Política

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Vencedora de licitação para reformar a Câmara de Dourados usa endereço falso

No local onde deveria ficar a sede da Projetando Arquitetura funciona uma empresa de decoração de festas em Coxim

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A licitação milionária para reformar a sede da Câmara Municipal de Dourados, localizada na Avenida Marcelino Pires, região central da cidade, tem sido marcada por polêmicas de toda natureza desde que foi aberta, no dia 1º de novembro do ano passado, conforme o edital nº 001/2022, publicado no Diário Oficial do município. 

O primeiro imbróglio é referente ao valor do orçamento para a execução da obra, que a princípio seria de R$ 18.158.964,80, porém, após a licitação, o montante acabou sendo reduzido para R$ 17.240.000,00, ou seja, uma economia de quase um R$ 1 milhão para recuperar o prédio, que, conforme o presidente da Casa de Leis, vereador Laudir Munaretto (MDB), estaria há mais de 40 anos em uso e com problemas estruturais urgentes.

Agora, conforme apuração feita pelo Correio do Estado, a mais recente novidade é que a empresa vencedora do certame, que inclusive já iniciou as obras no estacionamento do prédio, onde será construído um anexo do administrativo, estaria utilizando um endereço falso nos dados contidos em pelo menos um de seus dois Cadastros Nacionais de Pessoas Jurídicas (CNPJs).

No caso da vencedora do certamente, Projetando Construtora e Incorporadora Ltda., de propriedade do arquiteto José Moacir Bezerra Filho, com sede em Coxim (MS), detentora do CNPJ 18.930.668/0001-01 e cujo nome fantasia é Projetando Arquitetura, o endereço é Rua Herculano Pena, nº 405, no centro de Coxim, em frente ao 5º Batalhão de Polícia Militar.

No local, não há uma placa com a logomarca da empresa, contendo o nome fantasia, o que dificulta a possibilidade de afirmar se no endereço realmente funciona uma construtora.

Porém, o mesmo empresário também é dono da Projetando Arquitetura e Construções Ltda., CNPJ nº 33.748.369/0001-36, também com sede em Coxim e com o mesmo nome fantasia, ou seja, Projetando Arquitetura, funcionando na Rua João Pessoa, nº 26, também no centro.

É justamente nesse endereço – Rua João Pessoa, nº 26, centro – que está a falha, pois no local funciona uma empresa de decoração de festas, a Suh Decor – Decoração de Festas. 

Para agravar ainda mais a situação, a filial da empresa Projetando Arquitetura, em Campo Grande (MS), também tem um endereço falso, pois, no endereço citado, Avenida Hiroshima, nº 12, Bairro Carandá Bosque, funciona o Espaço Prime Mato Grosso – Casa Noturna.

Para o farmacêutico douradense Racib Panage Harb, que em fevereiro deste ano denunciou a suspeita de irregularidades envolvendo a empresa por usar dois CNPJs diferentes, o uso de endereços falsos em pelo menos um dos dois endereços das matrizes das duas empresas e também na filial de uma delas em Campo Grande só reforça que há algo de errado com a Projetando Arquitetura e, portanto, merece ser investigada.

“A Projetando Arquitetura foi responsável pela construção da concha acústica da Praça João Ferreira de Albuquerque, em Coxim, onde fica a sede da empresa. Em 2018, essa concha acústica, que custou R$ 274,5 mil, foi demolida, três anos após ser interditada por risco de desabamento”, denunciou.

Racib Panage Harb revelou ao Correio do Estado que a ação civil pública sobre essa obra está em andamento na Justiça e oito pessoas foram denunciadas por improbidade administrativa. “Entre elas, está o arquiteto José Moacir Bezerra Filho, também responsável técnico pela obra da Câmara de Dourados”, declarou.

Ele disse ainda que, em Coxim, a empresa responsável pela construção da concha acústica foi denunciada por causar danos ao erário na utilização de materiais de baixa qualidade e desvios consideráveis no projeto original, sendo acusada até de litigante de má-fé.

A reportagem tentou entrar em contato com o empresário José Moacir Bezerra Filho, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.

O Correio do Estado também procurou a assessoria de imprensa do presidente da Câmara Municipal de Dourados, vereador Laudir Munaretto (MDB), porém, até o fechamento desta matéria não obteve retorno, e o espaço segue aberto para ouvir ambos.

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Política

Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal; internação ocorrerá no dia 24

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star

23/12/2025 14h56

Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira, 23, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja internado nesta quarta-feira, 24, e faça uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral.

Bolsonaro será internado no Hospital DF Star, que fica a menos de três quilômetros de onde o ex-presidente está preso desde 22 de novembro. Ainda não foi informado o horário da chegada do ex-chefe do Executivo no hospital e nem o início do procedimento cirúrgico, previsto para ocorrer no dia 25, feriado de Natal.

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star. O ministro não atendeu o pedido da defesa para visitas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL).

O ministro do STF determinou ainda medidas de segurança no hospital. Uma determinação é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado.

"A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital", diz um trecho da decisão.

O ministro proibiu a entrada de celulares e outros equipamentos eletrônicos, determinando apenas a entrada de equipamentos médicos no quarto que receberá o ex-presidente.

JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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