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CAMPO GRANDE

'Mega da Virada' atrai apostadores de última hora para lotéricas

Manhã desta quarta-feira (31 de dezembro) foi movimentada entre apostadores que ainda buscam de última hora arriscar na "fezinha" pelas lotéricas

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No último dia de 2025, às vésperas do sorteio das Loterias Caixas, a manhã desta quarta-feira (31 de dezembro) foi movimentada entre apostadores que ainda buscam de última hora arriscar na "fezinha" pelas lotéricas, em busca do grande prêmio da popular Mega da Virada. 

Vanuza Santim, de 45 anos, é uma dessas apostadoras assíduas, que quase que semanalmente costuma arriscar a sorte no sorteio das Loterias Caixa e também não deixou de tentar faturar o prêmio de um bilhão de reais da Mega da Virada. 

"Hoje eu vim especificamente pro meu pai, né, que ele pediu e todo ano ele joga na Mega da Virada", disse ela. 

Família jogadora que já chegou a faturar alguns poucos reais em outras modalidades, como prêmios de 200 e outros de 50 reais em sorteios como da Lotomania, Vanuza revela ainda o que têm na lista de planos caso consiga faturar a bolada de R$1 bilhão na Mega da Virada. 

"Para falar a verdade acho que eu compraria um sítio para o meu pai, pois é o sonho dele, que sempre viveu em propriedade na roça. E viajaria bastante, levando ele também que, apesar de estar já com 80 anos, iria curtir bem o resto da caminhada. A gente vai tentando, pois, se não, não tem como ganhar", comenta. 

Importante frisar que, com o sorteio marcado para às 21h (seguindo horário de Mato Grosso do Sul), os apostadores têm até 19h pelo relógio local para tentar uma "fezinha". 

Além dela, as lotéricas concentram os mais variados personagens, como no caso de Ronan Eustáquio de Souza, idoso de 76 anos que há pelo menos duas décadas faz questão de tentar a sorte com a Mega da Virada. 

Na manhã deste 31 de dezembro, o apostador faz questão de reforçar que sempre retoma o hábito, pois além de tradição torna-se uma forma de tentar escapar da labuta que é a rotina do trabalhador brasileiro. 

"Trabalhando você não ganha dinheiro, mal dá para pagar as contas... então tem que tentar a sorte", afirma ele.

Com mais de 20 anos de experiência em apostas, ele também dá dicas para aqueles jogadores de última hora que querem tentar a sorte com o sorteio da Mega da Virada, dizendo que costuma mirar as datas de nascimento de filhos e pessoas próximas, além do próprio aniversário para marcar os números. 

Avô de nove, Eustáquio comenta que o prêmio de um bilhão da Mega da Virada serviria para ajudar os filhos, dividindo a quantia quase que "meio a meio" para contemplar toda a família. 

"Neto é prioridade, família. Eu sou até pessimista nesse caso, jogo até por jogar, mas só ganha quem joga, né", comenta Ronan. 

Por fim, a atendente Iara Oliveira, de 31 anos, trabalhadora da Lotérica Lotex - que fica localizada no interior do Comper da Rua Spipe Calarge 1673 - há pelo menos três anos, revela que o movimento durante todo o final de ano costuma ser bem intenso. 

"Por dia, eu atendo em torno de 500 a 600 pessoas nessa época de jogos especiais como Mega Sena da Virada", revela. 

Diante do prêmio de R$1 bilhão, ela ainda revela que o movimento aumentou e muito se comparado com o ano passado, com quase o dobro de apostadores se comparado com o sorteio da Mega da Virada de 2024. 

"Por dia a gente passa de R$50 mil em jogos, somando todos os caixas, somos em quatro, o que ultrapassa esse valor diariamente somente nessa lotérica. Apesar da questão de ter entrado jogos online, o marketplace, onde o cliente aposta no conforto de casa, ainda assim temos um público grande e fiel", conclui. 

Quais são as chances de ganhar o prêmio principal?

Criada em 2009, a Mega da Virada já contemplou 130 apostas que acertaram as seis dezenas ao longo de suas edições. No histórico dos sorteios, alguns números se repetem com mais frequência e aparecem entre os mais sorteados:

  • 10 sorteado cinco vezes
  • 5, 33 e 36 apareceram quatro vezes cada
  • 3, 17, 20, 29, 34, 41, 56 e 58 registrados três vezes cada

As chances de levar o prêmio máximo variam conforme a quantidade de dezenas escolhidas no volante. Em uma aposta simples, com seis números, a probabilidade de acerto é de uma em mais de 50 milhões, de acordo com dados da Caixa Econômica Federal.

Já para quem marca 20 dezenas, as possibilidades aumentam de forma significativa, chegando a cerca de uma chance em 1.292 de acertar as seis dezenas.

A aposta mínima, com seis dezenas, custa R$ 6. Quem quiser aumentar as chances pode marcar mais números, mas o valor cresce de forma significativa conforme a quantidade de dezenas escolhidas.

  • 6 números R$ 6
  • 7 números R$ 42
  • 8 números R$ 168
  • 9 números R$ 504
  • 10 números R$ 1.260
  • 15 números R$ 25.025
  • 20 números R$ 232.560

Ganhadores de MS

Conforme dados apurados junto à Caixa Econômica Federal, os prêmios somados dos ganhadores de Mato Grosso do Sul ao longo dos anos totalizam pouco mais de R$ 54,2 milhões.

Este valor é referente apenas os ganhadores do prêmio principal, mas há ainda milhares que acertaram a quadra e a quina e também garantiram algum dinheiro, porém de menor valor.

No primeiro ano de realização, em 2008, o concurso se chamou Mega-Sena especial de final de ano e não teve ganhadores na Sena. A partir de 2009, houve reformulação, já com o nome de Mega da Virada, onde o prêmio não acumula e há pagamento mesmo que ninguém acerte a sena.

Nos oito primeiros anos da Mega da Virada, de 2008 a 2015, não houve acertadores do Estado para as seis dezenas. 

Já em 2016, no concurso 1890, houve o primeiro milionário do concurso especial no Estado, sendo um apostador de Campo Grande, que dividiu o prêmio com outros cinco apostadores no País. Cada um levou para casa o prêmio de R$ 36.824.758,22.

No ano seguinte, em 2017, novamente não houve sul-mato-grossenses entre os ganhadores.

Em 2018, porém, a sorte estava com três moradores de Mato Grosso do Sul, que levaram, cada um, o prêmio de R$ 5.818.007,36. O prêmio individual foi menos porque, neste concurso, 52 pessoas acertaram a sena e tiveram que dividir a bolada.

Nos cinco anos seguintes, até 2023, não houve mais acertadores da sena no Estado.

Em 2024, a Mega da Virada sorteou o maior prêmio da história do concurso especial até então, de R$ 588,9 milhões. Dezessete apostadores de Mato Grosso do Sul ficaram no "quase" e acertaram cinco, das seis dezenas, com prêmio de R$ 70.083,58 para cada.

**(Colaboraram Glaucea Vaccari e Alicia Miyashiro)

 

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É DE MS!

Cidade de MS é nomeada como a melhor do Brasil para se viver

Entre os estados, MS ocupa a 6ª posição entre os melhores do Brasil

31/12/2025 11h00

Jateí é o 2º município com menos habitantes de MS e com maior nota do Brasil

Jateí é o 2º município com menos habitantes de MS e com maior nota do Brasil Divulgação

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O pequeno município de Jateí, com uma população estimada de 3.596 habitantes foi considerada a melhor cidade do Brasil para se viver, segundo uma pesquisa realizada pelo veículo Gazeta do Povo. 

O município é o segundo menos populoso de Mato Grosso do Sul, ficando atrás apenas de Figueirão, que tem 3.539 moradores de acordo com o último censo. 

De acordo com o jornal paranaense, o ranking foi elaborado com base em 27 indicadores, como segurança, economia, boas escolas, população, arborização e cultura, aplicados a todos os 5.570 municípios do País. 

Este foi o segundo ano em que a pesquisa foi realizada e a versão de 2025 utilizou seis indicadores a mais que a do ano passado, mostrando uma complexidade maior de avaliação dos dados coletados. 

Na categoria “melhores cidades para morar”, todas as 10 cidades que estão no topo do ranking são do interior e têm uma população menor, sendo apenas uma com mais de 10 mil habitantes. 

Para o jornal, o tamanho reduzido da população geralmente vem acompanhado de baixos índices de violência, o que resulta em boas notas. 

“Nenhuma das dez melhores cidades registrou homicídios ou suicídios nos bancos de dados consultados, apenas uma tem moradores de rua. Além disso, essas cidades têm em comum boas notas nos índices de educação, infraestrutura e saúde fiscal das gestões municipais. No entanto, todas apresentam opções modestas de lazer. Nenhuma delas possui sala de cinema, por exemplo”, ressaltou o Gazeta. 

Confira abaixo as líderes do ranking e suas notas: 

  1. Jateí (MS) - 8,72
  2. Montauri (RS) - 8,53
  3. Paraí (RS) - 8,45
  4. Nova Bréscia (RS) - 8,24 
  5. Coqueiro Baixo (RS) - 8,24
  6. São Bento do Sapucaí (SP) - 8,21
  7. Cruzália (SP) - 8,21
  8. Santa Salete (SP)  - 8,19
  9. Barra Funda (RS)  - 8,18
  10. Guabiju (RS) - 8,18

A líder sul-mato-grossense

Localizada a 250 quilômetros da Capital, Jateí pode não ser famosa, mas possui indicadores “excelentes”. Segundo o jornal, as ruas bem arborizadas e calçadas limpas da cidade são “sinais externos de outros indicadores menos visíveis”. 

No período analisado para o cálculo da nota, de 2019 a 2023, Jateí não registrou nenhum homicídio. Também não haviam moradores de rua, nem moradores internados por uso de drogas, mortes em acidente de trânsito e suicídios no ano de 2024. Não foram encontradas moradias com características de favela na cidade. 

A média salarial entre todos os municípios brasileiros foi de R$ 2.635 e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita médio foi de R$ 33,871. Em Jateí, o salário médio superou a média brasileira, de R$ 3.679 e o PIB per capita foi de R$ 119.162,85. 

Com relação à infraestrutura, 99,72% das residências contam com coleta de lixo domiciliar, 97,61% das vias são pavimentadas e 98,87 possuem iluminação pública. 

A economia jataiense gira em torno da suinocultura, tem o 9º maior PIB per capita e o 6º maior salário médio do Estado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

Ranking entre os estados

Entre as 27 Unidades Federativas brasileiras, Mato Grosso do Sul ocupa a 6ª colocação entre as melhores notas. 

Confira a lista em ordem abaixo: 

  1. Rio Grande do Sul - 6,18
  2. Santa Catarina - 6,17
  3. São Paulo - 6,16
  4. Paraná - 5,76
  5. Minas Gerais - 5,65
  6. Mato Grosso do Sul - 5,62
  7. Mato Grosso - 5,43
  8. Goiás - 5,26
  9. Rondônia - 5,22
  10. Rio de Janeiro - 5,17
  11. Piauí - 5,05
  12. Espírito Santo - 5,03
  13. Rio Grande do Norte - 4,76
  14. Tocantins - 4,68
  15. Paraíba - 4,64
  16. Maranhão - 4,51
  17. Bahia - 4,48
  18. Ceará - 4,43
  19. Alagoas - 4,29
  20. Acre - 4,29
  21. Pernambuco - 4,25
  22. Sergipe - 4,21
  23. Pará - 4,18
  24. Amapá - 4,15
  25. Amazonas - 4,08
  26. Roraima - 4,04

  27.  

RELATÓRIO

MS lidera ranking de indígenas presos e terá de adaptar presídios

Estado tem a maior população carcerária indígena do País, superando o Amazonas, e deverá seguir novas diretrizes que garantem intérpretes e alimentação tradicional

31/12/2025 09h00

Estado teve 510 indígenas presos no primeiro semestre de 2025, segundo levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais

Estado teve 510 indígenas presos no primeiro semestre de 2025, segundo levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro com o maior número de indígenas sob custódia do sistema penal, segundo dados revelados pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

A secretaria emitiu nota técnica revelando os dados, que integra o novo Plano Pena Justa e que estabelece uma série de mudanças obrigatórias para garantir os direitos da população indígena, pressionando a administração penitenciária sul-mato-grossense a adaptar suas rotinas de segurança e acolhimento.

“Ao relacionar as 10 unidades federativas com o maior número de pessoas indígenas custodiadas no Brasil, nota-se que há diferença se comparados com os estados que têm a maior quantidade de população indígena no País”, revela o documento.

De acordo com o levantamento federal, Mato Grosso do Sul tem 510 indígenas presos, no primeiro semestre de 2025.

O número coloca o Estado na liderança do ranking nacional, muito à frente de Roraima (2º lugar, com 304 detentos) e Rio Grande do Sul (3º lugar, com 234 detentos).

O dado chama atenção pela desproporcionalidade quando comparado à população total. Embora o Amazonas tenha a maior população indígena do País (quase 491 mil pessoas), ele ocupa apenas a 6ª posição no ranking carcerário, com 126 presos indígenas.

Já Mato Grosso do Sul, que tem a 3ª maior população indígena (cerca de 116 mil), encarcera quatro vezes mais indígenas que o estado do Norte.

A nota técnica da Senappen impõe “desafios logísticos e culturais” para a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen).

O governo federal determinou que a identidade cultural dos detentos não pode ser apagada pela máquina prisional.

O levantamento do Ministério da Justiça alerta ainda para um problema crônico que mostra que os números de MS podem ser ainda maiores: a classificação errônea de indígenas como pardos no momento da prisão.

A Senappen critica a prática de definir a raça/cor pela percepção do policial ou do agente penitenciário. A nova regra exige a pergunta direta: “Você se considera indígena?” Se a resposta for sim, deve-se perguntar o povo e a aldeia de origem, acionando imediatamente a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) da região.

Saúde e rituais

A nota técnica cita especificamente a estrutura de saúde de Mato Grosso do Sul como um ponto de atenção e potencial.

O documento destaca que a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) no Estado conta com profissionais capacitados, mas exige que o atendimento médico dentro dos presídios seja intercultural.

Isso inclui permitir a entrada de pajés e rezadores para assistência religiosa e espiritual, equiparando-a à assistência dada a padres e pastores.

As determinações da nota visam, de acordo com o Ministério da Justica, que o sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul cumpra o Plano Pena Justa, visando retirar o Brasil do que o STF classificou como estado de coisas inconstitucional (ECI) nas prisões.

>> Mudanças nos presídios

Proibição do Corte de Cabelo > A administração não pode mais invocar higiene para cortar o cabelo de indígenas compulsoriamente. O corte é considerado uma violação da personalidade e identidade cultural.

Intérpretes Obrigatórios > Se o preso tiver dificuldade com o português, o Estado deve garantir um intérprete da sua etnia para todos os atos processuais e administrativos.

Alimentação Tradicional > Os presídios deverão permitir a entrada de alimentos tradicionais levados por familiares ou adequar o cardápio, respeitando hábitos alimentares da etnia.
 
Respeito aos Nomes >
O registro de entrada deve respeitar a autodeclaração, incluindo o nome indígena e a etnia, e não apenas o nome de registro civil aportuguesado.

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