Cidades

história

Guerra do Paraguai completa 150 anos neste sábado

Guerra do Paraguai foi deflagrada no dia 27 de dezembro de 1864, em Forte Coimbra

CELSO BEJARANO E OSCAR ROCHA

27/12/2014 - 11h26
Continue lendo...

Exatos 150 anos atrás (27 de dezembro de 1864), segundo cálculos de historiadores, deflagrava-se em Forte Coimbra, distrito de Corumbá, perto da fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia, o mais sangrento dos duelos armados da América Latina, a Guerra do Paraguai, país que lutou sozinho contra a chamada Tríplice Aliança, combinado composto por Brasil, Argentina e Uruguai. 

À época, depois de saquearem o comércio da cidade de Corumbá, 2,3 mil soldados paraguaios avançaram sobre o Forte, obrigando a rendição de militares e civis que ali moravam, em torno de 200 pessoas. 

Dali em diante, batalhas se espalharam até março de 1870, período de seis anos. Resultado do confronto: venceram os países que se aliaram. Sequela do combate: além dos danos financeiros, embora números não 100% confiáveis indicam a morte de ao menos 300 mil pessoas entre civis e militares, dos quais em torno de 200 mil eram nascidos no Paraguai, nação vizinha que, à época, tinha entre 650 mil a 800 mil habitantes. 

Até o motivo da guerra ainda é dúvida para os pesquisadores, a mais aceita das versões seria a de que o ditador paraguaio, Francisco Solano Lopes, queria expandir seu território com a intenção de manter o domínio sobre navegação que ligaria seu país ao oceânico atlântico.

O desfecho da briga mudou a história de Mato Grosso do Sul. Se os paraguaios vencessem, por exemplo, ao menos 15 municípios de MS seriam deles.

PONTO DE VISTA
Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Ana Paula Squinelo explica a razão de a Guerra do Paraguai parecer um fato vivo para o povo paraguaio, enquanto no Brasil, apenas um elemento da  história do século 19.

“É fato que no Paraguai os eventos concernentes à Guerra do Paraguai ganham outras dimensões, seja na memória ou na história da população guarani, trata-se de um conflito que dizimou parte significativa da população, seja nos aspectos demográficos, como nos relacionados à economia. O Paraguai foi destruído ao longo dos cinco anos de guerra e, após esta, teve de conviver com um longo período de ocupação das forças aliadas.  Nesse sentido, os eventos relacionados à guerra ainda se fazem presentes no imaginário da nação paraguaia à medida que parte de seu atraso econômico, por exemplo, é creditado ainda por uma parte da população, a experiência bélica; desta forma, esse passado é cotidianamente relembrado pela história e na memória presente”.

Mato Grosso do Sul está diretamente ligado à guerra de 150 anos atrás, mas o assunto não é tratado como deveria. O que deveria ser feito no Estado para evidenciar a importância do conflito?

Para Ana Paula, o problema é que no Estado de MS a temática Guerra do Paraguai foi apropriada pela elite e por diferenciados projetos governamentais com o intuito de forjar uma história e uma memória que atenda aos preceitos de um determinado grupo social. Em momentos distintos da história do estado, a guerra foi “revisitada”; isso ocorreu, por exemplo, no processo pós-divisão do estado quando da escrita da história sul-mato-grossense na qual os eventos relacionados à Guerra do Paraguai foram privilegiados na construção da história sul-mato-grossense, assim como em projetos governamentais como os da “Trilha da Retirada da Laguna”, à época do governo do PT. Em nem um momento o assunto foi abordado de forma séria e relevante, fato é, por exemplo, que os monumentos comemorativos existentes nos municípios (Coxim, Nioaque, Aquidauana, Corumbá, Dourados, Antônio João, etc.) que foram palco da guerra hoje não possuem significado nenhum para a população. Forjou-se uma memória oficial do conflito guarani e esta não encontra ressonância na população”.

'EM LICITAÇÃO'

Hospital Municipal de Campo Grande vai demorar mais que o anunciado

Em 24 de abril de 2024, ainda enquanto pré-candidata, a atual prefeita afirmou que o 'prazo para estar funcionando' seria dentro de um ano e meio

11/04/2025 12h29

Durante o evento de 100 primeiros dias à frente do cargo, prefeita voltou atrás na fala feita durante sua pré-campanha

Durante o evento de 100 primeiros dias à frente do cargo, prefeita voltou atrás na fala feita durante sua pré-campanha Marcelo Victor/Correio do Estado

Continue Lendo...

Diferente do que a atual prefeita de Campo Grande havia anunciado, quando ainda era pré-candidata ao cargo de chefe do Executivo da Capital, a entrega do tão esperado Hospital Municipal ainda deve demorar para sair do papel, pois ainda está em fase de licitação. 

A informação sobre o corrente período de licitação foi repassada hoje (11), durante o evento de assinatura de contratos de gestão e prestação de contas dos 100 primeiros dias à frente do cargo, realizado no estande da Prefeitura e Câmara Municipal na Expogrande. 

Tal ponto foi confirmado pela secretária Municipal de Saúde Pública (Sesau), Dra. Rosana Leite, e pela própria prefeita de Campo Grande. 

"Nós estamos no processo licitatório ainda, está numa fase que a gente responde os questionamentos dessa empresa", disse Rosana, 

Infelizmente, segundo a titular, houve mudança na lei de licitação e também de todo o sistema da antiga Secretaria-Executiva de Compras Governamentais (Secomp), agora chamada de Secretaria Especial de Licitações e Contratos (Selc). 

Conforme a secretária, após a empresa enviar o projeto ao Executivo, haverá análise pela devida comissão e, caso tudo esteja dentro dos conformes, só depois é liberada a contagem do prazo de entrega. 

"Complexo" Municipal

O anúncio da construção do dito Hospital foi feito em setembro de 2023, quando o atual titular da  Fundação Municipal de Esporte (Funesp), Dr. Sandro Benites, ainda era responsável por gerir a Pasta da Saúde.

A decisão de onde o hospital seria edificado saiu em junho do ano passado, quando o Executivo encaminhou para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) o requerimento de licença ambiental (modalidade licença prévia) para a construção. 

Como bem acompanhou o Correio do Estado à época, o Hospital Municipal foi confirmado em área nobre da Capital, no terreno que fica no cruzamento das ruas Augusto Antônio Mira e Raul Pires Barbosa, no bairro Chácara Cachoeira.

Cerca de dois meses depois Câmara Municipal de Campo Grande aprovou a operação de crédito no valor de R$ 268,6 milhões para a construção e compra de equipamentos imobiliários para a unidade, destinados da seguinte forma: 

  • R$ 211,3 milhões para obras e instalações;
  • R$ 10,5 milhões para projetos arquitetônicos e complementares; 
  • R$ 57,2 milhões para compra de equipamentos e mobiliários.

Além do anunciado

Enquanto ainda era pré-candidata à prefeitura de Campo Grande, Adriane Lopes e demais postulantes ao cargo participaram de uma série de sabatinas com os veículos de imprensa locais, como a realizada entre a Rádio CBN e Correio do Estado. 

No dia 24 de abril de 2024, durante sua entrevista feita no período da manhã, Adriane Lopes afirmou que o hospital estaria funcionando em até um ano e meio, ou seja, seria entregue em outubro de 2025,  com 250 leitos para o Sistema Único de Saúde (SUS). 

“Estamos prestes a lançar esse grande projeto. O prazo para estar funcionando é daqui a 1 ano e meio. Nós estamos buscando o método construtivo e moderno. É um complexo hospitalar, não é um hospital”, afirmou durante rodada de entrevistas na Rádio CBN em parceria com o Correio do Estado.

Hoje (11), porém, distante cerca de 203 dias do mais otimista dos prazos anunciados por Adriane, a prefeita se retratou quando questionada se o prazo dado durante a pré-campanha seria, de fato, cumprido. 

"Não é que ele entraria em funcionamento em um ano e meio. A partir do momento que ele for lançado, ele tem uma licitação, um processo administrativo... a partir do momento que for dada a ordem de serviço, em um ano e meio ele será entregue para a população", disse a prefeita em recuo à fala feita em abril de 2024. 

Ela faz questão de ressaltar, sobre novos prazos para o fim da licitação, por exemplo, que existe burocracia envolvida no processo o que impede que novas datas sejam cravadas. 

"São processos que dependem de documentação e de leis que estão em vigor por ser também uma modalidade nova, mas está sendo trabalhado com as equipes técnicas e num curto espaço de tempo a gente vai trazer essa resposta para Campo Grande", concluiu Adriane Lopes hoje.

 

Assine o Correio do Estado 

Cidades

Homem é preso por manter esposa e filhos em cárcere privado

Prisão foi feita na última quinta-feira (10); entre as crianças estavam um bebê e duas crianças entre 2 e 5 anos

11/04/2025 11h30

Homem é preso por manter esposa e filhos em cárcere privado

Homem é preso por manter esposa e filhos em cárcere privado Divulgação

Continue Lendo...

Um homem foi preso na última quinta-feira (10) após ser acusado de violência doméstica e manter sua esposa e seus três filhos. O acusado também possuía mandado de prisão em aberto por crimes anteriores.

Homem é preso por manter esposa e filhos em cárcere privadoCasa onde a família era mantida em cárcere - Divulgação

Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil, a denúncia foi feita por familiares da vítima que relataram não conseguir contato com ela desde o último domingo. Preocupados, pois sabiam que ela sofria violência doméstica e já havia registrado ocorrência contra o companheiro, os parentes temiam que ela estivesse sendo mantida em cárcere privado.

Depois do relato, as equipes policiais se deslocaram até o local e ao chegar, avistaram o indivíduo, que, ao perceber a presença das autoridades, tentou fugir para os fundos do imóvel. Mesmo após ordens de prisão, ele resistiu, obrigando a equipe a acionar reforço. Com a chegada de mais agentes, foi possível resgatar a mulher e as três crianças (um bebê e duas crianças entre 2 e 5 anos) e capturar o acusado, que foi conduzido à delegacia.

Tanto a mãe quanto as crianças, foram levadas à 1ª DEAM para prestarem depoimentos e receberem o acolhimento da Casa da Mulher Brasileira. Já o autor, que era procurado pela Justiça, foi preso em flagrante e responderá pelo crime em regime fechado.

Assine o Correio do Estado
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).