Advogada Emmanuelle Alves Ferreira, de 36 anos, esposa do juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, da 5º Vara de Famílias e Sucessões, foi transferida para a Sala de Estado Maior da Companhia de Guarda e Escolta na noite de ontem (30), por volta das 20h.
A Advogada foi presa na tarde desta segunda-feira (31) por suspeita de estar envolvida em caso de quadrilha que vendeu fazenda fictícia para aposentado e que falsificou documentos para ter acesso à conta bancária da vítima. A suspeita é de que a advogada teria recebido R$ 4 milhões, sob a justificativa de recebimento de honorários.
Na tarde desta terça-feira (31), o juiz responsável em liberar os valores para a advogada, Paulo Afonso de Oliveira, será ouvido no Fórum do Tribunal de Justiça (TJ-MS) a partir das 14h.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) aguarda documentos com mais informações do caso para continuar a investigação.
A advogada já estava sendo investigada pela OAB-MS e o presidente, Mansour Elias Karmouche, disse ao Correio do Estado que ainda não sabe o envolvimento dela no caso.
Emmanuelle foi presa ontem e encaminhada para o Centro de Polícias Especializadas (Cepol), onde ficou aguardando a entrada de garantias de custódia de sala de Estado-Maior, por ser advogada. O mandado de prisão veio da juíza Euciléia de Jesus Jorge dos Santos, da 3ª Vara Criminal de Mato Grosso do Sul e a prisão foi cumprida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A Ordem dos Advogados abriu procedimento ético-disciplinar que pode resultar na cassação da profissional. As investigações judiciais estão em segredo de Justiça.
O CASO
De acordo com o presidente da OAB-MS, Mansour Karmouche, Emmanuelle Alves Ferreira é suspeita de estar envolvida no golpe milionário que conseguiu tirar R$4 milhões de um idoso sob a justificativa de recebimento de honorários.
Ainda conforme informou Karmouche, um homem com RG falso se passava por vendedor de fazenda que não existia enquanto outros dois criminosos, que já foram presos em flagrante, tentavam fazer a transferência de R$ 1,8 milhão, com uma procuração falsa.
O crime se concretizou após o grupo ter conseguido acesso ao dinheiro da vítima, um aposentado que mora no Rio de Janeiro.
Com uso de documentos falsos, notas promissórias e um termo de confissão de dívida, os criminosos entraram com ação de execução exigindo recebimento de aproximadamente R$ 7 milhões, pela venda da propriedade fictícia e ganharam a causa na Justiça.
A OAB-MS já tinha aberto procedimento administrativo no dia 20 de julho e documento foi enviado ao Ministério Público Estadual (MPE). “Vamos investigar se a advogada teve participação ou não, vamos apurar. A informação é de que fazenda foi vendida aqui e parece que quadrilha é daqui, abrimos processo ético disciplinar”, explicou Karmouche, anteriormente.


