Política

"Mimimi e Chororô"

Vídeo de sobrinho de Zeca do PT zombando de protesto ganha repercussão nacional

Nas imagens, filho do prefeito de Porto Murtinho diz que foi a caminhada da saúde

VÂNYA SANTOS

17/03/2015 - 09h15
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Um vídeo gravado e publicado na rede social por Marcelo Heitor Miranda dos Santos, filho do prefeito de Porto Murtinho, Heitor Miranda dos Santos, e sobrinho do deputado federal, ex-deputado estadual e ex-governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, ganhou repercussão nacional. O material foi compartilhado até pela jornalista Rachel Sheherazade, apresentadora do SBT.

Nas imagens, Marcelo Heitor - primo do deputado federal Vander Loubet, denunciado na Operação Lava Jato - aparece zombando das pessoas que, no último domingo (15), foram para as ruas em todo Brasil, protestar contra a presidente Dilma Rousseff e os escândalos envolvendo casos de corrupção na Petrobras.

Além de postar o vídeo em seu perfil na rede social Facebook, Marcelo também escreveu. “A caminhada do chororô foi tão piada, que na linha de frente estava o Bolsonaro, Zé Agripino e de lambuja Vanessa Camargo entoando o Hino Nacional. Movimento político, sem apresentar nada de novidade. Renderam a caminhada e inúmeras risadas, nem tudo foi perdido né?”

Horas depois, Marcelo retirou o vídeo e deixou apenas o texto.

Já a jornalista Rachel Sheherazade compartilhou o vídeo gravado por Marcelo em seu perfil na rede social e escreveu: “Marcelo Heitor Miranda - Filho do prefeito de Porto Murtinho e sobrinho do Zeca do PT. Tirando sarro da população e ainda vai se candidatar a vereador”.

Vídeo
Entre risos e gargalhadas, Marcelo grava a seguinte mensagem enquanto dirige um veículo:

“Bom dia Campo Grande, Capital Morena! Bom dia Brasil! Deu não, né? Dilminha tá lá, né? Como é que faz? Muito bom, é delicioso ganhar da direitinha. São quatro anos saboreando a vitória, o desespero, o mimimi, o chororô eterno, tipo aquela criancinha mimada que perde o doce, sabe? Não deu, né? Mas valeu a caminhada, perdeu um pouquinho de caloria, tipo caminhada da saúde, né? É uma delícia! Como é que pode? Mas olha, não cansa não. Vamos continuar fazendo manifestaçõezinhas dessas daí política, né? Não tem essa de apolítica, né? Manifestação política de quem não votou na Dilma, está com dorzinha de cotovelo, doído pela derrota, mas Lulinha vem aí em 2018 e aí é ferro de novo e mais quatro anos de chororô e mimimi. Mas que é bom é, é muito bom ganhar de vocês. Um beijinho gente, até a próxima, tchau!”

 

NA PAULISTA

Ato de Bolsonaro pró-anistia reúne 44,8 mil na Paulista, aponta Monitor da USP

Pico da manifestação foi durante o discurso de Bolsonaro, que iniciou cerca de 15h44 (de Brasília) e durou 25 minutos

06/04/2025 16h16

Manifestação pedindo anistia ocorre neste domingo, na Avenida Paulista, em São Paulo

Manifestação pedindo anistia ocorre neste domingo, na Avenida Paulista, em São Paulo Foto: Divulgação

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu cerca de 44,8 mil apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 6, para pedir o perdão político aos condenados pela invasão às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

A estimativa é do Monitor do Debate Público do Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), que fez o levantamento a partir de fotos aéreas do momento de pico da manifestação, durante o discurso de Bolsonaro, que iniciou cerca de 15h44 e durou 25 minutos.

Em fevereiro do ano passado, quando Bolsonaro também foi à Paulista pedir anistia aos presos do 8 de Janeiro, o ex-presidente reuniu cerca de 185 mil manifestantes, conforme a mesma contagem da USP. Já a Secretaria de Segurança Pública (SSP) estimou 600 mil pessoas presentes.

Neste ano, tanto a Secretaria como a Polícia Militar informaram que não haverá estimativa de público.

Em setembro do ano passado, pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro pôs na Avenida, principal de São Paulo, cerca de 45 mil pessoas - somente um quarto da manifestação anterior, de fevereiro.

Veja a evolução do público nos atos bolsonaristas:

  • Fevereiro de 2024, em São Paulo - 185 mil
  • Setembro de 2024, em São Paulo - 45 mil
  • Março de 2025 - no Rio de Janeiro - 18,3 mil
  • Abril de 2025, em São Paulo - 44,8 mil

Após o ato esvaziado no mês passado, em Copacabana, no Rio, em que o mesmo grupo de pesquisa estimou um público de 18,3 mil pessoas, os bolsonaristas evitaram falar sobre a expectativa de manifestantes em São Paulo.

Na ocasião, Bolsonaro e os organizadores aguardavam um milhão de pessoas para o ato, que contou com menos de 2% disso. Em 2022, quando ainda era presidente e estava em campanha pela reeleição, ele reuniu 64,6 mil pessoas no Rio em 7 de setembro.

A quantidade de público, entretanto, é crucial para medirem o apoio popular que o projeto de anistia aos golpistas condenados consegue angariar para avançar na Câmara dos Deputados. Segundo o Placar da Anistia do Estadão, mais de um terço dos 513 parlamentares da Casa apoia o perdão.

Segundo o relatório da USP, um software analisou imagens tiradas com drone, identificando e marcando as cabeças das pessoas, o que automatiza a contagem. "Foram tiradas fotos em três diferentes horários (14:05, 14:42 e 15:44), totalizando 47 imagens.

As nove fotos selecionadas para a contagem foram tiradas às 15:44, momento de pico da manifestação. A imagem cobriu toda a extensão da manifestação em três diferentes pontos de concentração na Avenida Paulista", diz o relatório.

O ato foi marcada por referências à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou "perdeu, mané" na estátua que simboliza a Justiça, em frente ao STF, com batom. Moraes propôs uma pena de 14 anos de prisão para ela, que foi para prisão domiciliar e responde ao processo em liberdade desde o mês passado.

Bolsonaro, que há duas semanas se tornou réu por tentativa de golpe de Estado em 2022, também seria beneficiado com o perdão político, mas coloca em primeiro plano a defesa das "velhinhas com bíblia na mão" e "pessoas humildes" que estão presas responsabilizadas pela invasão.

O apelo, entretanto, não surte efeito na maioria dos brasileiros Segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada neste domingo, 6, 56% dos entrevistados disseram preferir que os envolvidos no 8 de Janeiro continuem presos, contra 34% que defendem sua soltura

Também são maioria os brasileiros que consideram justa a decisão do Supremo em tornar Bolsonaro réu pela trama golpista: 52% dos entrevistados disseram concordar com o ato do STF, enquanto 36% acham que a decisão foi injusta.

Durante a manifestação, com paródias sertanejas e ao estilo "pancadão", a máxima de que "não houve golpe" foi repetida incansavelmente pelos políticos que discursaram. Segundo a Quaest, somente 1% dos entrevistados respondeu a pesquisa negando a existência de uma tentativa de golpe.

PROJETO POLÊMICO

No PSDB de MS, anistia que pode alcançar Bolsonaro "perde" por 2 a 1

Governador Eduardo Riedel se manifestou favorável à anistia neste sábado (5), mas em seu partido, maioria dos deputados que podem votar o projeto é contra

06/04/2025 15h30

Deputados Geraldo Resende, Dagoberto Nogueira e Beto Pereira, respectivamente

Deputados Geraldo Resende, Dagoberto Nogueira e Beto Pereira, respectivamente Foto: Divulgação

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O Projeto de Lei que perdoa os condenados pelos atos de depredação e vandalismo nos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) mostra que é polêmico e divide opiniões dentro dos partidos. Dentro do PSDB em Mato Grosso do Sul, cujo governador Eduardo Riedel anunciou neste sábado adesão ao projeto que anistia os condenados pelo 8 de janeiro, e também a pessoas envolvidas na organização ou apoio às manifestações desde outubro de 2022, também há disputa. 

Dos três deputados tucanos de Mato Grosso do Sul, o placar é de 2 a 1 contra o projeto que anistia os envolvidos na tentativa de golpe de Estado, cuja redação abre brecha para livrar Jair Bolsonaro das acusações que recebeu recentemente. 

Levantamento do jornal O Estado de São Paulo, chamado “Placar da Anistia”, indica que Beto Pereira, que concorreu à prefeitura de Campo Grande no ano passado, e que teve apoio de Jair Bolsonaro (PL) é o único deputado federal tucano de Mato Grosso do Sul que apoia o projeto do deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). 

Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende manifestaram-se contra o projeto no Placar da Anistia. Ambos têm formação em partidos de esquerda. Dagoberto foi por longo período do PDT, já Geraldo Resende, integrou o PPS, que hoje transformou-se no Cidadania. 

Na bancada federal, também há equilíbrio: Dagoberto, Geraldo Resende, Valder Loubet (PT) e Camila Jara (PT) são contra. Já Beto Pereira, Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Luiz Ovando (PP) são favoráveis. O placar é 4 a 4. 

A adesão de Riedel

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), na véspera da manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela anistia aos envolvidos na depredação e invasão da sede dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023, decidiu apoiar o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional.

Para se manifestar favorável ao projeto, Eduardo Riedel publicou nas redes sociais uma foto ao lado de líderes de outros partidos, como a senadora Tereza Cristina (PP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos.

O Correio do Estado apurou que, ao longo da semana, Jair Bolsonaro atuou fortemente para ampliar a adesão de governadores, sobretudo em meio aos preparativos da manifestação da Avenida Paulista deste domingo, na qual Tarcísio de Freitas é anfitrião. Telefonemas de Tarcísio de Freitas e Tereza Cristina foram fundamentais para fazer Riedel, que tem integrantes do PT em seu governo, e em seu partido deputados federais que não concordam com o projeto da anistia, a se manifestar. 

Eduardo Riedel fala em questão “humanitária” e em rever a “dosimetria das penas”. Mas o projeto vai muito além e perdoa todos os envolvidos. “Não dá para errar de novo e no mesmo lugar: tentar reparar excessos cometidos naquele momento com excessos no atual momento.”

Com esse posicionamento, Riedel reconsidera a condenação feita por ele próprio aos atos de vandalismo e depredação do patrimônio, que classificou como “inaceitáveis” à época. 

O projeto 

Um relatório do Supremo Tribunal Federal (STF) de janeiro deste ano apontou que 371 pessoas haviam sido condenadas por crimes relacionados ao 8 de janeiro de 2023. Outras 527 teriam admitido a prática de crimes relacionados e feito acordos com o Ministério Público Federal (MPF) para não serem processadas.

O texto do projeto de Sóstenes Cavalcanti prevê a anistia para pessoas direta ou indiretamente envolvidas no 8 de janeiro e até mesmo por atos anteriores.

Isso, em tese, beneficiaria Bolsonaro, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o suposto líder de uma organização que teria tentado dar um golpe de Estado que teria culminado com o 8 de janeiro.

Bolsonaro é réu crimes como de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

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