Vanderli foi morta na cama do casal, com um tiro na cabeça, sendo que hematomas revelam agressões anteriores
Vanderli Gonçalves dos Santos, morta com um tiro na cabeça onde o principal suspeito era até então seu marido e convivente, entra para os registros como a 31ª vítima de feminicídio de 2024 em Mato Grosso do Sul, índice esse que agora ultrapassa a marca registrada no ano passado.
Vale lembrar que, o 30º feminicídio registrado em 2024 foi a morte da mulher de 56 anos, identificada como Sueli Maria, assassinada ainda no último dia 17 deste mês, quando Mato Grosso do Sul bateu o mesmo índice registrado no ano passado.
O acusado, Jonemar de Ramos Machado, foi detido no fim da manhã de hoje (28), no Jardim Clímax no município, após intensa troca de tiros, já que o homem jogou seu carro contra viatura policial que agia em diligência.
Informações publicadas pelo portal local, Ligado na Noticia, indicam que uma criança quase foi atropelada na tentativa de fuga do indígena.
Cercado pela Guarda Municipal e equipes do Setor de Investigações Gerais (SIG) de Dourados, Jonemar já teria descido do veículo com uma pistola na mão, sendo dada ordem para que largasse a arma o que não foi acatado.
Durante troca de tiros, foram feitos cerca de oito disparos entre as partes até que o homem fosse atingido e, após soltar a arma, imobilizado por equipes policiais, encaminhado depois para depoimento na sede do Setor.
Relembre
Desde a instituição da "Lei do Feminicídio" (n.º 13.104/2015), os números desse crime em Mato Grosso do Sul apresentam perfil oscilante, com o primeiro ano dessa legislação à época encerrando com 18 mulheres mortas.
De lá para cá, o índice teve altos e baixos, com o pico de feminicídios observado em 2022, quando 44 mulheres vítimas em território sul-mato-grossense.
Atrás, o segundo pior índice foi anotado em 2022 (41 feminicídios), seguido pelos anos:
- 2016: 37 feminicídios
- 2018: 36 feminicídios
- 2021: 36 feminicídios
- 2017: 33 feminicídios.
Distante cerca de 245 km da Capital, importante esclarecer que, registrado na Aldeia Jaguapiru, no município de Dourados, apenas o suspeito do crime, o homem de 47 anos, é indígena.
Mais uma vítima
Registro policial indica que, após cometer o crime, o homem apontado como executor do crime fugiu do local dirigindo uma caminhonete modelo S10, de cor preta.
Informações apontam que, o homem e a vítima teriam começado uma discussão ainda por volta de 22h, segundo boletim de ocorrência,
Em relato às autoridades, testemunhas indicaram ter ouvido o barulho da briga entre o casal, sendo que o homem teria atirado um único disparo contra a cabeça de Vanderli.
Cabe destacar que, apesar de o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ter sido acionado para prestar socorro à vítima, assim que chegaram ao local já puderam observar que não seria possível salvar a vida de Vanderli e constataram o óbito.
Vanderli foi morta na cama do casal, sendo que o corpo da mulher continha diversos hematomas espalhados por seus membros, o que segundo a polícia indica que a mulher já sofria agressões antes de ser morta.
Polícia Civil, Militar e também perícia técnica foram acionadas, com o caso registrado como feminicídio e seguindo sob investigação no município.
Assine o Correio do Estado