O assassinato da travesti “Bruna Toro”, de nome de registro Renato Souza dos Santos, 35 anos, envolveu quatro outras travestis e foi cometido porque ela extorquia colegas de programa sexual, exigindo delas todo o dinheiro que ganhavam. A informação é da delegada Célia Bezerra, da 4ª Delegacia de Polícia, responsável pelo esclarecimento do caso e prisões das envolvidas, cujos nomes ainda não foram divulgados.
“Bruna Toro” morreu em consequência de sete facadas, pedradas e pauladas. O crime ocorreu na noite de quinta-feira (9), na Rua Estevão Capriata, na Vila Progresso, e a travesti morreu no início da madrugada do dia seguinte, na Santa casa.
Segundo informações da delegada, ainda na sexta-feira, o caso foi esclarecido e o grupo envolvido no homicídio preso em flagrante no pensionato onde morava, na Rua dos Operários, Vila Albuquerque. “Identificamos os autores e fizemos a prisão em flagrante. Na madrugada de sábado encaminhei pedidos de prisão preventiva ao juiz que os converteu”, disse a autoridade policial.
As travestis que cometeram o crime disseram que desde o começo deste mês vinham sendo extorquidas por “Bruna Toro”. “Sob ameaças, ela exigia todo o dinheiro que as demais arrecadavam em programas, como uma espécie de pedágio. Começou a fazer a cobrança desde que estava foragida do sistema prisional, dia 8 deste mês. Saiu e passou a ganhar a vida desta maneira”, pontou Célia Bezerra.
Neste período, apenas de uma das colegas de programa, “Bruna Toro”, pegou R$ 200. “É um valor alto, considerando que cobram R$ 10 por cliente”, destacou a autoridade.
Na ocasião em que foi esfaqueada, “Bruna Toro” havia ido cobrar mais dinheiro. “Com uma faca exigiu dinheiro, houve luta corporal e uma das travestis conseguiu desarmá-la, golpeando-a enquanto as outras a atacavam com pedras, pedaços de madeira, o que encontraram pelo local”, disse a delegada.
As presas foram indiciadas por homicídio doloso (quando há intenção no crime). A Delegacia Geral avalia se irá divulgar as verdadeiras identidades dos autores.