Política

Projeto Comprova

Vídeo não mostra Musk dizendo que suspensão do X no Brasil teria sido "jogo sujo"

Conteúdo foi fabricado utilizando uma dublagem falsa, com o intuito de enganar o público

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Falso

É falso o vídeo que circula no TikTok e mostra o empresário Elon Musk dizendo que a suspensão do X no Brasil “foi um jogo sujo”. O trecho utilizado pelo autor da postagem é de um discurso do empresário em um evento da Tesla, feito em junho deste ano, antes mesmo da suspensão da plataforma no Brasil, e o tema não foi abordado. O vídeo acrescenta às imagens uma dublagem falsa.

Conteúdo investigado: Vídeo mostra Elon Musk discursando em um evento. O áudio, em português, supostamente uma dublagem do que foi dito por Musk, indica que o empresário estaria parando sua apresentação para comentar o desbloqueio do X no Brasil, alegando que “foi um jogo sujo”, e que “o medo deles [autoridades brasileiras] era outro”, era “o poder de vocês, o poder de falar sem filtros, sem amarras” e que havia sido uma “guerra”.

Onde foi publicado: TikTok.

Conclusão do Comprova: O vídeo utilizado pelo autor da postagem foi feito durante a participação de Musk no “2024 Annual Stockholder Meeting”, um encontro anual da Tesla realizado em Austin, no Texas, no dia 13 de junho de 2024, dois meses e quatro dias antes do X fechar o escritório no Brasil após decisões do judiciário brasileiro. Conforme checado pelo Comprova, o conteúdo da dublagem é inventado, e não tem relação com a fala de Musk na ocasião.

Segundo a dublagem, Musk teria dito que tentaram de tudo para derrubar a plataforma por meio de “bloqueios, acusações, pressão de todo lado”. Teria, ainda, prometido seguir na luta para evitar que “eles” continuem “tentando controlar o que você fala”. Além de ter ocorrido antes do bloqueio do X no Brasil – e, consequentemente, antes da liberação da plataforma -, o tema não foi pauta do discurso do empresário durante o evento de junho.

Observa-se também que, para dificultar a identificação de onde foi feita a fala, o autor da postagem “espelhou” o vídeo, de forma que o letreiro que aparece atrás de Musk não pode ser lido facilmente.

Até o momento, Elon Musk ainda não se pronunciou oficialmente sobre o desbloqueio da rede social no Brasil, que ocorreu em 8 de outubro. Um perfil oficial da plataforma emitiu um comunicado afirmando que o “X tem orgulho de estar de volta ao Brasil” e que continuará a “defender a liberdade de expressão, dentro dos limites da lei”.

O Comprova entrou em contato com o autor do vídeo, mas não obteve resposta até o momento da publicação deste material.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 9 de outubro, apenas um dia após a publicação, o conteúdo já havia recebido mais de 125 mil visualizações, além de 15,5 mil curtidas, 3,2 mil comentários e 1,3 mil compartilhamentos.

Fontes que consultamos: Discurso de Elon Musk no evento da Tesla e perfis oficiais do empresário e do X nas redes sociais.

A liberação do X no Brasil

No dia 29 de agosto deste ano, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão imediata e completa do funcionamento do X (antigo Twitter) no Brasil. Antes da suspensão, a empresa anunciou o fechamento de seu escritório no Brasil em 17 de agosto, em protesto contra as decisões do ministro do STF.

A decisão pela suspensão da plataforma ocorreu por descumprimento de ordem judicial emitida pela Suprema Corte, que exigia a nomeação de um novo representante legal da empresa no país. Na ocasião, o STF notificou a empresa diretamente pela plataforma X. A empresa, no entanto, não cumpriu a ordem no período estipulado.

De acordo com o Supremo, a ausência de um representante legal no Brasil dificultou o cumprimento de ordens judiciais, como a remoção de conteúdos considerados ilegais. Ao determinar a suspensão imediata do X, Moraes solicitou diretrizes às empresas Apple, Google e provedores de internet, para que retirassem aplicativos VPN das lojas a fim de impedir o acesso à rede social em território nacional.

No entanto, horas depois da decisão sobre o bloqueio ter sido expedida, o ministro recuou sobre a retirada de aplicativos de VPN das lojas virtuais.

Após diversos ataques de Musk ao ministro do Supremo, em 20 de setembro, 22 dias depois do bloqueio do X no Brasil, a plataforma indicou a advogada Rachel de Oliveira Villa Nova como representante legal no Brasil. Ela já tinha desempenhado a mesma função antes do fechamento do escritório da empresa no país.

No dia 26 de setembro, a companhia enviou ao ministro todos os documentos solicitados para a retomada da rede social e bloqueou as nove contas solicitadas nas ordens judiciais.

Além disso, no dia 7 de outubro, a plataforma realizou o pagamento das multas determinadas por Moraes. Elas se referiam ao não cumprimento das ordens do ministro.

Nesta terça-feira (8), o magistrado determinou a liberação do X no país, dando à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) 24 horas para cumprir a decisão.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Essa não é a primeira vez que falas de Musk são “dubladas” de forma mentirosa. Em agosto deste ano, o Comprova mostrou que um vídeo mentia ao afirmar que ele teria dito que Lula “foi nomeado, e não eleito”. Além disso, desde o bloqueio do X no Brasil, o Comprova fez diversas checagens relacionadas ao tema, como quando o X voltou a funcionar temporariamente por causa de troca de servidor, não por pagamento de multa e que é enganoso post que associa queda em ações da Tesla com embates entre Musk e Alexandre de Moraes.

Investigado por: Correio do Estado e Tribuna do Norte.

Verificado por: O Povo; Folha; Terra; Estadão; Nexo e A Gazeta.

Acirramento

"Se não tiver jeito, vamos disputar", diz Loubet sobre embate com Gleice Jane no PT

Deputado federal e deputada estadual "brigam" internamente pela liderança do partido em Mato Grosso do Sul

31/03/2025 14h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A disputa pela liderança estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) pode se acirrar muito em breve entre o deputado Vander Loubet e a deputada estadual Gleice Jane. A sigla passa por um Processo de Eleição Direta (PED), que define o sucessor ou sucessora da atual presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, além dos membros das direções municipal e estadual do partido em todo o país, cadeira pleiteada por ambos. 

Deputado federal por seis mandatos, Loubet destacou ao Correio do Estado na manhã desta segunda-feira (31), que a intenção do partido é se fortalecer, entretanto, não descartou um possível embate contra a colega de partido, o que considerou algo extremo. 

“É uma disputa interna, o PT tem um regimento, uma democracia interna extremamente positiva, mas eu acho que não teria necessidade de chegarmos a esse extremo. Se tiver que partir para a disputa, nós vamos disputar, faz parte do jogo.”, declarou Vander, que disse respeitar a candidatura da deputada estadual. 

Questionado sobre as movimentações dentro do partido, o deputado federal destacou a importância da representatividade feminina, tanto de Gleice Jane, como da deputada federal Camila Jara dentro do partido. Segundo ele, ambas devem buscar a reeleição dos cargos que já ocupam.

“Temos de ter todo o cuidado, tanto com a reeleição dela (Gleice Jane), como com a reeleição da Camila. Não é fácil você construir quadros femininos, mulheres da política, fruto de muito trabalho, de uma dedicação do partido na construção dessas lideranças.”, frisou Loubet.

O deputado reafirmou sua candidatura ao Senado em 2026 e rechaçou um eventual enfraquecimento do partido por conta de sua disputa interna com Gleice Jane.

Outra projeção de Loubet foi a disputa nacional do PT, que prioriza a reeleição do presidente Lula. O deputado federal destacou que, apesar do otimismo, o cenário para o ano que vem é considerado difícil.

Para ele, a medida mais consciente é construir uma aliança mais ampla para auxiliar o presidente rumo ao 4º mandato, conquistar uma cadeira no Senado, manter as duas cadeiras na bancada federal (atualmente ocupadas por Loubet e Camila Jara), além de ampliar o número de deputados estaduais (cargos ocupados por Zeca do PT, Pedro Kemp, além de Gleice Jane).

“Podemos voltar agora num novo modelo, numa nova construção, voltar a sonhar em ocupar grandes espaços”, finalizou o deputado federal, que mira também um nome do partido para o governo estadual.

Disputas 

Cabe destacar que o partido historicamente é lembrado por suas disputas internas. Em 2002, Eduardo Suplicy e o próprio presidente Lula “brigaram” pela candidatura à presidência da República, vencida por Luiz Inácio. Em 2023, Camila Jara e Zeca tiveram uma “rixa” quanto à preferência do partido para a cadeira da Prefeitura de Campo Grande, corrida vencida por Camila. 

Relembre

Entre os candidatos para assumir a direção estadual, Vander é considerado da ala mais moderada, ao centro. Já a Gleice Jane, da ala mais à esquerda do partido.

Ambos foram confirmados em reunião da Direção Estadual do PT da Articulação de Esquerda, que esteve reunida em Dourados neste sábado (29).

A definição do pleito foi realizada com a presença do candidato à presidência Nacional do PT, o historiador Valter Pomar, onde ficou definido por unanimidade que a Deputada Gleice Jane será a candidata que vai disputar com o Deputado Federal Vander Loubet a direção do PT no Mato Grosso do Sul.

As eleições internas serão realizadas no dia 6 de julho. Em janeiro deste ano o Diretório nacional do partido aprovou os prazos para inscrição das chapas que concorrerão às três instâncias de direção, definidos segundo o calendário abaixo:

  • em nível municipal e zonal: entre 12 de março e 14 de abril
  • em nível estadual: entre 11 de março e 28 de abril
  • em nível nacional: entre 10 de março e 19 de maio

Atualmente Humberto Costa é quem comanda o cargo da presidência do PT até a realização das eleições diretas, já que a atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, assumiu a Secretaria de Relações Institucionais do Brasil no fim do mês de fevereiro.

Cenário nacional

No contexto nacional das eleições para presidente do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva é cotado como um dos favoritos a vencer a disputa, já que recebeu o apoio do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Edinho é um sociólogo e político brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores. Foi Vereador do município de Araraquara (SP) deputado estadual e ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Além do Edinho, o atual secretário de Relações Internacionais, Romênio Pereira, será candidato pela tendência Movimento PT.

Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, Romênio Pereira é natural de Patos de Minas (MG) e iniciou a sua trajetória no movimento sindical no início dos anos 1980 em seu estado natal. Ele já ocupou várias funções no PT-MG e também na direção nacional do partido.

Quem concorre também à presidência nacional é o historiador e membro do Diretório Nacional do PT, Valter Pomar, que registrou sua candidatura para concorrer à presidência representando o movimento Articulação de Esquerda.

*Colaborou Judson Marinho

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PROJETO DE PODER

Presidente da União dos Vereadores faz manobra para obter mais uma reeleição

Após aceitar associação da Câmara da Capital, Jeovani Vieira diz que só tem direito a voto filiados há mais de seis meses

31/03/2025 08h00

O presidente da UCVMS, Jeovani Vieira dos Santos (PSDB), vai tentar mais uma reeleição

O presidente da UCVMS, Jeovani Vieira dos Santos (PSDB), vai tentar mais uma reeleição Foto: Arquivo

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Mesmo sendo réu na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos por possíveis irregularidades na prestação de contas da União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) relativa a 2021, além de ter uma condenação de mais de 15 anos de prisão na 1ª Vara Federal de Naviraí pelo crime de peculato, o atual presidente da entidade, Jeovani Vieira dos Santos (PSDB), manobra para tentar mais uma reeleição no pleito desta quarta-feira.

Caso as artimanhas adotadas pelo vereador de Jateí deem resultado, ele poderá continuar à frente da entidade por mais quatro anos, passando, dessa forma, quase 20 anos no cargo – função que já ocupa há mais de 10 anos.

Como parte desse plano, Santos vetou o retorno da Câmara Municipal de Campo Grande ao quadro de entidades associadas, o qual atualmente conta com apenas 29 das 79 Câmaras Municipais de Mato Grosso do Sul.

Entretanto, após o presidente da Casa de Leis da Capital, vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), o Papy, ingressar no dia 21 de fevereiro com uma ação de obrigação de fazer combinado com consignação em pagamento – com pedido de tutela de urgência e em desfavor da entidade – junto à 14ª Vara Cível de Campo Grande, o presidente da UCVMS recuou.

Diante da ação judicial, Santos acabou por aceitar o retorno da Câmara Municipal de Campo Grande ao quadro de associadas, do qual a Casa de Leis saiu em 2023 e pediu o retorno neste ano, pois o vereador Junior Coringa (MDB) é o candidato a vice-presidente na chapa de oposição ao atual presidente da UCVMS.

No entanto, Santos não deu ponto sem nó e mostrou ao jurídico da Câmara da Capital o regimento interno da entidade, o qual só permite direito a voto vereadores que têm mais de seis meses de filiação.

Portanto, com exceção de Junior Coringa e Neto Santos (Republicanos), os quais já tinham se filiado de forma avulsa no ano passado, os demais 27 parlamentares da Casa de Leis de Campo Grande não poderão votar.

Além disso, Papy informou ao Correio do Estado que essa não foi a única manobra de Santos para continuar no poder, pois, com medo de uma eventual derrota no pleito deste ano, ele já tinha alterado o regimento interno da UCVMS em 2024, a fim de que ex-vereadores também tenham dinheiro a voto.

Ainda, de uma tacada só, filiou 140 ex-parlamentares para que possam votar nele para presidente. Papy disse que recorreu à Justiça para lutar pelo direito de voto dos vereadores de Campo Grande, ainda mais porque colegas da Casa de Leis estão na chapa de oposição.

“O atual presidente manobrou para que fôssemos impedidos de votar. Jeovani Vieira dos Santos mudou diversas vezes o estatuto e, além de permitir que ex-vereadores possam votar, também impediu que vereadores eleitos para o primeiro mandato possam participar do pleito. Um total absurdo”, lamentou.

O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande reforçou que todas essas manobras do atual presidente da UCVMS são “uma vergonha”.

“Tudo isso para continuar à frente da entidade e, dessa forma, ter poder de barganha política junto à bancada federal do Estado no Congresso Nacional, bem como junto à Assembleia Legislativa e ao governo estadual. Porém, na política, como diz o ditado, quem pode mais chora menos”, reclamou Papy.

SAIBA

A União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) realiza nesta quarta-feira, em sua sede (Avenida Hiroshima, nº 1.561, Bairro Carandá Bosque II, em Campo Grande), a eleição da diretoria para o quadriênio 2025-2028. Estão na disputa o atual presidente, o vereador de Jateí Jeovani Vieira (PSDB), tendo como vice o vereador de Dourados Sérgio Nogueira (PP), e o vereador douradense Daniel Júnior (PP) e seu vice, o vereador campo-grandense Junior Coringa (MDB). 

Além de presidente e primeiro-vice-presidente, também serão escolhidos o segundo-vice-presidente, o secretário-geral, o primeiro e segundo-secretários, o tesoureiro, o primeiro e segundo-tesoureiros e os diretores de Patrimônio, Saúde, Eventos, Relações Públicas, Esportes, Assistência Social, Assuntos Municipais, Assuntos Especiais e Obras. Ainda, o suplente de diretoria e o conselheiro fiscal e seu suplente.

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