Política

AÇÃO

Tribunal de Justiça desbloqueia R$ 101 milhões de Nelson Trad Filho

Senador foi acusado de receber propina da Solurb; "Nem se eu juntasse todo meu patrimônio, desde que meu avô veio do Líbano, eu teria esse dinheiro", disse

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A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul determinou, nesta terça-feira (15) desbloqueio judicial de R$ 101,5 milhões do senador Nelson Trad Filho (PSD).  

O desembargador Divoncir Schriner Maran deu o voto favorável ao pedido do senador, que conseguiu derrubar a decisão de 1ª instância por um placar de 2 a 1.  

Maran acompanhou o vogal, João Maria Lós, que divergiu do relator do agravo, o desembargador Geraldo Almeida Santiago.  

Sobre o bloqueio de bens a que estava sendo submetido, Trad disse que as decisões eram um “achaque” a moral dele. 

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“Nem se eu juntasse todo meu patrimônio, desde que meu avô (Assaf Trad) veio do Líbano, eu teria esse dinheiro”, disse.  

“Quando bloqueiam os credores somem, quando desbloqueiam, eles aparecem, só que ninguém entende que não tenho todo esse dinheiro”, complementou Trad.  

O bloqueio

O bloqueio ocorreu em ação civil pública em que Nelson Trad Filho, e outros secretários de sua gestão na prefeitura de Campo Grande, em 2012, são acusados de receber propina da CG Solurb para a contratação bilionária da empresa para explorar o serviço de limpeza urbana de Campo Grande.  

Conforme o Ministério Público, parte da propina teria sido utilizado para lavar dinheiro, inclusive comprando uma fazenda (Fazenda Papagaio) em Porto Murtinho.  

Os R$ 101,5 milhões que estavam bloqueados referem-se a R$ 50,7 milhões de propina supostamente paga pela Solurb, e ao mesmo valor da propina na forma de multa civil.  

A decisão do juiz de 1ª instância, José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, teve o objetivo de garantir o ressarcimento aos cofres públicos, em caso de eventual condenação dos acusados: o ex-prefeito e senador Nelson Trad Filho; o ex-secretário municipal de Obras João Antônio de Marco; o ex-secretário municipal de Meio Ambiente Marcos Antônio Moura Cristaldo; a CG Solurb, e os sócios dela: LD Construções (Luciano Dolzan e Lucas Dolzan) e a Financial Construtora (Antônio Fernando de Araújo Garcia). A ex-mulher de Nelson Trad Filho, Antonieta Amorim Trad, e o irmão dela, o empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, também são acusados pelo Ministério Público na mesma ação de improbidade.  

Defesa

Para o julgamento desta terça-feira na 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, Nelson Trad Filho argumentou que os promotores deduziram que todos os bens citados na denúncia, em nome de sua ex-esposa, seriam vincuulados ao atual senador e ex-prefeito, o que conforme a defesa, não é uma dedução justa, e que fragilizava a denúncia.  

"A licitação que me atribui irregularidades, é legítima. Volto a afirmar, ela foi feita com o aval de todos esses órgãos que hoje me acusam e já é a quarta vez que esse tipo de decisão, dizendo que tenho todo esse dinheiro, é noticiado para manchar minha imagem. Irei até as últimas consequências para provar a minha inocência. Agora quero saber, quem desbloqueia a minha dignidade”, questionou.

Também foram anexadas duas decisões do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), que afirmavam que as supostas irregulariudades na licitação em que a Solurb saiu a vencedora para a limpeza urbana de Campo Grande, não foram provadas.  

Uma das decisões é da autoria do conselheiro Waldir Neves, investigado pela Polícia Federal, por susposto favorecimento à Solurb, inclusive suspeito de lavagem de dinheiro e de peculato.

A outra é do conselheiro Jerson Domingos, que também é alvo de investigação criminal. 

Ele é acusado pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), por envolvimento com o grupo supostamente chefiado pelo cunhado dele, Jamil Name. 

Name está preso há 1 ano e 9 meses, acusado de chefiar um grupo de extermínio e milícia armada.

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Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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