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Polícia diz que técnico de TI da C&M teria vendido login e senha a hackers

Desta forma, está descartada a possibilidade de hackers terem invadido os sistemas bancários e desviado em torno de R$ 800 milhões

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A Polícia Civil prendeu na quinta-feira, 3, João Nazareno Roque, de 48 anos, suspeito de ter facilitado um ataque hacker que desviou, na última terça-feira (1.º), ao menos R$ 800 milhões de instituições financeiras, na "maior invasão de dispositivo eletrônico do País", segundo a investigação.

Roque, que até ontem não tinha advogado, teria confessado, em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, ter compartilhado sua credencial e senha do sistema da C&M Software, que conecta instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), do Banco Central, que inclui as operações do Pix.

Segundo os investigadores, a ação do técnico de TI da C&M teria permitido o desvio do dinheiro por meio de transferências fraudulentas. Não houve, portanto, invasão direta aos sistemas, mas, sim, o uso indevido de informações legítimas.

Em nota, a C&M diz ter sido vítima de uma "ação criminosa externa", a partir da violação do ambiente de um cliente, cujas credenciais de integração foram indevidamente utilizadas. "Não houve invasão direta aos sistemas da C&M. Os sistemas críticos seguem íntegros e operacionais", diz o comunicado.

A investigação afirma que a prisão é parte do inquérito aberto para apurar um esquema de furto qualificado por meio eletrônico - através de operações fraudulentas - contra a BMP Instituição de Pagamento S/A, que teve prejuízo de R$ 541 milhões.

'Aliciamento'

Na quinta-feira, 3, foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão contra Roque, no bairro City Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo.

O suspeito contou em depoimento ter sido abordado no início de março, quando estava saindo de um bar. Segundo o técnico de TI, essa pessoa sabia que ele trabalhava com sistemas de pagamentos, pois "tinha amigos da área que contaram". Os dois trocaram telefones. Duas semanas depois, ele teria sido procurado por ligação no WhatsApp. "O interlocutor falou que queria conhecer o sistema financeiro da C&M", disse à Polícia Civil.

O primeiro pagamento, de R$ 5 mil, segundo o acusado, foi para entregar login e senha. Duas semanas depois, ele teria sido procurado novamente, desta vez para executar comandos no computador funcional. A investigação aponta que o suspeito estaria inserindo comandos no sistema da C&M, a mando dos criminosos, desde maio. Em troca, teria recebido R$ 10 mil.

A C&M, que teve seus serviços suspensos após o episódio afetar as infraestruturas da empresa e prejudicar ao menos seis instituições financeiras, recebeu autorização do Banco Central para retomar parcialmente sua operação.

A lista oficial das instituições financeiras afetadas não foi divulgada pelo BC, mas o Estadão confirmou que a BMP e a Credsystem estão entre elas. O banco Paulista também confirmou que foi uma das instituições afetadas pelo ataque.

Inquérito

Em entrevista concedida na manhã de ontem na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), a Polícia Civil informou que a prisão é parte do inquérito aberto para apurar um esquema de furto qualificado por meio eletrônico contra a BMP Instituição de Pagamento S/A, que teve prejuízo de R$ 541 milhões.

Em nota, a C&M informou que a empresa "colabora com as autoridades" e que "a estrutura robusta de proteção da C&M foi decisiva para identificar a origem do acesso indevido e contribuir com o avanço das apurações em curso". Oficialmente, só a BMP foi afetada.

Até o momento, foram identificados R$ 270 milhões em contas que foram congeladas pela Justiça e outros R$ 15 milhões em criptoativos. Os investigadores disseram ainda que não é possível estimar o valor total do golpe, mas destacaram que, sem dúvida, é o maior valor da história - o total do desvio pode ultrapassar os R$ 800 milhões.

Roque não soube informar aos investigadores o nome dos demais envolvidos, mas afirmou ter conversado com quatro pessoas diferentes, sempre via ligações em aplicativos. O único envolvido que ele afirma ter visto foi o que fez a primeira oferta.

Segundo a Polícia Civil, os próximos passos da investigação envolvem a análise do celular e de computadores de Roque e a busca e congelamento de montantes suspeitos de ligação com a fraude em contas bancárias.
 

comando vermelho

PF prende desembargador por suposto elo com o deputado TH Joias

O presidente da Assembleia do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar, que na chegou a ser preso no começo do mês, voltou a ser alvo da operação

16/12/2025 07h28

O desembargador Macário Judice Neto foi relator do caso que levou TH Joias à prisão e é suspeito de vazar informações

O desembargador Macário Judice Neto foi relator do caso que levou TH Joias à prisão e é suspeito de vazar informações

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A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 16, o desembargador Macário Judice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que abrange o Rio de Janeiro, por suspeitas de irregularidades envolvendo a condução do processo do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias.

A defesa do desembargador ainda não foi localizada para comentar. O espaço está aberto para manifestação.

A operação Unha e Carne 2 foi deflagrada por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e é um desdobramento da ação que havia prendido o presidente de Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar, por suspeitas de vazamento do caso. Ele é alvo de busca e apreensão.

O desembargador Macário atuou na Operação Zargun, deflagrada em setembro para investigar uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas e armas e que resultou na prisão do então deputado TH Joias por vínculos com a organização criminosa.

A operação da PF desta terça-feira, 16, também apura novas suspeitas de vazamento nessa investigação, dessa vez envolvendo o próprio desembargador. De acordo com comunicado da PF, essa nova fase foi deflagrada “para investigar a atuação de agentes públicos no vazamento de informações sigilosas que culminou com a obstrução da investigação realizada no âmbito da Operação Zargun”.

Além da prisão do desembargador, também estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

orçamento secreto

Hugo Motta sai em defesa de ex-assessora de Lira que foi alvo da PF

Presidente da Câmara emitiu nota para defender ex-assessira de Lira que foi alvo de operação da Polícia Federal

13/12/2025 07h38

A nota Hogo Motta contesta a pertinência da operação que foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal

A nota Hogo Motta contesta a pertinência da operação que foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal

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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou nota na noite desta sexta-feira, 12, defendendo a legalidade das emendas parlamentares e elogiando a servidora da casa que foi alvo de operação da Polícia Federal (PF).

Mariângela Fialek é ex-assessora do ex-presidente da Câmara Arthur Lira. Ela é investigada pela PF por suspeitas de irregularidades no pagamento de emendas parlamentares por meio do chamado orçamento secreto, esquema revelado em 2021 pelo Estadão.

"A servidora Mariângela Fialek é uma técnica competente, responsável e comprometida com a boa gestão da coisa pública. A experiência da servidora é reconhecida por todos os órgãos do Poder Legislativo e do Poder Executivo que elaboram e executam o orçamento federal. Inclusive, a atuação da servidora Mariângela Fialek foi fundamental no aprimoramento dos sistemas de rastreabilidade da proposição, indicação e execução de emendas parlamentares", diz a nota de Motta.

O presidente da Câmara diz que a Casa legislativa respeita as decisões do STF, mas sustenta que o Parlamento vem adotando medidas para melhorar a transparência da execução das emendas de deputados e senadores ao Orçamento.

A operação da PF realizada nesta sexta-feira foi autorizada pelo ministro do Supremo Flávio Dino. Ele é relator de ações que acusam o Legislativo de manter modelo sem transparência e de difícil fiscalização para repassar recursos públicos a redutos eleitorais dos congressistas.

"A Câmara dos Deputados não compactua com ilicitudes na execução de emendas parlamentares. Em virtude disso, juntamente com o Poder Executivo, Senado Federal, Tribunal de Contas da União e Supremo Tribunal Federal, vem aprimorando os sistemas de transparência e rastreabilidade da proposição, indicação e execução de emendas parlamentares", diz a nota de Motta.

"A Câmara dos Deputados respeita o Supremo Tribunal Federal e todas as decisões por ele proferidas. Destaca, no entanto, que uma leitura atenta e correta da decisão proferida pelo ilustre ministro Flávio Dino revela que ali não se aponta nenhum ato de desvio de verbas públicas. Nenhum", acrescenta a nota.

Motta sustenta que não se deve confundir a mera indicação de um parlamentar por meio de emenda orçamentária com a forma como o dinheiro é gasto nos estados e municípios para onde os recursos são destinados.

"A correta execução dos recursos públicos e transferências governamentais, não apenas emendas parlamentares, mas também provenientes do Poder Executivo, pelos seus destinatários finais, deve ser estritamente acompanhada pelos órgãos de controle", defendeu.
 

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