Política

INFARTO CARDÍACO 

Vereador encarcerado por suspeitas de corrupção passa mal e o estado de saúde dele é 'delicado' 

Valter Brito foi detido 25 dias atrás por suposta ligação com fraude em licitações e contratos públicos e lavagem de dinheiro

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O vereador Valter Brito, do PSDB, pré-candidato a prefeito de Amambai, cidade sul-mato-grossense, sofreu infarto cardíaco, dentro da prisão, em Campo Grande e está internado no hospital da Cassems. 

No início da tarde desta segunda-feira (11), seu estado de saúde era tido como “delicado”, segundo pessoas que o conhecem. O Correio do Estado tentou mais detalhes com a assessoria de imprensa do hospital, no entanto, foi divulgado que “não [a Cassems] passa informações dos seus pacientes, sem autorização expressa [da família]”.  

Brito foi detido dia 16 do mês passado, 25 dias atrás, no âmbito da Laços Ocultos, operação conduzida pelo Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção.  

O vereador, que pediu afastamento do mandato depois da investida policial, segundo investigadores do caso, estaria envolvido com uma organização criminosa que atua, principalmente, em Amambai e é voltada à prática de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos e lavagem de dinheiro. 

SAÚDE DO PARLAMENTAR 

De acordo com a assessoria de imprensa do parlamentar, ele estava detido  no “Centro de Triagem Anísio Lima, situado em Campo Grande. Devido suas condições de saúde, Brito teve de ser levado imediatamente à UPA (Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Tiradentes)”. 

Depois disso, segue a assessoria, “após os primeiros cuidados médicos, notou-se que o político estava sofrendo de um infarto e então o transferiram para o CTI (Centro de Terapia Intensivo) do hospital da Cassems. 

A assessoria informou também que “a última informação recebida é de que Valter seria submetido nesta segunda-feira, 11 de dezembro, ao procedimento médico conhecido como uma Angioplastia Coronária [tratamento não cirúrgico das obstruções das artérias coronárias por meio de cateter balão, com o objetivo de aumentar o fluxo de sangue para o coração]”. 

O vereador já havia sofrido infarto antes. Em 2021, ele também foi internado por ter contraído a Covid-19. 

OPERAÇÃO 

O vereador afastado e pré-candidato a prefeito Valter Brito foi alvo da operação que atingiu um segundo vereador, quatro secretários municipais, servidores públicos e empresários de Amambai, Campo Grande, Bela Vista, Naviraí e Itajaí, em Santa Catarina.  

Ao todo, na ação foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva, entre os quais o de Valter Brito, e 44 mandados de busca e apreensão. O vereador também é dono da Construtora Silva, empresa especializada em asfalto. 

A investigação apura justamente fraudes em licitações públicas que têm como objeto a contratação de obras e serviços de engenharia em Amambai e outros municípios, que estariam sendo tocadas por empresas ligadas a familiares dos implicados, com sócios até então ocultos.  

Nos últimos seis anos, o grupo teria conseguido uma série de contratos, que superam a cifra de R$ 78 milhões.  

A investigação começou na 1ª Promotoria de Justiça de Amambai e foi desdobrada pelo Gecoc, braço do MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).  

Durante a operação, os prédios da prefeitura de Amambai e da Câmara Municipal da cidade estavam fechados. Uma funcionária relatou ao jornal que chegou para trabalhar, mas não pôde entrar, em virtude da ação.  

O MPMS também aponta que perícias de engenharia em obras vistoriadas presencialmente pelo corpo técnico detectaram superfaturamento e inexecução parcial.  

Uma análise realizada pelo MPMS também identificou “pagamento de propina das empresas integrantes do grupo criminoso em benefício de agentes políticos e servidores públicos municipais responsáveis pela fiscalização das obras”.  

Apesar de o vereador Valter Brito ser ex-líder do prefeito da cidade, Edinaldo Luiz de Melo Bandeira (PSDB), ainda não há informações se o prefeito estaria ligado ao esquema, uma vez que não foi alvo das buscas. 

Entre os itens apreendidos pelo MPMS durante a Laços Ocultos havia uma quantia em dinheiro vivo, que estava com um dos investigados na ação, cujo nome não foi divulgado. 

Segundo comunicado da Câmara Municipal de Amambai, apenas o gabinete de Valter Brito foi alvo da operação.  

 

INVESTIGAÇÃO

Beto assina o pedido para prorrogação da CPMI do INSS por mais quatro meses

A comissão termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas poderá chegar até julho com a possibilidade de alongamento

20/12/2025 08h20

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS Waldemir Barreto/Agência Senado

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Em razão da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira e que resultou nas prisões de Romeu Antunes – filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS – e de Éric Fidelis – filho do ex-diretor de Benefícios do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) André Fidelis –, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve ser prorrogada por mais 120 dias.

A informação é do deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB), membro titular da CPMI do INSS, que assinou, na quinta-feira, o pedido de alongamento dos trabalhos, em função dos desdobramentos dos últimos dias.

“Assinei o pedido proposto pelo deputado federal Marcel van Hattem [Novo-RS] e acredito que a CPMI do INSS será prorrogada por mais 120 dias”, declarou.

O parlamentar explicou ao Correio do Estado que os novos fatos têm de ser fiscalizados pela Câmara dos Deputados e o Senado.

“Essa ação é necessária para que possamos desvendar e entregar à população o fim dos descontos aos aposentados e pensionistas de uma vez por todas”, pontuou.

Beto Pereira ainda apresentou o paradoxo de que o cidadão comum para aposentar enfrenta uma burocracia sem tamanho e para as empresas poderem aplicar descontos há uma facilidade sem precedentes. 

“Para aposentar é tão difícil, pois o trabalhador tem de apresentar tantos documentos, entretanto, para descontar é tão fácil, não precisa nem enfrentar nenhuma fila”, ironizou.

ASSINATURAS

A oposição ao governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já conseguiu obter o número mínimo de assinaturas para prorrogar os trabalhos da CPMI do INSS. Foram obtidas, até esta sexta-feira, as assinaturas de 175 deputados federais e 29 senadores.

Segundo o deputado Marcel van Hattem, não houve assinatura de petistas dessa vez. “Em menos de 24 horas conseguimos obter todas as assinaturas”, disse o parlamentar pelas redes sociais.

“Protocolamos esse requerimento ainda nesta sexta-feira, para que nós possamos submeter à leitura do presidente do Congresso Nacional para que os trabalhos não parem”, declarou.

A CPMI do INSS termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas, com a possibilidade de prorrogação, ela poderia se estender até julho do próximo ano.

A operação da PF mirando o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e as revelações ligando Fábio Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, ao esquema de roubo de aposentadorias deram um novo fôlego ao colegiado. Tanto que o relator da CPMI do INSS, deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), pediu a convocação de Lulinha.

Durante a operação de quinta-feira, foram presos o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, o ex-chefe de gabinete de Weverton Rocha Romeu Carvalho Antunes, o filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis.

Como mostramos, a CPMI do INSS apontava o senador Weverton Rocha como um dos chamados “peixes grandes” no esquema.

O outro nome na mira da comissão é o do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT). Sobre Weverton, a esperança da CPMI era de que a PF pudesse desdobrar eventuais relações dele com o empresário Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor do senador.

Ele é apontado não somente como homem de confiança de Rocha, mas como quem teria assinado um documento que dava amplos poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, apontado pela PF como o “carregador de mala” do Careca do INSS.

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Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

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