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Ação do Bope no Ônibus 174 foi "desastrosa", diz ex-capitão

Ação do Bope no Ônibus 174 foi "desastrosa", diz ex-capitão

Terra

12/06/2015 - 10h37
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Caso  emblemático de “ação desastrosa” da Polícia Militar do Rio: assim o hoje consultor em segurança pública Rodrigo Pimentel, 44 anos, define a operação que terminou com uma refém e o sequestrador mortos no sequestro do ônibus 174 . O caso, que marcou a crônica policial do Brasil e repercutiu fortemente na imprensa estrangeira, aconteceu há exatos 15 anos no Jardim Botânico, zona sul da capital fluminense.

À época, Pimentel era assessor do comando da PM, mas já havia sido capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais), grupo de elite da PM, durante sete anos. Além das análises em segurança pública, o ex-capitão também foi coprodutor do documentário “Ônibus 174” ao lado do diretor José Padilha, que, anos depois, dirigiria a ficção “Tropa de Elite”, da qual Pimentel foi um dos roteiristas.

Em entrevista ao Terra , o consultor afirma que tanto o sequestro como a forma como ele foi resolvido foram “uma tragédia". “A polícia à época não tinha treinamento adequado, nem doutrina, nem os equipamentos que eram necessários para lidar com esse tipo de situação”, diz. No momento em que soube do sequestro, Pimentel estava no gabinete do chefe do Estado Maior à época, o coronel Wilton Soares Ribeiro.

O ônibus 174 fazia a linha Gávea-Central e havia acabado de deixar o ponto final localizado nas proximidades da favela da Rocinha. Um passageiro notou quando Sandro do Nascimento entrou no coletivo com um revólver na cintura e sinalizou para a polícia, que seguiu e cercou o veículo. Em seguida, veio o Bope. Sandro tomou algumas passageiras de refém – e acabou saindo quase cinco horas depois usando a professora Geísa Firmo Gonçalves como escudo. Com sequestrador e refém do lado de fora, um policial do Bope atirou para acertar o rapaz, mas atingiu de raspão o queixo de Geísa. Ela foi derrubada pelo sequestrador, atingida pela arma dele três vezes e morreu a caminho do hospital. Sandro foi levado preso pelo Bope, mas acabou morto dentro da viatura por asfixia. Anos depois, os três PMs acusados pelo assassinato de Sandro foram absolvidos em júri popular.

“O Bope hoje é outra coisa muito diferente se analisarmos, por exemplo, que desde aquela época até hoje já se resgataram mais de 200 vidas que eram reféns de criminosos. Mas, na época, o be-a-bá não foi feito: a área do sequestro não foi sequer isolada, a contenção não foi feita, as equipes, em cenas constrangedoras transmitidas pelas TVs, à época, se comunicavam por gestos. O batalhão não dispunha de equipamentos mínimos de comunicação”, enumerou. “Além disso, os policiais que atenderam a ocorrência estavam na favela do Morro Santa Marta, em Botafogo (zona sul), apreendendo fuzis, quando foram mandados direto para sequestro no Jardim Botânico – isso não é algo profissional, pois o PM, para lidar com situação com reféns, precisa, além de treino, de estar descansado. Não pode estar estressado com nada. Isso não aconteceu com o episódio do ônibus 174”, lembra.

Conforme o consultor, não apenas a forma como Geísa foi libertada – após o tiro de raspão do PM, mais os três efetuados por Sandro, nas costas dela – foi desastrosa, como a morte do sequestrador, dentro da viatura, estrangulado. “Mas o Sandro estava disposto a matar a Geísa, é importante lembrar disso”, salienta. “O erro da PM ali não foi nem do tenente que atirou e acertou a refém, mas do Bope, e um erro estrutural. Não é razoável acusar policial por uma falha sistêmica”, avalia.

“Tivemos um salto de doutrina em todo o Brasil – houve, por exemplo, uma Copa do Mundo que obrigou as PMs a montarem times especiais de resgate e intervenção; houve o advento da Força Nacional de Segurança (em 2004), que nivelou a instrução a instrução em várias polícias... Evidente que as 27 PMs do País não estão em pé de igualdade, mas acho pouco provável em qualquer Estado uma ocorrência tão desastrosa quanto a do 174”, relata Pimentel. “Mas hoje, em uma sala de aula do Bope, há uma instrução voltada para situações envolvendo ônibus; além disso, os policiais do batalhão fazem hoje cursos de capacitação e intercâmbio na Europa, algo pouco provável se não tivesse acontecido o episódio”, observa.

Sensação de segurança piorou, diz consultor
Para o cidadão carioca, no entanto, Pimentel opina que a sensação de insegurança hoje é maior que a de 15 anos atrás – a despeito de os índices de crimes contra a vida sofrerem redução nos anos recentes.

“O Rio apresentou em março de 2015 a menor taxa de homicídios dos últimos 24 anos; pouca gente sabe disso, porque só se veem as notícias ruins. Mas houve redução de roubos a coletivo, de roubos de carros, e queda nos homicídios. Só que a sensação hoje do carioca é a de que, 15 anos depois, a falta de segurança é igual ou quem sabe pior que a de 12 de junho de 2000. Nunca tivemos tantos casos de assalto em metrô, [trens da] Supervia, gente esfaqueada ... Para a população, fica a sensação de que pouca coisa mudou”.

MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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SAÚDE

Mato Grosso do Sul tem três casos confirmados da gripe K

Casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1)

20/12/2025 12h00

UPA Tiradentes em Campo Grande

UPA Tiradentes em Campo Grande MARCELO VICTOR

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Ministério da Saúde confirmou três casos da gripe K, nesta sexta-feira (19), em Mato Grosso do Sul.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) identificou a presença do vírus e enviou a amostra para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), onde positivou para o subclado K da Influenza A (H3N2).

Os casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1). Os infectados são:

  • bebê de cinco meses, do sexo feminino
  • mulher de 73 anos
  • homem de 77 anos

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS), dois pacientes não apresentavam comorbidades, enquanto um possuía histórico de hipertensão e diabetes.

Apenas um dos casos evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com necessidade de internação hospitalar. Atualmente, todos já estão bem, já se recuperaram e estão em casa.

Os três pacientes não possuem registro de viagem internacional, contato com viajantes ou relato de deslocamento para outros estados.

Até o momento, quatro casos foram confirmados no Brasil, sendo três em MS e um no Pará. Após a confirmação, a SES-MS emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado.

Veja a nota compartilhada pelo Ministério da Saúde:

"Ministério da Saúde intensificou as ações de vigilância da Influenza A (H3N2), em especial do subclado K, que, na América do Norte, tem sido mais frequente em países como Estados Unidos e Canadá. A medida ocorre em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que aponta aumento de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte associados a esse vírus, incluindo países da Europa e da Ásia.

No Brasil, até o momento, foram identificados quatro casos do subclado K: um importado, no Pará, associado a viagem internacional, e três no Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem. A amostra do caso do Pará foi analisada pela Fiocruz/RJ, laboratório de referência nacional, enquanto as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz (SP). Nas duas situações, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos respectivos estados identificaram a presença do vírus e enviaram para os laboratórios de referência nacional para sequenciamento, conforme os protocolos da vigilância".

Veja a nota compartilhada pela SES-MS:

"A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que, considerando a Nota do Ministério da Saúde e o Alerta Epidemiológico emitido pelo Estado, foram detectadas três amostras do subclado K da Influenza A (H3N2) em Mato Grosso do Sul. Ressalta-se que não se tratam de casos suspeitos, uma vez que todos já foram confirmados laboratorialmente por meio de vigilância genômica. As amostras foram inicialmente processadas pelo Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública), que identificou a presença do vírus Influenza A. Conforme os protocolos estabelecidos pela vigilância em saúde, as amostras biológicas foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (SP), laboratório de referência nacional, onde foi realizado o sequenciamento genético que permitiu a identificação do subclado K, uma variante do vírus Influenza A (H3N2).

Quanto à existência de casos suspeitos no estado, a SES esclarece que não é possível afirmar com precisão, uma vez que a Influenza A (H3N2) é um vírus que já circula regularmente. Pessoas com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave podem estar infectadas por diferentes vírus respiratórios, como Influenza A (H1N1 ou H3N2), Influenza B, covid-19 ou outros agentes. A identificação do subclado ou da variante do vírus somente é possível por meio do sequenciamento genético, realizado no âmbito da vigilância laboratorial. Diante da confirmação dos casos, a SES, por meio da Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública, emitiu Alerta Epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do estado".

GRIPE K

Gripe K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não se trata de um vírus novo.

As vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra formas graves de gripe, inclusive as causadas pelo subclado K.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o subclado K tem apresentado crescimento acelerado na Europa e Ásia.

Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum:

  • febre
  • dor no corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse
  • cansaço
  • falta de ar

As principais formas de evitar a doença são:

  • vacinação
  • ventilação de ambientes
  • uso de álcool gel
  • higienização das mãos
  • uso de máscara para pessoas infectadas

Até o momento, não há indícios de gravidade ou alarmismo. 

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