O Brasil ocupa o quinto lugar em número de acessos à Internet, perdendo apenas para a China, Estados Unidos, Índia e Japão. E quando o assunto é celular, os brasileiros disparam na frente de muita gente, com crescimento de 100% em seis anos.
O aparelho já é parte do dia-a-dia da maioria, pode-se até arriscar a dizer que faz parte da família. Ugh! Em tudo ele está presente e tem até um papel importante, porque conecta as pessoas, passa informação e oferece várias opções de comunicação e serviços.
Com ele você filma, grava, posa para uma foto, ou melhor, várias fotos, afinal quem é que resiste, e envia na hora através das redes sociais; você efetua pagamentos, consulta seu saldo bancário, envia mensagens, sem falar no WatsApp que virou epidemia. E quase ninguém fica sem ele!
Dia desses ao tomar um cafezinho num local aconchegante e badalado verifiquei que na mesa ao lado havia um grupo de quatro amigas: duas delas conversavam animadamente e bastante entrosadas, sem se referir às demais; a outra moça ao lado permaneceu calada, sem participar da conversa e a quarta ficou teclando no celular o tempo todo. Em resumo, só duas estavam presentes...
Em outra mesa estavam apenas duas amigas e a conversa fluiu animada e interessante, sem desvios de olhar e atenção. E assim permaneceram até que depois de bom tempo chegou uma terceira e juntou-se ao grupo. Foi nesse momento que a conversa mudou e mais uma vez a terceira ficou na ponta do triângulo, ou seja, a atenção foi dividida e algumas vezes esquecida. Pois é!
Curioso o relacionamento entre as pessoas hoje em dia! A maioria estabelece parâmetros de comunicação e entrosamento, mas quase sempre quem ganha a parada e nunca sai da conversa é o celular, afinal se alguém estiver no grupo e o aparelho tocar, imediatamente interrompe-se a conversa para atender quem está do outro lado da linha.
Há uns meses atrás, passeando pelo Shopping em São Paulo uma cena me chamou a atenção: uma criança de uns três anos de idade aproximadamente estava no carrinho e passeava tranquilamente com o irmãozinho e a mãe, mas não participava de nada, estava totalmente envolvida nos joguinhos do tablet que trazia entre as mãozinhas.
Eu olhei para aquela cena e fiquei atenta. A criança estava tão entrosada na tela do aparelho que o passeio pra ela não fez a menor diferença, de nada valeu sair ou ficar em casa uma vez que a atenção estava voltada exclusivamente para o tablet.
Curiosa, me aproximei e perguntei para a mãe se a criança já sabia manusear o aparelho e ela me disse que sim, ela assiste filminhos infantis e brinca com joguinhos fáceis de manusear. E completou dizendo que desde menor ela entretém a criança com o tablet porque assim ela fica quietinha. Ugh!
Mas o celular tem lá seus mistérios e alguns arquivos privados protegidos por senha. Agora imagina a relação de um casal de namorados se um dos dois quiser dar uma olhada nas fotos ou mensagens do outro: vai ser problema! É claro que cada qual tem lá os seus motivos para conservar a privacidade e nada melhor do que um aparelho celular para tentar descobrir algum deslize ou mensagem inconveniente recebida por outra pessoa.
Muitos casos de romance sério terminaram porque ao pegar escondido o celular do parceiro descobriu-se que havia uma relação antiga com outra pessoa e a troca de palavras amorosas entre ambos era feita também pelo celular... Viu só? O aparelho além de tudo é um amigo fiel, esconde segredos, desde que não seja invadido por outrem.
Cuidado! Quando existe senha no celular e a maioria deles tem, o melhor a fazer é não tentar descobrir ou perguntar qual é o número, porque você pode se deparar com segredos nunca antes revelados.
Ops! Estão ligando no meu celular, com licença, vou atender...