Pesquisadores da Universidade de Brasília (UNB) iniciaram em abril o estudo de um fóssil de dinossauro que viveu há cerca de 70 milhões de anos no Brasil. Os ossos de um titanossauro foram encontrados em 2009, em Marília, no interior de São Paulo. As rochas com pedaços do animal foram engessadas para preservá-las.
O professor e paleontólogo Rodrigo Santucci estima que os trabalhos durem dez anos, pois os ossos, que devem ser limpos com cuidado, estão sob rochas que pesam toneladas. “Quando achamos, o fóssil estava no nível do chão. Cavamos com britadeira e marretas, até poder andar em volta e deixar a estrutura como de um cálice. Depois da estrutura, engessamos e soltamos o bloco”, explicou. Segundo ele, mais da metade do esqueleto estava preservada. Foram encontradas partes do crânio, vértebras do pescoço, tronco e cauda, ossos das costelas, fêmur e bacia, além das patas do animal.
O fóssil foi descoberto durante trabalhos de exploração de rotina do pesquisador William Nava. Como Marília não tem estrutura e equipe suficientes para analisar os ossos, foi preciso transferi-los para Brasília.
A primeira parte das pesquisa é aquela que o pesquisador chama de preparar o fóssil. “Para preparar, usamos uma caneta parecida com raspador de dentista ou um equipamento que tira pedacinhos da rocha. É um processo demorado, porque precisa de bastante cuidado”, disse Santucci. Depois que todos os ossos estiverem removidos da rocha, os pesquisadores partem para a análise do material.
Em todo o mundo, são conhecidas 50 espécies desse dinossauro – dez delas foram descoberta no Brasil. Segundo o pesquisador, há a possibilidade de o fóssil de Marília ser uma nova espécie. Os titanossauros eram dinossauros gigantescos, que se alimentavam apenas de plantas. O pescoço podia chegar a 4 metros (m). Todo o corpo do animal tinha, em média, 15 m de comprimento, 2,5m de altura e pesava 10 toneladas.
O estudo será encerrado com duas réplicas do dinossauro: uma para a UnB e outra para ser exposta no Museu de Paleontologia de Marília. O material será devolvido e ficará guardado na coleção do memorial. Impressoras 3D devem ser usadas para o estudo e para a produção das réplicas.