Cidades

DECISÃO JUDICIAL

Pai e mãe perdem o direito
de cuidar dos seus cinco filhos

Mulher recorreu ao STJ, mas ministros negaram recurso

RODOLFO CÉSAR

07/08/2016 - 11h54
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Pai e mãe de Mato Grosso do Sul perderam o direito de cuidarem de seus cinco filhos. A determinação foi dada com decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na sexta-feira (5). O Tribunal de Justiça Estadual (TJMS) já havia dado a mesma sentença.

A cidade onde eles moram não foi informada por questão de segredo de justiça. A reportagem apurou que seria Campo Grande porque a secretaria da Prefeitura da Capital emitiu laudo do caso.

O motivo do processo foi porque houve comprovação que o casal estava em completa desestruturação familiar. O TJMS havia retirado a guarda da criança dos pais devido à ação ajuizada pelo Ministério Público.

"A ação de destituição de poder familiar havia sido ajuizada pelo Ministério Público (MPE) por conta do total descaso e desinteresse demonstrados pelos genitores para com os filhos", informou nota do STJ.

O MPE identificou que os pais são usuários de drogas, não têm emprego e residência fixa. Outros familares foram procurados, mas também não demonstraram condição de cuidar das cinco crianças.

"A família chegou a ser acompanhada por medida de proteção judicial, encaminhada para tratamento psicológico, e os pais inseridos no mercado de trabalho, mas a situação não se reverteu. De acordo com relatos, até cestas básicas fornecidas por um projeto social eram utilizadas pelos pais como moeda de troca em “bocas de fumo'", assegurou comunicado oficial.

Secretaria Municipal de Políticas e Ações Sociais e Cidadania fez relatório para comprovar a situação degradante. "Os filhos do casal estavam submetidos às hipóteses de violação de seus direitos, com exposição a substâncias entorpecentes, privação de alimentação e condições insalubres de sobrevivência."

O relator do processo no STJ, ministro Raul Araújo, recomendou a retirada da guarda dos pais e a Quarta Turma acompanhou o voto dele.

RECURSO

O caso chegou ao Supremo Tribunal de Justiça porque a mãe das crianças recorreu da sentença do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Ela alegou que não tinha sido oferecido oportunidade de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico. O ministro Raul Araújo apontou durante julgamento que laudos indicaram que houve tentativa de tratamento, mas os pais não seguiram o procedimento.

A decisão foi unânime em destituir as crianças do direito de cuidado dos pais. O processo corre em segredo de justiça e por isso não foi divulgado onde os filhos são mantidos.

Cidades

Jovem que matou namorada em acidente de trânsito é condenado a 6 anos de prisão

Sentença foi proferida apenas nesta quarta-feira, quase cinco anos após o ocorrido

10/04/2025 10h15

Ricardo França Júnior e Bárbara Wsttany Amorim

Ricardo França Júnior e Bárbara Wsttany Amorim Foto: Redes Sociais

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A 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande condenou Ricardo França Júnior a seis anos e três meses de reclusão pelo acidente que vitimou sua então namorada, Bárbara Wsttany Amorim Moreira, de 21 anos, no sábado, 11 de julho de 2020.

A condenação foi proferida somente nesta quarta-feira (9), 1734 dias após o ocorrido. À época, a jovem foi arremessada para fora do Peugeot 207 dirigido por Ricardo, acidente que ocorreu por volta das 20h15, na Rua 11 de Outubro, no bairro Cabreúva, em Campo Grande. 

O crime foi qualificado como homicídio culposo [quando não há intenção de matar] sob a direção de veículo automotor e a sentença será cumprida em regime semiaberto. O réu também foi condenado ao pagamento de indenização de R$ 10 mil em favor dos filhos da vítima, e teve sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa até o término de sua pena. 

De acordo com a denúncia, Ricardo França Júnior estava visivelmente bêbado, e na ocasião, “avançou a preferencial no respectivo cruzamento, em alta velocidade, perdeu o controle do veículo e colidiu com o muro de uma residência, capotando e lançando a passageira para fora do automóvel.”

Detido em flagrante no dia seguinte, sua prisão foi posteriormente substituída por medidas cautelares. No decorrer do processo, foram ouvidas nove testemunhas. 

Concluída a instrução criminal, o juiz titular da Vara, Aluízio Pereira dos Santos, ao analisar as provas, assegurou que a materialidade do crime ficou demonstrada pelo laudo de exame necroscópico, que atestou a morte da passageira em virtude de  um  traumatismo crânio-encefálico causado pelo acidente.

Em juízo, Ricardo confessou ter agido de forma imprudente, e reconheceu ter perdido o controle do veículo. As testemunhas relataram que o motorista conduzia o veículo em velocidade incompatível com a permitida para a via. No carro, foram encontradas mais de quatro garrafas de cerveja, fato comprovado à certidão de ocorrência do Corpo de Bombeiros Militar, na qual consta que o motorista apresentava ”forte odor etílico”.

À época, a prefeitura de Campo Grande havia decretado toque de recolher em toda a capital em virtude da pandemia de Covid-19, fato que amplificou a repercussão do acidente.

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TRANSPORTE COLETIVO

Quadro societário do Consórcio Guaicurus é apurado em CPI do Ônibus

Após algumas empresas se desfazerem de veículos e até de suas garagens, investigação pediu a comprovação de sociedade

10/04/2025 09h30

Lotação é uma das denúncias feitas para os integrantes da CPI

Lotação é uma das denúncias feitas para os integrantes da CPI Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o contrato de concessão do transporte coletivo de Campo Grande com o Consórcio Guaicurus quer saber qual o quadro societário da empresa, que assinou com a prefeitura com a composição de quatro sócios-proprietários.

Segundo o vereador e presidente da CPI do Ônibus, Livio Viana Leite (União Brasil), o Dr. Livio, um dos requerimentos enviados visa justamente saber qual o atual quadro societário da concessionária.

“A grade societária, as empresas que formam o consórcio, tudo isso nós também pedimos nesta fase. Demandamos por meio de ofício para que nos fosse enviada a composição societária, e isso a gente vai apurar”, declarou o vereador.

Quando o contrato entre a Prefeitura de Campo Grande e o Consórcio Guaicurus foi assinado, em outubro de 2012, o grupo era formado por quatro empresas: Viação Cidade Morena Ltda. (empresa líder), Viação São Francisco Ltda., Jaguar Transporte Urbano Ltda. e Viação Campo Grande Ltda. Entretanto, ao longo dos anos, algumas delas venderam seus veículos, inclusive a garagem onde os carros ficavam.

No caso da Viação São Francisco, no ano passado, a empresa chegou a vender até a garagem onde ficavam os carros, enquanto a Jaguar manteve a venda de veículos e a sua garagem se tornou a sede do Consórcio Guaicurus.

Segundo a concessionária, as empresas seguem na sociedade, porém, não confirmou se elas ainda contam com carros em operação no transporte coletivo.

Para o advogado André Borges, apesar de o contrato de concessão determinar que as empresas devem mandar o nível do serviço, a saída de qualquer uma delas do grupo não deve resultar em penalidades à concessionária.

“O contrato de concessão trata disso. É um consórcio. Então, eles têm que manter o mesmo nível, a mesma quantidade e qualidade, durante todo o tempo. Não haveria quebra se alguma empresa saísse ou deixasse de existir, como já ocorreu com uma das viações [São Francisco ou Campo Grande]”, declarou o jurista.

CPI

Essa é apenas uma das linhas que a comissão tem apurado. De acordo com o presidente da CPI, ao longo desses primeiros dias, 212 denúncias sobre problemas no transporte coletivo já chegaram até a Câmara Municipal.

“[Recebemos] as denúncias dos usuários do dia a dia, questão da frota, de ônibus quebrado, de motorista que abandona trajeto, basicamente [tudo] relacionado aos usuários”, declarou Dr. Livio.

Uma das maiores reclamações, segundo o parlamentar, é com relação à superlotação dos carros.

“Vários cidadãos relataram que os ônibus estão operando com excesso de passageiros, especialmente nos horários de pico. Há, então, a preocupação com a segurança e o desconforto dos usuários”, pontuou o vereador.

Entre outros temas de reclamação também estão a má conservação da frota, problemas em linhas específicas (como a 138) e em bairros específicos (como as Moreninhas e o Noroeste), etc.

“A linha 138, por exemplo, foi citada por não atender adequadamente os usuários. Moradores se queixam da demora, da irregularidade nos horários e da ausência de veículos nos fins de semana. Algumas denúncias trazem reclamações genéricas sobre o sistema de transporte público, sem detalhamento técnico, mas que indicam um sentimento de descaso por parte do poder público e das empresas operadoras”, contou Dr. Livio ao Correio do Estado.

CRONOGRAMA

A CPI do Ônibus ainda está na fase de coleta de dados, de acordo com o seu presidente, cuja programação deve seguir até o dia 17. Se o cronograma for cumprido corretamente, as oitivas devem começar a partir do dia 23, uma vez que os depoimentos serão feitos sempre às quartas-feiras.

Os primeiros a serem ouvidos devem ser os diretores das autarquias responsáveis pela concessão, a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg). As oitivas têm previsão de término para o dia 15 de maio.

A CPI do Ônibus foi instituída no dia 18, após várias tentativas de outros parlamentares de investigar o contrato entre a Prefeitura de Campo Grande e Consórcio Guaicurus. A comissão tem 120 dias de trabalho, podendo ser prorrogado por igual período. A previsão de término da investigação é para o dia 17 de julho, com a entrega do relatório final.

SAIBA

As denúncias para a CPI do Ônibus podem ser realizadas pelo número de telefone (67) 3316-1514, pelo formulário no site da Câmara ou pelo e-mail cpidotransporte@camara.gov.br.

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