Cidades

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A sapa no banco dos réus

A sapa no banco dos réus

ABÍLIO LEITE DE BARROS – [email protected]

26/01/2010 - 07h17
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Em passeio pelo Chile acabei assistindo ao final da campanha para presidente da república daquele país. Algumas lições pareceram-me importantes. Em primeiro lugar, a campanha se fez sem nenhum exagero propagandístico. Andando pelas ruas nada se via a não ser raros e modestos cartazes dos candidatos. Tentávamos conversar com as pessoas sobre política e quase sempre recebíamos respostas evasivas. Bem poucos aceitaram definir-se. Nos jornais, a eleição era sempre notícia de terceira e quarta páginas. Senti fortemente que estava bem longe do Brasil. O Chile é o país de maior maturidade eleitoral entre nós sul-americanos, apesar de ter tido, em sua história recente, dois grandes traumatismos políticos. O primeiro com a surpreendente eleição do comunista Allende que, atabalhoadamente, quis impor o marxismo para essa gente acostumada à vivência democrática, culturalmente amadurecida e com larga margem da população em nível superior. O segundo traumatismo, muito maior, foi a violenta revolução militar de Augusto Pinochet. Sua ditadura deixou contundentes feridas naquela gente. Mas, surpreendentemente, essa gente, apesar de ferida, sempre foi capaz de reconhecer os acertos do ditador, particularmente na área econômica. Agora, a direita, apesar de ser estigmatizada como sucessora de Pinochet, ganhou a eleição, derrotando o chamado centro-esquerda, que há 20 anos tinha o poder em mãos. Surpresa maior: a esquerda, agora derrotada, saía do mais festejado governo da história política do país, com a competente presidenta Michele Bachelet, com 80% de aprovação popular. Como pode perder eleição um governo com 80% de aprovação? Li explicações feitas por alguns cientistas políticos chilenos. Explicações que buscavam objetivamente as razões pelas quais a presidenta Bachelet, de consagrada aprovação, não conseguiu transferir seu prestígio ao candidato do seu partido. As explicações são de caráter pessoal e doutrinário. De caráter pessoal: o candidato não era simpático ao povo. De caráter doutrinário: o candidato Eduardo Frei conduziu a sua proposta governamental em torno da ideia de um governo forte – um estado de maior poder. Seu slogan era: “Mais Estado”. Ora, um país como o Chile, vivendo um momento feliz da sua história, crescendo dentro da política democrática, do livre mercado, não poderia entender o candidato propondo o dirigismo e o atraso. Preferiram votar num empresário muito rico, antítese do ideário da esquerda. Era a prova clara da superação da fórmula esquerda-direita, que ainda comanda da politicalha dessa subdesenvolvida e triste América do Sul. Nós entre eles. Mas, essa eleição chilena nos faz mais esperançosos. Há semelhanças entre nossa situação e a que viveram os chilenos. Temos também aqui um presidente com 80% de aprovação com muita probabilidade de não transferir seu prestígio à candidata que carrega a tiracolo. Ela, como o candidato derrotado do Chile, manifesta indisfarçável antipatia popular. Já fizeram toques e retoques no rosto da moça, mas a sua cara continua de uma sapa, transpirando agressividade e mau humor. Nós, brasileiros, não costumamos engolir sapos por amor à pátria. Para aumentar esperanças, agora, o querido Lula acaba de fazer propostas de Governo exatamente iguais àquelas que derrotaram Eduardo Frei, no Chile. Aliás, muito mais avançadas no sentido do atraso. Contrariando a imagem de um político hábil e inteligente, o queridíssimo rei Lula está nos propondo investir contra os direitos democráticos, a livre imprensa, o livre mercado e, como peça básica propõe de forma indireta o fim do direito de propriedade. Trata-se do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH – 3) criado pelo grupo de guerrilheiros da Casa Civil, sob a chefia da indigesta Dilma Rousseff. Além disso, o grupo investiu também contra a anistia aos militares da ditadura militar, numa atitude de atrasado revanchismo que, temos certeza, o povo não gosta. É impensável que ninguém tenha dito ao Rei que o perdão da anistia atingia aos dois lados e que, portanto, os assaltantes de bancos, sequestradores de embaixadores e guerrilheiros poderão ser chamados também para responder na Justiça. Já imaginaram a foto da sapa sentada no banco dos réus?

Tempo

Verão começa com previsão de chuvas abaixo da média histórica

Estação mais quente do ano começou na manhã deste sábado

21/12/2024 09h15

Verão 2024/2025 terá menos chuvas

Verão 2024/2025 terá menos chuvas Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão de 2024/2025 teve início neste sábado (21), às 6h20 (horário de Brasília), marcando o começo da estação mais quente do ano no Hemisfério Sul.

A estação traz consigo mudanças rápidas nas condições climáticas, caracterizadas por chuvas intensas e ventos fortes em algumas regiões, além de dias mais longos e temperaturas elevadas em todo o país.

Previsões climáticas

De acordo com o Prognóstico Climático de Verão divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as previsões para esta estação indicam uma tendência de chuvas abaixo da média na maior parte do Brasil. A meteorologista do Inmet, Maytê Coutinho, explica que "de maneira geral, as previsões climáticas indicam o predomínio de chuvas abaixo da média climatológica em grande parte do país".

A meteorologista alerta que a regularidade das chuvas nas Regiões Norte e Nordeste pode ser ainda mais comprometida se as atuais condições oceânicas permanecerem, com águas mais quentes no Atlântico Tropical Norte e mais frias no Atlântico Tropical Sul.

Distribuição Regional das Chuvas:

  • Norte: Exceção à tendência geral, com predomínio de chuvas acima da média.
  • Nordeste: Expectativa de menor volume de chuvas entre janeiro e março.
  • Centro-Oeste e Sudeste: Precipitações devem ficar entre o normal e abaixo da média.
  • Sul: Chuvas devem permanecer na faixa normal ou abaixo do normal, com volumes já naturalmente menores nesta época do ano.

La Niña

O fenômeno La Niña, que tradicionalmente causa fortes chuvas no Norte e Nordeste do Brasil e secas no Sul, terá uma duração mais curta neste verão. A probabilidade de suas condições prevalecerem é de 60% entre janeiro e março, diminuindo para 40% entre fevereiro e abril de 2025.

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INFRAESTRUTURA

Governo de MS dará prazo maior para início das obras na Rota da Celulose

Readequação do edital do leilão das rodovias deverá trazer, entre as mudanças, menos investimentos no 2º ano de concessão

21/12/2024 09h00

Trecho entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo deverá ser duplicado e início do investimento estava previsto para o 2º ano de contrato

Trecho entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo deverá ser duplicado e início do investimento estava previsto para o 2º ano de contrato Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Após o leilão da Rota da Celulose em Mato Grosso do Sul não ter interessados, o governo do Estado trabalha em readequações no edital. Entre as mudanças, segundo o governador Eduardo Riedel (PSDB), está o maior prazo para início de algumas obras que deveriam começar já no segundo ano de concessão.

O pacote de rodovias inclui trechos das rodovias BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395, que estão localizadas no leste de Mato Grosso do Sul, região com grandes fábricas de celulose. Ao todo, são 870,3 quilômetros de estradas. As rodovias também são caminhos para o estado de São Paulo.

De acordo com o governador, não haverá necessidade de mudanças no valor do pedágio e também na quantidade de investimentos a serem feitos pela empresa vencedora do certame. Essa informação já havia sido antecipada pelo Correio do Estado no dia 4, dois dias depois do leilão ter ficado deserto.

Riedel afirmou ainda que apenas a readequação do cronograma deverá trazer a estabilidade necessária para a concorrência.

“Você tem de equilibrar valor de pedágio com esse fluxo de investimentos, então, nós retiramos de um momento inicial e colocamos mais para a frente, dividimos o segundo ano, que estava muito concentrado, para segundo e terceiro em termo de investimento, principalmente em relação à duplicação [do trecho] Campo Grande-Ribas, que é a maior demanda inicial, pelo maior fluxo”, declarou o governador, durante coletiva nesta sexta-feira.

Nesse cronograma a ser modificado estão, principalmente, o início da construção de seis viadutos sobre passagens de ferrovias.

“Não há de se mexer na estrutura do projeto, não foi diminuído ou aumentado um quilômetro sequer de qualquer ação que a gente venha a fazer. Tem uma discussão nossa em relação ao timing dos viadutos sobre as passagens de ferrovia, que são seis ao custo de R$ 50 milhões, e R$ 300 milhões do Capex inicial, e que, se você jogar para a frente, você ajuda a reequilibrar o projeto e não é necessário fazer no segundo ano, como estava previsto”, explicou Riedel.

Segundo o cronograma apresentado anteriormente pelo Escritório de Parcerias Estratégicas de Mato Grosso do Sul (EPE-MS), estava previsto para o segundo ano de contrato, além das obras dos viadutos, o início da duplicação de 104,94 km na BR-262, dos 129,93 km totais para a rodovia.

Também estava nesse período a construção de 69,41 km de terceiras faixas e de 433,32 km de acostamento na BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395.

“São ajustes muito pequenos, do ponto de vista do fluxo da operação, para que tenha mais atratividade, sem mexer em preço e pedágio e sem mexer no projeto original, mas deslocando algumas ações”, ressaltou Riedel.

O governador ainda garantiu que o edital voltará para a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) em janeiro de 2025, para que em 90 dias, ou seja, em abril, o pacote de rodovias seja leiloado.

“Eu voltei anteontem [quarta-feira] de Brasília e, infelizmente, tive de cancelar o Natal e o Ano-Novo da equipe do EPE, porque em janeiro a gente volta ao mercado para ir a leilão no prazo de 90 dias. Nossa equipe ficará fazendo as adequações e nós publicaremos ainda em janeiro para ir a leilão em abril”, afirmou.

INVESTIMENTO

O contrato de concessão para a Rota da Celulose será de 30 anos, com estimativa de investimento de R$ 8,8 bilhões, diluído até os últimos anos de contrato, já que, pelo cronograma inicial, as requalificações na pista terminarão no 24º ano após a assinatura.

A obra que terá maior prazo para início dos investimentos será a implantação da terceira faixa na MS-040, que poderá demorar 24 anos para ser concluída, conforme já havia antecipado o Correio do Estado em setembro deste ano.

LEILÃO

O dia 2 de dezembro era a data para que interessados no projeto da Rota da Celulose enviassem suas propostas. O leilão, porém, só aconteceria no dia 6, entretanto, a concessão não atraiu o interesse de nenhum investidor.

Conforme apurado pelo Correio do Estado e corroborado pelo governador, um dos motivos para isso foi o grande número de outros lotes que foram a leilão no País neste mês e que despertaram maior interesse dos investidores. 

“O momento da economia não ajudou, e uma situação que pode ser negativa, mas ela é positiva, é que existem muitos projetos na praça, o que é bom também, mas o Brasil não tem tantos grandes players para assumir uma responsabilidade dessa”, disse Riedel.

Saiba

Apesar de as obras de requalificação do asfalto na Rota da Celulose só estarem previstas para começar a partir do 2º ano de contrato, a cobrança de pedágio nas 12 praças ao longo do percurso deverá ter início já no 13º mês após a assinatura do acordo.

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