Política

VEREADOR CAMPO GRANDE

Do balcão da farmácia, Zé conquistou um gabinete na Câmara de Campo Grande

Conheça Zé da Farmácia, funcionário do mesmo estabelecimento há 32 anos e que agora será vereador

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Quem verificou a lista dos vereadores eleitos de Campo Grande, ao ver o terceiro mais votado da lista, dever ter se perguntado: 

“Quem é esse Zé da Farmácia?”. 

O Correio do Estado foi às Moreninhas para entrevistar Jacinto Luna Neto, ou simplesmente Zé da Farmácia (Podemos), e lá foi possível compreender que o desconhecido da maioria dos moradores da Capital, além de ser muito popular no bairro – um dos maiores da cidade –, é famoso pelo atendimento atrás do balcão da farmácia em que ele é funcionário.  

Antes de tudo, uma curiosidade que chamou a atenção da reportagem foi o nome. 

Apesar de se chamar Jacinto, ele ficou conhecido como Zé da Farmácia. 

Ao ser questionado sobre o porquê do apelido, ele afirmou que não tem muita explicação.  

“Por eu sempre trabalhar na mesma farmácia há 33 anos, desde que cheguei, fiquei conhecido como Zé da Farmácia. Não sei por que esse nome ficou conhecido, mas pegou, e aqui ninguém me chama pelo meu nome de batismo. 

É o Zé da Farmácia, sem ao menos ser dono de uma farmácia”, brincou.

Natural de Vicentina, interior do Estado, Zé chegou em Campo Grande com 16 anos, em 1988. 

O primeiro emprego na cidade foi no atual local de trabalho, onde hoje completa 32 anos atrás do mesmo balcão. 

Figura divertida e de sorriso fácil, outra característica que chama a atenção do mais novo político é que ele conhece todos os clientes pelo nome, – pelo menos ele tratava todos os clientes que chegavam com muita proximidade enquanto a entrevista ocorria.

Além disso, cada um dos consumidores que entrava no comércio fazia questão de cumprimentá-lo pela vitória nas urnas. 

E foi por causa desta popularidade que o atendente de farmácia desde seus 16 anos conquistou o eleitorado.  

A primeira eleição que disputou foi em 2016, pelo Pros. 

A decisão foi tomada em razão da cobrança dos moradores para que ele se candidatasse, mas não saiu vitorioso daquele pleito.

“Eu faço política há muitos anos, porém fora de qualquer cargo eletivo. Com meu trabalho aqui na farmácia eu sempre procurei ajudar a todos, na medida do possível. Por muitas vezes um cliente antigo chega aqui e fala que não tem todo o dinheiro para comprar um medicamento. Quando isso acontece, faço um rateio junto aos colegas, pego o valor que ele tem e compramos a medicação. É muito duro ver uma pessoa com dor e não poder comprar o remédio que pode amenizar esse sofrimento”, contou.

Como liderança de bairro, ele afirmou que participou de diversas reuniões com o poder público. 

Para Zé da Farmácia, esses encontros e conversas lhe deram a “cancha” necessária para entender como funciona o setor. 

“Participei de diversas reuniões onde reivindicava desde asfalto até medicamentos no postos de saúde da região. Toda essa experiência me deu coragem para enfrentar uma eleição e vencer, como aconteceu agora. Portanto, hoje sinto que posso fazer bem mais dentro da Câmara Municipal”, explicou.

ELEIÇÃO

Sobre a vitória nas urnas, o vereador eleito disse que esperava uma votação expressiva na região das Moreninhas e que ela poderia lhe dar uma cadeira na Câmara. Porém, ele ainda contou com o apoio da deputada federal Rose Modesto (PSDB), que para ele foi fundamental para conquistar voto em outras regiões da Capital.  

“Eu sempre fui eleitor e cabo eleitoral da deputada, sendo que na eleição que lhe deu a vaga na Câmara Federal trabalhei de forma voluntária. Devido a essa dedicação, a Modesto prometeu que me apoiaria e cumpriu essa promessa. Sou muito grato a ela e a todos os cabos eleitorais que ela me indicou, pois eles foram fundamentais para que nossa campanha fosse ainda maior”, agradeceu.  

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PLATAFORMAS

Segundo Zé, agora como vereador ele quer trazer para a região, bem como a outros bairros da periferia da Capital, cursos profissionalizantes destinados aos jovens que pretendem entrar no mercado de trabalho. 

Além disso, ele pretende viabilizar obras de infraestrutura, como forma de atender à principal reclamação feita pelos seus eleitores, que é a falta de asfalto.  

“Nós temos espaços físicos que poderiam ser utilizados para a formação profissional desses jovens da região, como a associação de bairro ou igrejas católicas e evangélicas. Nós temos instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial [Senai], que já tem esse know-how [habilidade adquirida pela experiência], e podemos fazer uma parceria. Além disso, a infraestrutura, principalmente em bairros mais afastados de nossa cidade, é precária, e eu acredito que esse é trabalho do vereador: tentar viabilizar essas melhorias”, projetou.  

Apesar do olhar mais social, a prioridade é a área da saúde. Nesse setor, ele pretende buscar um atendimento humanizado aos pacientes dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

“Temos muitos profissionais bons, que tratam o enfermo de forma humana, porém alguns não têm esse mesmo carinho. Eu pretendo conversar com os gestores dos postos para tentar entender por que isso acontece e mudar essa realidade. Podemos também buscar parcerias para realizarmos palestras e capacitações, a fim de melhorar esses profissionais e, consequentemente, o atendimento”, exemplificou.

FALTA DE REMÉDIOS

Questionado pelo Correio do Estado sobre o porquê da falta de medicação gratuita nas unidades públicas de saúde, o vereador eleito acredita que às vezes falta gestão e planejamento.

“Por exemplo, aqui na farmácia, sabemos que junho, julho e agosto são meses em que se tem uma maior contaminação de gripe. Sabendo disso, nos preparamos anteriormente para que os medicamentos que combatem a doença não faltem. Portanto, no sistema público de saúde, é isso que deve acontecer, se preparar para que esses períodos sazonais sejam enfrentados da melhor forma”, finalizou.

Aos 58 anos, Zé da Farmácia assume seu primeiro mandato como vereador em Campo Grande

Dentre os 29 vereadores que assumiram a Câmara Legislativa Municipal de Campo Grande para o mandato 2021-2024 está Zé da Farmácia, que conquistou 4.680 votos. Assim, estréia na condição de legislador na capital do Mato Grosso do Sul.

Iniciando o seu primeiro mandato como vereador nesse ano, o político surge após uma longa caminhada junto à comunidade campo-grandense. Suas responsabilidades, agora, somam inúmeros deveres com a população do MS, os quais somente aumentam mediante a pandemia de Covid-19.

Abaixo, conheça mais sobre a trajetória do político, a conquista do mandato e, também, quais são os desafios que ele e seus 28 colegas assumem a partir deste ano. 

Zé da Farmácia: Conheça sua trajetória

Zé da Farmácia é alcunha com pela qual José Jacinto Luna Neto é conhecido e, também, pela qual concorreu nas urnas das eleições municipais de Campo Grande em 2020. Vitorioso nesse pleito municipal, chega à função de vereador em sua segunda tentativa ao cargo.

Nascido em Vicentina, no Mato Grosso do Sul, começou sua vida no interior. Ainda jovem, auxiliava sua família nos trabalhos no campo, atuando na agricultura. Também na juventude conquistou o cargo de ajudante de farmácia, no qual se desenvolveu ao longo dos anos.

Zé da Farmácia, então, mudou-se, com ajuda dos familiares, para Campo Grande aos 17 aos. Assim, aprofundou-se em seus conhecimentos farmacêuticos e, também, no atendimento ao público.

Foi no seu contato com a população de Campo Grande que ele desenvolveu o tino para a política. Afinal, acostumado a escutar os problemas e dificuldades da comunidade, percebeu que teria formas de ajudá-la de forma mais efetiva na carreira política.

Foi dessa forma que Zé da Farmácia resolveu redirecionar a sua atenção e comprometimento com a população para a vida política. Os primeiros passos, então, ocorreram como vice-presidente da Associação de Moradores da Moreninhas I e II.

Já em 2016 ocorreu sua primeira tentativa ao cargo de vereador. Entretanto, somente nas eleições municipais de 2020 foi que conquistou o seu primeiro mandato, que assumiu no último dia 01º de janeiro de 2021. Com isso, possui obrigações com a comunidade campo-grandense até o final de 2024, quando poderá 

Eleição de Zé da Farmácia ocorre em sua segunda disputa no pleito municipal para vereadores

Em sua primeira tentativa de conquistar o cargo de vereador na cidade de Campo Grande, José Jacinto conquistou 2.777 votos. Contudo, eles não foram suficientes para a conquista da tão sonhada vaga de legislador municipal.

O jogo reverteu, contudo, nas eleições de 2020. Assim, no ano anterior Zé da Farmácia conquistou incríveis 4.680 votos, adentrando como um dos vereadores que assumem o mandato 2021-2024 na capital do Mato Grosso do Sul.

Seus objetivos enquanto vereador se relacionam ao diálogo intenso e próximo à sociedade. A partir disso, o desenvolvimento de leis que possam abarcar as soluções que são necessárias para melhorar a vida da comunidade.

Da mesma forma, a assistência social consiste em um dos alicerces de sua candidatura. Por isso, sua eleição é envolta em grandes expectativas para o futuro, especialmente perante o cenário de Covid-19 que é uma realidade no Brasil desde março do ano passado.

Câmara Municipal de Vereadores recebe 29 vereadores para o mandato 2021-2024

Foram 29 os vereadores eleitos em 2020 para assumir o mandato legislativo na Câmara Legislativa Municipal de Campo Grande entre o início de 2021 e o final de 2024. Dentre eles está Zé da Farmácia, que assume o cargo pela primeira vez.

Além dele, outros 15 vereadores também são novatos no cargo. Um, por outro lado, retorna à casa legislativa após um período afastado da função. Os demais 12, então, foram reeleitos.

Com isso, tem-se que a Câmara de Vereadores da capital do Mato Grosso do Sul conseguiu um cenário bastante diverso, tanto quanto à experiência dos legisladores quanto pelas suas carreiras e conhecimentos anteriores.

Por exemplo, Zé da Farmácia aparece como um expoente da área da assistência social, atendimento à população e às noções de saúde. Por outro lado, são inúmeros os vereadores que advém da área de educação, segurança pública e, também, jurídica.

Essa soma, então, deve culminar em trabalhos bastante completos desde que realizados de maneira conjunta e organizada. A partir deles, é possível que a população seja beneficiada com novas leis e soluções para os seus problemas.

  • Posse: 01/01/2021
  • Nome: Zé da Farmácia
  • Partido: PODEMOS
  • Votos: 4680
  • Nascimento: 20/02/1970
  • Naturalidade: Fátima do Sul-MS
  • Estado Civil: Casado
  • Escolaridade: Ensino Médio Completo
  • Telefones: (67) 3316-1531 / 1532
  • E-mail: [email protected]
  • Assessoria de Imprensa: -

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ENTREVISTA

"Não demonizo a classe política, exceções e malfeitos estão em todas as áreas"

O ex-deputado federal também revelou que, caso seja confirmada a sua candidatura, a ex-primeira-dama do Estado Dona Gilda será a sua vice

20/12/2025 09h00

Fábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federal

Fábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federal Marcelo Victor/Correio do Estado

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Após ser lançado como pré-candidato a governador de Mato Grosso do Sul pelo PT, o ex-deputado federal Fábio Trad concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado para comentar sobre esse novo desafio político na sua carreira pública.

“Posso dizer que cheguei a este momento com certa maturidade política, experiência no trato com a coisa pública e conhecimento do funcionamento do Estado brasileiro”, declarou.

Ele também destacou que suas prioridades serão as áreas essenciais que mais afetam a vida cotidiana das pessoas: saúde, educação e segurança pública.

Já na área ambiental, Fábio Trad disse que o Pantanal é patrimônio ambiental e ativo econômico. “Preservá-lo não é obstáculo ao desenvolvimento, mas condição para que ele seja sustentável e permanente”, ressaltou.

Para a segurança pública, o ex-deputado federal disse que agirá com inteligência, rigor, integração entre forças, cooperação federativa e investimento em tecnologia.

“Segurança pública não se faz apenas com discurso, mas com estratégia, coordenação, legalidade e profissionalismo. Polícia valorizada é garantia de segurança para a sociedade”, afirmou o pré-candidato a governador.

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O que levou o senhor a disputar o governo de Mato Grosso do Sul neste momento da sua trajetória política?

Por enquanto, sou pré-candidato. Pré! Portanto, não falo como candidato, mas respondendo à sua pergunta, posso dizer que cheguei a este momento com certa maturidade política, experiência no trato com a coisa pública e conhecimento do funcionamento do estado brasileiro.

Entendo que Mato Grosso do Sul precisa dar um salto de qualidade na gestão pública, com mais sensibilidade social, planejamento e compromisso democrático.

Penso que, confirmada a candidatura, posso contribuir para um debate público com equilíbrio, diálogo e responsabilidade, até porque Mato Grosso do Sul precisa ter uma campanha eleitoral de verdade, honesta, leal, franca.

Caso contrário, os quatro anos do atual governador não serão submetidos a qualquer escrutínio público e isso não é bom para a população e para o Estado.

Qual é a principal diferença entre o seu projeto de governo e o da atual administração estadual?

Sendo confirmada a candidatura, proporei um modelo totalmente diferente da atual gestão. Isto porque a diferença central está na concepção de Estado.

Defendo um governo que enxergue desenvolvimento e justiça social como dimensões inseparáveis, com políticas públicas avaliáveis, transparência real e foco em resultados concretos para a população, especialmente nas áreas essenciais.

Quais serão as três prioridades do seu governo nos primeiros cem dias, se eleito?

Se confirmar minha candidatura, porque sou pré-candidato, as prioridades serão as áreas essenciais que mais afetam a vida cotidiana das pessoas: saúde, educação e segurança pública.

Na saúde, organizar a rede para reduzir filas e melhorar o acesso. Na educação, garantir condições adequadas de funcionamento das escolas e valorização dos profissionais. Na segurança, fortalecer ações integradas e inteligentes para ampliar a proteção da população.

Enfim, estabelecer um pacto institucional com os municípios para revisar prioridades orçamentárias e garantir que recursos públicos cheguem onde a população mais precisa.

Como o senhor pretende gerar emprego e renda em um estado fortemente dependente do agronegócio?

Se confirmar a candidatura, valorizando o agronegócio, mas diversificando a economia. Isso passa por incentivar cadeias produtivas locais, agregar valor à produção, fortalecer a indústria, a bioeconomia, a ciência, a inovação e apoiar pequenas e médias empresas.

De que forma seu governo pretende conciliar produção agrícola e preservação do Pantanal?

Se for confirmada a candidatura, com base na ciência, no cumprimento da lei e no diálogo. O Pantanal é patrimônio ambiental e ativo econômico. Preservá-lo não é obstáculo ao desenvolvimento, mas condição para que ele seja sustentável e permanente.

Mato Grosso do Sul vive conflitos históricos envolvendo terras indígenas. Qual será a sua postura como governador diante desse cenário?

Se for candidato, proporei uma atuação com firmeza institucional, respeito à Constituição e diálogo permanente.

Conflitos não se resolvem com omissão nem com radicalismo, mas com mediação qualificada, segurança jurídica e presença efetiva do Estado. Os direitos serão conciliados com muita escuta, diálogo paritário, respeito e estrito cumprimento da lei.

A saúde pública é uma das maiores queixas da população. O que o senhor fará para reduzir filas e melhorar o atendimento?

Sendo confirmada a candidatura, o tripé será: gestão, planejamento e integração. É preciso melhorar a regulação, fortalecer a atenção primária, otimizar o uso da rede existente e apoiar com muita força os municípios, que são a porta de entrada do sistema de saúde pública.

Como enfrentar o crime organizado e o tráfico nas regiões de fronteira do Estado?

Sendo confirmada a candidatura, com inteligência, rigor, integração entre forças de segurança, cooperação federativa e investimento em tecnologia. Segurança pública não se faz apenas com discurso, mas com estratégia, coordenação, legalidade e profissionalismo. Polícia valorizada é garantia de segurança para a sociedade.

Caso não tenha maioria na Assembleia Legislativa, como pretende governar e aprovar projetos?

Se se confirmar a minha candidatura, asseguro que haverá permanente diálogo institucional, respeito às diferenças e construção de consensos em torno do interesse público. Governar não é impor, mas construir o que é possível visando o bem comum. O Legislativo será respeitado e valorizado.

Não demonizo a classe política, exceções e malfeitos estão em todas as áreas humanas.

Só se avança em gestão se conjugarmos as ações na primeira pessoa do plural, nunca no personalismo. Será um governo de parcerias institucionais sólidas, transparentes e republicanas focadas nos interesses da população.

Por que o eleitor sul-mato-grossense deve confiar no senhor para governar o Estado?

Essa pergunta deve ser feita ao eleitor. De minha parte, só posso dizer que não proporei nada que não possa ser cumprido.

Como o senhor pretende contornar o fato de o seu irmão senador Nelsinho Trad disputar a reeleição apoiando a direita?

Com serenidade e respeito. Somos pessoas públicas com trajetórias, posições e responsabilidades próprias. O eleitor sabe distinguir relações familiares de projetos políticos. Não nascemos irmãos para sermos aliados na política, mas no afeto e no amor. Isso é inquebrantável!

Quem está cotado para ser seu pré-candidato a vice-governador?

Será a ex-primeira-dama do Estado Dona Gilda, esposa do deputado estadual Zeca do PT. A Dona Gilda é muito querida, respeitada, eticamente conceituada e trabalhadora, com experiência bem-sucedida em programas sociais de redistribuição de renda.

Ela dialoga bem com povos originários, quilombolas e indígenas, focando nos mais vulneráveis e na grande quantidade de pessoas pobres no Estado.

Como o senhor avalia a gestão do presidente da República?

O governo federal teve um bom desempenho, apesar de ser atrapalhado e sabotado por um congresso inimigo do povo. A conquista da isenção do Imposto de Renda para 58% da classe trabalhadora [até R$ 5.000, com benefício adicional até R$ 7.500] equivale a um 14º salário para muitos.

Essa medida é crucial para aumentar a renda da classe média trabalhadora e dos mais vulneráveis, embora possa não fazer diferença para salários mais altos”.

O senhor se sente à vontade no PT defendendo seus projetos de Estado?

Fui recebido com carinho e respeito pelos militantes do PT e do campo da esquerda, em virtude de minhas posições críticas ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) desde 2019.

Com relação ao preconceito que as pessoas têm em relação ao PT, posso desmistificar essa ideia dizendo que é um partido muito aguerrido e combativo.

O PT é uma legenda programática, propositiva, muito preocupada com a questão social e a maior da América Latina.

O Brasil, sob o governo do presidente Lula, experimentou profundas transformações econômicas. O País saiu do mapa da fome, retirou 2 milhões de famílias do Bolsa Família, reduziu a taxa de desemprego e controlou a inflação, que hoje está compatível com a meta.

Houve uma diminuição significativa da desigualdade social, um problema histórico no Brasil. Os indicadores econômicos apontam para uma era de prosperidade, aumentando a renda e a dignidade das pessoas mais vulneráveis no nosso Estado.

*PERFIL

Fábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federalFábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federal - Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado
 

Fábio Trad

É advogado e professor universitário, com atuação reconhecida nas áreas de Direito Penal e Constitucional. Foi deputado federal por três mandatos consecutivos, período em que se destacou nacionalmente pela qualidade técnica de sua atuação parlamentar, sendo reiteradamente apontado como um dos melhores legisladores do País.

No Congresso Nacional, teve participação relevante em comissões estratégicas e nos principais debates sobre democracia, direitos fundamentais, justiça social, saúde, educação e segurança pública, sempre com postura independente, republicana e fiel à Constituição.

Na advocacia, atua no foro e nos tribunais, inclusive em instâncias superiores. Na docência, dedica-se à formação jurídica com foco na técnica e na função social do Direito. É palestrante e articulista, participando ativamente do debate público sobre temas jurídicos e institucionais.

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INVESTIGAÇÃO

Beto assina o pedido para prorrogação da CPMI do INSS por mais quatro meses

A comissão termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas poderá chegar até julho com a possibilidade de alongamento

20/12/2025 08h20

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS Waldemir Barreto/Agência Senado

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Em razão da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira e que resultou nas prisões de Romeu Antunes – filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS – e de Éric Fidelis – filho do ex-diretor de Benefícios do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) André Fidelis –, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve ser prorrogada por mais 120 dias.

A informação é do deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB), membro titular da CPMI do INSS, que assinou, na quinta-feira, o pedido de alongamento dos trabalhos, em função dos desdobramentos dos últimos dias.

“Assinei o pedido proposto pelo deputado federal Marcel van Hattem [Novo-RS] e acredito que a CPMI do INSS será prorrogada por mais 120 dias”, declarou.

O parlamentar explicou ao Correio do Estado que os novos fatos têm de ser fiscalizados pela Câmara dos Deputados e o Senado.

“Essa ação é necessária para que possamos desvendar e entregar à população o fim dos descontos aos aposentados e pensionistas de uma vez por todas”, pontuou.

Beto Pereira ainda apresentou o paradoxo de que o cidadão comum para aposentar enfrenta uma burocracia sem tamanho e para as empresas poderem aplicar descontos há uma facilidade sem precedentes. 

“Para aposentar é tão difícil, pois o trabalhador tem de apresentar tantos documentos, entretanto, para descontar é tão fácil, não precisa nem enfrentar nenhuma fila”, ironizou.

ASSINATURAS

A oposição ao governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já conseguiu obter o número mínimo de assinaturas para prorrogar os trabalhos da CPMI do INSS. Foram obtidas, até esta sexta-feira, as assinaturas de 175 deputados federais e 29 senadores.

Segundo o deputado Marcel van Hattem, não houve assinatura de petistas dessa vez. “Em menos de 24 horas conseguimos obter todas as assinaturas”, disse o parlamentar pelas redes sociais.

“Protocolamos esse requerimento ainda nesta sexta-feira, para que nós possamos submeter à leitura do presidente do Congresso Nacional para que os trabalhos não parem”, declarou.

A CPMI do INSS termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas, com a possibilidade de prorrogação, ela poderia se estender até julho do próximo ano.

A operação da PF mirando o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e as revelações ligando Fábio Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, ao esquema de roubo de aposentadorias deram um novo fôlego ao colegiado. Tanto que o relator da CPMI do INSS, deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), pediu a convocação de Lulinha.

Durante a operação de quinta-feira, foram presos o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, o ex-chefe de gabinete de Weverton Rocha Romeu Carvalho Antunes, o filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis.

Como mostramos, a CPMI do INSS apontava o senador Weverton Rocha como um dos chamados “peixes grandes” no esquema.

O outro nome na mira da comissão é o do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT). Sobre Weverton, a esperança da CPMI era de que a PF pudesse desdobrar eventuais relações dele com o empresário Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor do senador.

Ele é apontado não somente como homem de confiança de Rocha, mas como quem teria assinado um documento que dava amplos poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, apontado pela PF como o “carregador de mala” do Careca do INSS.

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