperado para o lançamento de “Prova de morte” – que acabou ficando inédito no circuito comercial do país até hoje. O projeto de “Bastardos inglórios” levou oito anos para sair do papel. E conseguiu a adesão de ninguém menos do que a poderosa dupla Bob e Harvey Weinstein, além de Lawrence Bender – habituais parceiros de Tarantino na produção (como em “Kill Bill” e “Jackie Brown”) – e do astro Brad Pitt encabeçando o elenco. Mesmo com todo esse esquadrão estrelado por trás, “Bastardos inglórios” é uma iniciativa arriscada. Afinal, aborda a perseguição nazista aos judeus na 2ª Guerra de um ponto de vista espetacular, buscando o entretenimento da ação e não recua em temperar inúmeras de suas cenas com humor. O humor cínico e sangrento de Tarantino, claro, mas o tema é delicado e sempre pode ferir sensibilidades. Ao levar adiante sua proposta, “Bastardos inglórios” pode também estar contribuindo para encerrar definitivamente a era do politicamente correto. A novidade aqui é que nem os heróis aliados – britânicos, norte-americanos, franceses e outros – são corajosos e éticos à moda antiga. Líder de um implacável pelotão eliminador de nazistas, que se especializa em tirar escalpos dos alemães mortos, o tenente Aldo Raine (Brad Pitt) não é exatamente exemplar. Por sua atuação, é conhecido como “apache”, o que é apenas uma das referências do filme aos faroestes. Há muitas outras. Desde sua exibição em Cannes, o filme foi descrito, entre outras coisas, como uma “fantasia da vingança judaica” – e pode-se descrevê-lo assim, já que os personagens, como a garota judia que teve sua família massacrada pela SS (Melanie Laurent), o pelotão liderado por Raine e vários personagens judeus estão bem mais para justiceiros do que vítimas, ao contrário de tantos outros dramas sobre a mesma guerra. E, sem entregar o final, o enredo não respeita a verdade histórica. O que o torna mais imprevisível e, confessemos, divertido – a não ser para algum desgarrado maluco neonazista que ainda possa existir por aí. A bem da verdade, o filme até inclui um aspecto politicamente correto, que é o respeito às diversas línguas faladas pelos personagens de diferentes nacionalidades. Foi, aliás, a espantosa versatilidade linguística do ator austríaco Christoph Waltz – que interpreta o coronel SS Hans Landa e venceu o prêmio de melhor ator em Cannes – o detalhe final que levou o projeto a decolar. O diretor já tinha desistido de encontrar um ator que falasse tão bem francês, alemão e inglês para atender às necessidades do seu roteiro. Na coletiva do filme em Cannes, Tarantino contou que havia dito ao produtor Bender que, se não encontrasse o intérprete, desistiria de tudo e publicaria o roteiro. Aí Waltz apareceu. Waltz simboliza muito bem a ambiguidade de sentimentos que o filme provoca. Ao mesmo tempo que desperta horror, o militar nazista é responsável por alguns momentos particularmente divertidos, que é resultado tanto das espertezas do roteiro como de seu próprio talento. Transforma-se, assim, na metáfora perfeita da sedução do mal.

Apuração

Toffoli marca acareação com investigados no caso Banco Master

Medida faz parte do processo sobre fraudes financeiras

24/12/2025 16h30

Ministro Dias Tofolli

Ministro Dias Tofolli Foto: Divulgação

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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (24) a realização de uma audiência de acareação com o sócio do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino.

Eles serão ouvidos no dia 30 de dezembro, às 14h, por videoconferência. A medida faz parte do processo de investigação de fraudes financeiras que podem ter movimentado R$ 17 bilhões por meio da emissão de títulos de créditos falsos.

Os acusados são investigados pela Polícia Federal desde 2024, no âmbito da Operação Compliance Zero, deflagrada no dia 18 de novembro de 2025. Na ocasião, Vocaro foi preso, no Aeroporto de Guarulhos (SP), um dia depois de a Fictor Holding Financeira ter anunciado que compraria o Master, após a instituição financeira ter sido liquidada extrajudicialmente.

Também foram detidos os sócios de Vocaro, Augusto Ferreira Lima, Luiz Antonio Bull, Alberto Feliz de Oliveira e Angelo Antonio Ribeiro da Silva. Todos foram autorizados pela Justiça Federal a responder em liberdade com monitoramento por tornozeleira eletrônica e estão proibidos de exercer atividades no setor financeiro, de ter contato com outros investigados e de sair do país.

Tofffoli é relator do caso no STF, que tramita em sigilo, após decisão do ministro de acolher o pedido da defesa de Vorcaro para que o caso passasse a ser conduzido pela Corte e não mais na Justiça Federal em Brasília. A mudança foi justificada pela citação de um deputado federal, que tem foro privilegiado.

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CIRURGIA

Moraes autoriza visita de filhos de Bolsonaro enquanto ele estiver internado

Bolsonaro foi internado nesta manhã para tratar uma hérnia inguinal bilateral, sendo a primeira vez que o ex-chefe do Executivo deixou a Superintendência da Polícia Federal

24/12/2025 15h00

Ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro

Ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou, nesta quarta-feira, 24, a visita do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) ao quarto onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está internado em Brasília. Moraes determinou que os dois devem seguir as mesmas restrições impostas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que já está no Hospital DF Star. Além deles, também foram autorizados os outros filhos: Jair Renan Bolsonaro e Laura Bolsonaro.

A defesa havia pedido para que Flávio e Carlos pudessem visitar ao pai com Michelle, porém, em despacho desta terça-feira, 23, onde permitia a realização do procedimento cirúrgico, o ministro do STF garantiu apenas a presença da ex-primeira-dama no hospital.

Bolsonaro foi internado nesta manhã para tratar uma hérnia inguinal bilateral. Essa foi a primeira vez que o ex-chefe do Executivo deixou a Superintendência da Polícia Federal, onde está preso desde 22 de novembro. Inicialmente, ele foi preso preventivamente, mas depois passou a cumprir a condenação por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Uma das determinações impostas por Moraes é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado. Não poderão ser utilizados celulares e outros equipamentos eletrônicos, salvo utensílios médicos.

Bolsonaro deve realizar a cirurgia na manhã do feriado de Natal. Como mostrou o Estadão/Broadcast, o procedimento dura em torno de três a quatro horas.

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