Política

Dourados

Vereadora 'dona de zona', manda recado para políticos: "A farra acabou"

A vereadora eleita deixou claro que vai fiscalizar a conduta de servidores contratados e médicos que supostamente deixam a UPA antes do plantão terminar

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A vereadora eleita Isa Marcondes (Republicanos), eleita pelo município de Dourados, colocou no alvo de suas futuras fiscalizações a atuação dos servidores que, usualmente, assumem cargos por indicação assim como médicos que segundo ela abandonam o plantão deixando a população sem atendimento.

Eleita com o maior número de votos, a ‘cavala’, como é conhecida pelo povo douradense, assume o mandato juntamente com os eleitos para o pleito no dia 1º de janeiro de 2025.

Cargos comissionados

Como apalavrou com o eleitorado, quer seguir à risca o que frisa a todo momento em suas redes sociais: o papel do vereador é fiscalizar.

Para tanto, pretende passar um verdadeiro “pente fino” nos servidores indicados.

“Vou fiscalizar todos. Eu já falei para o prefeito Marçal Filho [indicar] pessoas com perfil técnico e não fazer como estava igual a essa gestão [Alan Guedes] que era uma ‘cabideira’ que só sustentou este povo sem futuro que não trabalhava”, disparou Isa Marcondes.

Saúde

Em específico, onde mais afeta a população, Isa indicou que irá ter um olhar especial pela questão da saúde no município. Servidor que não aparecer para trabalhar ou médico que "fugir" no meio do plantão será verificado.

“Tem muitos contratados, por exemplo, médicos que atendem três pessoas [no posto de saúde]; de repente, ele some para fazer uma cirurgia e atender no particular. Essa farra vai acabar; eles têm que aproveitar agora porque, no ano que vem, se eu pegá-los saindo de consultório e deixando o povo na fila, isso vai para a mídia, para o conhecimento do prefeito e do Ministério Público.”

Crédito: Eduardo Miranda / Correio do Estado

De olho na Câmara

Além disso, a Câmara Municipal, que atualmente funciona dentro do shopping enquanto a edificação passa por reforma, também estará nos radares da vereadora.

“Eu quero saber o que acontece dentro da Câmara, porque até a Câmara Municipal eu vou fiscalizar. Tem que ver tudo, os contratados, caso haja muitas contratações, pois sempre passa muito, né? Tem que colocar pessoas com perfil técnico. Para que, por um monte de gente, se eu consegui ganhar uma eleição com sete pessoas e dez cabos eleitorais?”, alertou Marcondes.

 

Campanha

Durante a campanha, Isa contou ao Correio do Estado que não organizou comícios e reuniões na casa das pessoas no município, em razão de achar que as pessoas estão cansadas desse formato de abordagem.

Indo na contramão, vestiu um colete de “Fiscal do Povo”, pegou o Jeep cedido pelo avô do neto e caiu nas ruas para ter o tête-à-tête com cada eleitor, o que demandou tempo e gerou várias gravações de denúncias nas redes sociais.

Com isso, a população começou a acionar Isa, e ela esteve em escolas, Upas e obras paradas, mostrando o que chamou de “descaso com o povo”.

Deste modo, conseguiu a confiança do eleitorado e, com a propaganda que chamou a atenção de todo o país: “Dourados está uma zona e de zona eu entendo” - ideia de seu amigo campograndense Juliano Vaca - foi eleita vereadora no dia 6 de outubro com 2.992 votos - com o maior percentual entre os eleitos

Tendo se autointitulado ‘terror de Dourados’, explicou que isso ocorrerá em formato de trabalho, dentro da lei e do que implica o cargo.

Vou entrar em órgãos públicos, vou entrar nos famosos depósitos para conferir a licitação. Eu quero saber dos remédios; se vieram os remédios, eu estou lá para fiscalizar e mostrar ao vivo no meu vídeo que estou observando tudo.”

Apoio de bancada

Independente de sigla ou ideologia partidária, Isa Marcondes reforçou que, se depender de verba para melhorias em Dourados, virá para Campo Grande conversar com os deputados estaduais e Brasília com os Federais.

“Eu só não vou fazer politicagem porque é isso que acaba com o nosso povo douradense. Sou política, eu vou bater em todos os gabinetes, seja de senador, de deputado federal e estadual. Todos de direita e esquerda”, contou Isa, e completou:

“Quero mostrar para o povo douradense quem está ajudando a gente. Não é só 2022: buscou voto e tchau. Nem lembra da gente. Independente de partido, vou falar com toda a bancada.”

Ainda fez o compromisso de divulgar em suas redes sociais os parlamentares que enviaram recurso e emenda para o município, para que o povo mais simples comece a entender o que é a política.

Divisão

Para a reportagem, Isa disse que a polarização de direita e esquerda trouxe problemas até para sua vida pessoal. Como a própria se define: lésbica, pela família, com amor a Deus e hoje em atuação do lado do povo, sem radicalismo.

Seguidora do presidente Bolsonaro, com quem possui forte identificação, não se considera conservadora, embora esteja em um partido conhecido por essa bandeira.

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Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

Política

Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

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O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

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