Cidades

HOMOFOBIA

Filho de prefeito confessa agressão por aversão a gay

Filho de prefeito confessa agressão por aversão a gay

VÂNYA SANTOS

19/04/2011 - 15h49
Continue lendo...

André Delgado Baird, 19 anos, filho do prefeito de Costa Rica, Jesus Queiroz Baird, confessou ter agredido um acadêmico de artes visuais, de 21 anos, na madrugada da última sexta-feira, em Campo Grande. De acordo com a adjunta da 1ª Delegacia de Polícia, Daniella Kades, ele prestou depoimento no final da manhã de hoje e também confirmou para a polícia ter espancado a vítima em função de ela ser homossexual. Além de André, outros três jovens teriam participado das sequências de chutes e socos, classificadas neste caso como homofobia – aversão a homossexual.

A delegada contou que o acusado confirmou a agressão e também a homofobia, mas disse que não se lembrava bem. Naquela noite, o grupo havia ingerido bebido alcoólica. "Eles estavam andando de carro, quando um deles falou: ‘Ah, vamos bater naqueles bichas’", relatou Daniella Kades, contando que na versão de André três dos quatro amigos participaram do espancamento, enquanto um ficou no carro. Já a vítima garante que foi agredida por todos eles.

INVESTIGAÇÃO

Bolsa Família é transformado em garantia para agiotagem em Mato Grosso do Sul

Agiotas que mantinham quase R$ 500 mil no Dom Bosco, em Corumbá, tinham centenas de vítimas pelo município

01/04/2025 09h00

Além de cartões de benefícios, polícia também encontrou dinheiro em espécie, armas e joias com agiotas

Além de cartões de benefícios, polícia também encontrou dinheiro em espécie, armas e joias com agiotas Foto: Divulgação/Polícia Civil

Continue Lendo...

Investigação conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá identificou que uma organização criminosa usava cartões do Bolsa Família e de outros benefícios continuados concedidos a famílias carentes como garantia para agiotagem. Os juros cobrados chegavam a 30%, tornando a quitação da dívida difícil de ser alcançada. 

Essa apuração averiguou que são centenas de vítimas, que teriam obtido diferentes quantias. Foram identificados três agiotas, dois homens e uma mulher, todos eles atuando no Bairro Dom Bosco, na Capital do Pantanal. Os crimes vinham sendo praticados, pelo menos, desde 2023.

Depois da apuração do caso, a Polícia Civil obteve autorização da Justiça estadual para cumprir três mandados de prisão contra os agiotas investigados, além de outros três mandados de busca e apreensão para recolhimento de provas contra a organização criminosa.

Um homem e uma mulher foram presos em Corumbá, enquanto o segundo homem investigado foi preso em Campo Grande, com apoio de policiais civis da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras). Não está descartada a participação de mais pessoas envolvidas no
esquema.

O delegado da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá, Elton Alves de Sá Júnior, apontou que estão sendo investigados os crimes de agiotagem, extorsão, furto mediante fraude, associação criminosa, ameaça e porte de arma de fogo. 

“São centenas de vítimas, e algumas já foram identificadas. A investigação indica que é uma associação criminosa com três ou mais pessoas. Temos vítima que narra que desde o ano de 2023 já pegava dinheiro”, explicou.

Como as investigações avançaram para identificar os envolvidos, a Polícia Civil desencadeou uma operação ontem, tanto para prender os investigados já identificados como para reunir provas materiais dos crimes praticados. Os mandados da Operação Benefício Seguro foram cumpridos no Bairro Dom Bosco, com apoio da Delegacia de Ladário.

Os policiais conseguiram encontrar com dois agiotas, em Corumbá, R$ 437,9 mil em espécie, em bolos de notas de R$ 100 e R$ 50, mas também havia notas de R$ 2, R$ 20, R$ 5 e R$ 10.

Uma quantia menor também foi encontrada em notas de R$ 200. O dinheiro estava guardado em diferentes lugares, mas bolsas femininas eram usadas para manter as quantias. O montante encontrado demonstrou nessa etapa de investigação o poderio financeiro da organização criminosa.

Durante as buscas realizadas nesta segunda-feira, a Polícia Civil conseguiu reunir provas de que os agiotas também mantinham centenas de documentos pessoais das vítimas, cartões de benefício social, munições, três veículos e joias. 

“Os suspeitos concediam empréstimos às vítimas com cobrança de juros abusivos de 30% ao mês. Além disso, exigiam garantias, como joias, veículos ou cartões de benefício social com senha”, detalhou o delegado Elton Sá Junior.

Algumas vítimas, conforme apurado, até conseguiam realizar o pagamento dos valores tomados em empréstimo. Porém, o que tinha sido tomado como caução nem sempre era devolvido. 

Com diferentes níveis de violência, os agiotas e pessoas que podem ter sido contratadas por esses criminosos também faziam ameaças, inclusive com uso de arma de fogo. Essas ameaças eram feitas em cobranças e na extorsão.

Os cartões de benefícios sociais que eram tomados das vítimas permaneciam nas mãos dos criminosos, e os saques seguiam sendo realizados, mas o dinheiro não era entregue para os reais beneficiários. 

Para o delegado que preside o inquérito, a partir da divulgação dessa investigação, é esperado que mais vítimas decidam aparecer para reclamar. 

“Denúncias podem ser feitas pelo disque-denúncia da Delegacia de Corumbá, no número 67 3234-7100. As denúncias são mantidas em sigilo”, garantiu Elton Sá Junior.

BENEFICIÁRIOS

Dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome mostram que, em março deste ano, 10.105 famílias foram atendidas pelo Bolsa Família, cerca de 31.327 pessoas em Corumbá. 

O benefício médio pago foi de R$ 713,22, e o total repassado para a cidade em março foi de R$ 7.168.601,00. É nesse universo milionário que os agiotas estavam envolvidos, por meio de diferentes práticas criminosas.

Os benefícios que são pagos envolvem o de Renda e Cidadania (R$ 142 por integrante da família), Complementares (quando os benefícios são inferiores a R$ 600), Primeira Infância (R$ 150 por criança com idades entre zero e 7 anos incompletos), Variáveis Familiares (R$ 50 para famílias que têm gestante, crianças de 7 a 12 anos incompletos, adolescentes entre 12 e 18 anos incompletos) e Extraordinários de Transição, além do Auxílio Gás, que paga R$ 110.

SAIBA - Operação Benefício Seguro

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão em Corumbá e Campo Grande, os policiais apreenderam centenas de documentos pessoais dos investigados, assim como cartões de benefícios sociais, como o Bolsa Família, munições, três veículos, joias e mais de R$ 437,9 mil em espécie em bolos com notas de R$ 100 e R$ 50, mas também havia notas de R$ 2, R$ 20, R$ 5 e R$ 10.

Uma quantia menor também foi encontrada em notas de R$ 200. Após prender os três agiotas, a polícia agora investiga a possibilidade de haver mais pessoas envolvidas neste esquema em Mato Grosso do Sul.

Assine o Correio do Estado

barbárie

Polícia prende autora de incêndio que resultou em três mortes

Crime aconteceu na madrugada de segunda-feira em um acampamento indígena de dourados. Mulher presa está com uma série de queimaduras

01/04/2025 08h47

Oragilda Fernandes, de 29 anos, foi presa nesta segunda-feira horas depois do incêndio que vitimou duas adultas e uma bebê

Oragilda Fernandes, de 29 anos, foi presa nesta segunda-feira horas depois do incêndio que vitimou duas adultas e uma bebê

Continue Lendo...

A indígena Oragilda Batista Fernandes, de 29 anos, foi presa pelo setor de Investigações Gerais (SIG) da Delegacia de Polícia Civil de Dourados como autora do incêndio criminoso que carbonizou duas mulheres adultas e uma bebê de 18 meses em uma área de ocupação nos fundos da aldeia Boboró, em Dourados. 

O crime aconteceu na madrugada de segunda-feira (31) e vitimou a idosa  Liria Batista, de 76 anos, Janaína Benites, 37, e uma bebê, identificada como Mariana Amarilia de Paula, de um ano e seis meses, filha de Janaína.

A motivação para o crime ainda não foi divulgada, mas a investigação policial descartou qualquer relação com alguma disputa por terras na região. O atentado aconteceu no acampamento conhecido como Retomada Avaité Mirim. 

Antes de colocar fogo no barraco, segundo a polícia, ela usou um bloco de concreto para agredir a idosa e ainda asfixiou a criança de um ano e meio. Logo em seguida, jogou gasolina no entorno do barraco e colocou fogo. A mulher de 37 anos dormia e nem mesmo percebeu as agressões. Ela também morreu carbonizada. Não foi revelado se a bebê e a idosa estavam mortas quando o fogo consumiu o barraco. 

Policiais localizaram a mulher porque o crime foi presenciado por outra indígena que mora na ocupação, onde estão em torno de 20 famílias, e ela ajudou a identificar a suposta assassina.

Mas, além do depoimento da testemunha, o fato de a suspeita estar com uma série de queimaduras recentes reforça a tese de que foi realmente ela quem incendiou o barraco. Perícia médica já confirmou que os ferimentos são recentes e por isso ela acabou sendo detida em flagrante. 

Conforme nota da Polícia Civil, “não foi identificado qualquer elemento da participação de qualquer outro envolvido no crime, nem qualquer motivação sobre direitos indígenas, bem como a suspeita se trata de uma mulher indígena”.

Nesta segunda-feira (31) o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) chegou a divulgar uma nota informando que teria recebido relatos sobre a invasão do território por homens armados, que teriam efetuado disparos e incendiado moradias, obrigando os moradores a se refugiarem na mata.

No entanto, as informações policiais descartara, essa versão  e horas depois o texto foi excluído da página do Ministério.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).