Artigos e Opinião

OPINIÃO

Sônia Puxian: "Dinheiro? Hummm..."

Jornalista

Redação

30/08/2017 - 01h00
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Às vezes é o mocinho, outras vezes o vilão; às vezes o dono da situação, outras vezes o rei da confusão; muitas vezes inocente, outras vezes culpado; algumas vezes feliz, outras triste; algumas vezes esperto, outras complicado. Ugh! Ele envolve tudo isso e muito mais.

Ele já percorreu salas de Bancos, Bolsas de Valores, ficou depositado em Poupança, Fundos, gavetas de armário, já foi guardado dentro de cuecas, malas, se perdeu em cofres, foi trocado por dólares, viajou para o exterior, passeou de taxi em malas, visitou hotéis, entre outras situações... Ele passa por cada uma! Sem contar as vezes em que ele teve que ficar escondido para não ser encontrado, aí a coisa ficou difícil, porque na hora certa aparece alguém e revela o seu paradeiro. Hummm...

Quem não quer o galã das menininhas e o xodó dos menininhos? Todos querem, todos desejam e muitos lutam para consegui-lo a qualquer custo, mesmo que o custo seja alto. Alto? Quem já não ouvir falar em rombo? Rombos elevados, tanto no quesito apropriação indébita, quanto no rombo das contas públicas, pagamentos em atraso, multas multimilionárias amortizadas, refinanciamentos, caixa 2 e assim por diante.

Dinheiro: “Quem gosta? Todos! ”. Quem tem pouco, quer mais; quem tem muito, quer mais ainda. Uau! É assim mesmo... Mas qual o caminho para fazer crescer o queridinho de tantos? Anote aí algumas dicas de T. Harv Eker autor do livro: ‘Os Segredos da Mente Milionária’: “O principal motivo que impede a maioria das pessoas de conseguir o que quer é não saber o que quer. Os ricos não têm nenhuma dúvida de que almejam fazer fortuna”.

Saber o que se quer é o primeiro passo. Veja o que diz T. Harv: “Se você quer enriquecer, é imperativo acreditar que está no comando da sua vida, em especial da sua vida financeira. Caso contrário, você tem uma crença enraizada de que exerce pouco ou nenhum controle sobre sua própria vida, e consequentemente, de que exerce pouco ou nenhum controle sobre o seu sucesso financeiro”.

Tudo tem início na própria mente. Cada qual vai comandar e dirigir o próprio caminho, mas nem sempre isso acontece, porque muitas vezes o rumo é alterado e as pessoas agem na contramão das decisões promovendo troca de rota e a entrada por caminhos desconhecidos e incertos.

Muitas vezes influências negativas do passado impedem de avançar para o sucesso ou investir em novas ideias e projetos, por conta da crença enraizada de que o dinheiro não traz felicidade. Tudo o que se faz tem que vir de fonte limpa e os bons princípios devem reger qualquer atitude em todas as áreas da vida, inclusive com o dinheiro.

“Portanto, adquirindo consciência, você poderá viver do que é hoje em vez do que foi ontem; conseguirá reagir apropriadamente às situações que se apresentam, fazendo uso de toda gama e de todo o potencial das suas qualificações e dos seus talentos em vez de reagir de forma inadequada aos acontecimentos, impelido por medos e inseguranças do passado”, diz T. Harv.

Entre o passado e o futuro está o presente que deve ser bem vivido e seguir a medida certa tanto no modo de viver quanto na maneira como se ganha o dinheiro. Pra se ter segurança o dinheiro tem que vir de fonte limpa e honesta, assim ele permanece e prossegue sua caminhada.

Muitas vezes ele é o rei, outras vezes súdito. Rei pra quem manda nele, súdito pra quem espera muito e ele tarda a chegar; rei pra quem ganha fácil, súdito pra quem trabalha muito e ganha pouco; rei pra quem ganha de maneira ilícita e súdito pra quem se conforma com pouco.  

Lembre-se: “Você precisa acreditar que é você mesmo quem conquista o seu próprio êxito, que é você mesmo quem promove a sua própria mediocridade e que é você mesmo quem estabelece a sua batalha pelo dinheiro e pelo sucesso”, diz T. Harv

E o seu dinheiro, é rei ou súdito? Ugh! Tenham muito sucesso e dias felizesss...

ARTIGOS

Eleição sem Bolsonaro? Bolsonarismo sem Bolsonaro? O peso do ex-presidente em 2026

07/04/2025 07h15

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Ao aceitar a denúncia contra Jair Bolsonaro, o STF sedimentou o entendimento de que a eleição presidencial de 2026 ocorrerá sem a presença do ex-presidente na lista de candidatos. A inelegibilidade já era uma realidade, em função da decisão emanada pelo TSE, entretanto, a trilha aberta na semana passada consolida este caminho e afasta praticamente de forma definitiva a candidatura do capitão.

Bolsonaro, entretanto, possui um ativo valioso na arena política: votos. Algo que se tornou importante não somente pela habilidade de eleger representantes, mas pela capacidade de produzir em profusão um milionário fundo partidário e eleitoral, aquilo que faz a máquina e as campanhas funcionarem. No modelo adotado pelo Brasil pós-Lava Jato, que proibiu as doações empresariais, a quantidade de deputados se tornou a conta mais importante de qualquer partido, pois seu resultado é aquilo que indica qual a fatia do bolo ficará com cada agremiação.

Neste jogo, o bolsonarismo tornou-se uma moeda valiosa. Em um primeiro momento, elegeu hordas de deputados na esteira de seu líder, em 2018, com inúmeros nomes desconhecidos que passaram a orbitar o cenário político. Em 2022, o fenômeno se repetiu. Aqueles que romperam com Bolsonaro foram punidos pelo eleitor, já aqueles que optaram pela fidelidade canina foram agraciados com votações robustas. Bolsonaro, que havia sido responsável direto pela eleição de 52 deputados pelo PSL em 2018, ajudou a eleger 99 no PL em 2022.

A força do bolsonarismo se tornou um ativo tão potente em termos eleitorais que muitos deputados tradicionais, já conhecidos do eleitor, abraçaram o ex-presidente como forma de garantir seus mandatos. Alguns migraram para seu partido, enquanto outras siglas encontraram na aliança com o bolsonarismo uma forma de crescer e criar maior envergadura política. Republicanos, Progressistas e até setores do União Brasil embarcaram neste caminho.

Tudo isso tem relação com as eleições de 2026. Com Bolsonaro inelegível, o desenho deste cenário se tornou algo delicado, que precisa ser estudado com atenção, sob pena de perda de fatias importantes de fundo partidário e eleitoral no próximo ciclo. Mais do que isso, ainda é possível contar com a variável da eventual prisão de Bolsonaro, passível de acontecer, em razão do julgamento que ocorrerá no STF.

Bolsonaro diz que segue candidato e que manterá seu nome na disputa até o fim, ou melhor, até o julgamento de sua candidatura pelo TSE, que, em condições normais de temperatura e pressão, seguramente será impugnada, assim como ocorreu com Lula em 2018. Neste cenário, resta saber quem será seu companheiro de chapa, aquele que vai herdar a candidatura e poderá levar seu movimento adiante. Este será aquele nome responsável por impulsionar as candidaturas proporcionais e, eventualmente, vencer a disputa pelo Planalto. Muitos consideram que, nesse cenário, o bolsonarismo pode inclusive se fortalecer ainda mais. A conferir.

Fato é que tudo indica uma eleição sem Bolsonaro na lista de candidatos presidenciais, porém, isto está longe de ser uma eleição sem Bolsonaro. Seu nome, dentro ou fora da disputa, vai balizar cada etapa do pleito de 2026.

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ARTIGOS

Aumento de policiamento e redução das desigualdades, políticas que se complementam

05/04/2025 07h45

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Recentemente, foi noticiado por vários jornais que o atual governo tem acenado para a questão da violência de forma diferente do que se costuma ver em posições políticas orientadas mais à esquerda. Normalmente, nessas vertentes, a violência urbana tende a ser vinculada à questão da desigualdade social, o que, em situações discursivas extremas ou emocionadas, atribui às pessoas que cometem delitos a pecha de vítimas da desigualdade social.

Por outro lado, o discurso político acerca da violência, em posições políticas orientadas mais para a direita, atribui sua causa à impunidade, que, para eles, é própria do sistema judicial brasileiro, acrescida da falta de policiamento ou de um corpo policial mal equipado.

Durante anos, e ainda hoje, o debate político sobre a segurança pública tende a exaltar uma das visões e, como se fosse algo automático, excluir a outra. Apesar do tom eleitoreiro das declarações do atual presidente da República, se fôssemos analisar esse fato com certo otimismo (um erro que cometemos muitas vezes), poderíamos dizer que, finalmente, alguém pode ter enxergado o óbvio: as políticas “opostas” acerca da segurança pública são, na verdade, complementares.

Tem razão a direita ao afirmar que o policiamento fraco e a pouca ostensividade ampliam a atuação criminosa em toda a sociedade, abrindo caminho para o crescimento do já bastante hegemônico crime organizado. Somente com policiamento constante, policiais bem remunerados e bem treinados, especialmente na correta aplicação dos procedimentos de abordagem policial, teríamos alguma chance de mitigar o crime organizado já existente. Daí se percebe, ainda que com certa cautela, o reconhecimento das guardas municipais como agentes de segurança.

No entanto, a esquerda também tem razão ao afirmar que não há contingente policial capaz de conter a criminalidade e seu crescimento em países com alta desigualdade social. Em países capitalistas, como o Brasil, o poder de consumo é a grande meta de seus cidadãos. Contudo, em uma sociedade desigual, uma parcela significativa da população não tem condições – e, em muitos casos, nunca terá – de alcançar um padrão razoável de consumo. Quanto maior for o número de pessoas que desejam consumir, mas não têm recursos para isso, mais “ovelhas negras” optarão pela via rápida para conseguir, ou seja, o crime.

É de se notar, no entanto, que as duas políticas propostas atuam em momentos distintos da criminalidade. A “direita” se preocupa com a criminalidade já existente e constituída, o que exige, naturalmente, uma atuação mais ostensiva e imediata. Nesses casos, a atuação policial não é apenas positiva, mas fundamental para o combate ao crime.

A “esquerda”, por sua vez, busca políticas que evitem o “embrião” do crime, desenvolvido em ambientes periféricos e profundamente desiguais, como bem explorado pela sociologia e criminologia que estudam o tema. A questão que se impõe é: por que não desenvolver uma política de segurança pública que combata ambos os momentos? Por que uma precisa ser aplicada em detrimento da outra?

Como dito, não há contradição nos discursos sobre segurança pública de ambos os lados e, se fossem adotados de maneira concomitante, o quadro da segurança pública nacional certamente seria outro. Nosso otimismo nos leva a crer que, talvez, haja uma esperança.

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