Cidades

OPERAÇÃO TRUNK

Agentes da PRF são presos
e vereador é procurado pela PF

Policiais facilitavam a passagem do contrabando de cigarros

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Dois agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) lotados nas delegacias de Dourados e Rio Brilhante foram presos nesta quarta-feira (31) no cumprimento de mandados de prisão em Mato Grosso do Sul na operação ‘Trunk’ deflagrada pela Polícia Federal.Eles são suspeitos de facilitar a entrada de cargas milionárias de cigarros contrabandeados no Estado.

Outros três contrabandistas também foram presos, sendo dois líderes da quadrilha que atuavam em Ponta Porã e São Paulo e a esposa de um deles que era a 'tesoureira' do patrimônio adquirido pelo grupo criminoso. A Receita Federal divulgou que em 2018, foram apreendidos em Mato Grosso do Sul 70 milhões de maços de cigarros, de acordo com a Polícia Federal. Só no primeiro semestre de 2019, a PRF apreendeu 10 milhões do produto.

Envolvido também no esquema, está um vereador da Paraíba (PB) que é considerado foragido e não teve a identidade revelada pela Polícia Federal. Ele era responsável por receber a carga contrabandeada e distribuir pela cidade. O mandado foi cumprido na cidade de Bento (PB) mas não há confirmação se o vereador é atuante político na cidade.  Junto com ele, outros dois criminosos que atuavam como batedores e recrutadores de serviços como motorista de caminhão ou também batedor estão foragidos. 

A suspeita é que os policiais rodoviários federais envolvidos na ação recebiam propina para facilitar a entrada dos cigarros contrabandeados do Paraguai no território nacional e a circulação nas estradas de Mato Grosso do Sul que é rota para São Paulo. De lá a carga também seguia para a Paraíba sempre em caminhões com mudança. Ele foram presos logo pela manhã no fim do expediente. As informações são do delegado Glauber Fonseca, chefe de Delegacia de Combate aos Crimes Fazendários da Polícia Federal. 

De acordo com o superintendente da PF, delegado Cleo Mazzoti, a quadrilha era comandada por contrabandistas experientes e com alto poder aquisitivo. “É uma organização criminosa de altíssimo nível com poder financeiro bastante significativo e que atuava não só no contrabando de cigarros mas na corrupção de agentes públicos portanto temos casos de corrupção passiva e facilitação de descaminho envolvidos”, disse o delegado. 

Ainda sobre a prisão, Mazzoti explicou a logística do trabalho ilícito e o próximo passo é prender os foragidos. “Eles traziam o cigarro do Paraguai, obtinham uma estrutura logística de caminhões, normalmente de mudança, baú, daí que vem o nome da operação, para trazer o cigarro do Mato Grosso do Sul para São Paulo ou para a região nordeste para obter altos lucros. Os principais líderes foram presos, os foragidos serão presos nos próximos dias. Esse ano nós tivemos 70% de redução de cigarros no Mato Grosso do Sul em decorrência de ações ostensivas, ações de inteligência, da quebra de laços financeiros das organizações criminosas e da estrutura logística que eles montaram nas estradas com apoio de policiais”, explicou Mazzoti. 

Segundo o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Luiz Alexandre Gomes, os agentes já estão presos e responderão pelo crime de forma administrativa com processo disciplinar instaurado que vai apurar os fatos. “È um dever e obrigação de todo servidor público e principalmente da nossa instituição, então esse trabalho é feito para deixar claro e evidente que a Polícia Rodoviária Federal se necessário for vai cortar na própria carne cumprindo o papel e a obrigação para que a credibilidade da instituição jamais seja abalada”, disse. 

PELA SEGUNDA VEZ
Sobre o agente preso em Dourados, foi apurado que não é a primeira vez que o policial é investigado em relação ao contrabando e descaminho de cigarros. Sobre o caso, o superintendente da PRF informou que o agente passou por processo e foi absolvido por isso continuou atuando na polícia. “Um desses policiais já teve uma situação de envolvimento mas ele não passou por condenação e foi absolvido por falta de provas, mas agora com essas novas investigações que estão apontando o envolvimento dele com o crime organizado e a facilitação do contrabando ele vai passar por procedimento. O que importa para nós é o trabalho que foi feito da nossa corregedoria juntamente com a Polícia Federal que aponta o envolvimento dele com provas robustas tanto é que foi expedido um mandado de prisão em desfavor do próprio’, finalizou. 

ENTENDA
O grupo, considerado de grande porte, era responsável por colocar em circulação no Brasil enormes quantidades de cigarros contrabandeados, além de aliciar agentes públicos.

As investigações tiveram início em julho de 2018, quando um caminhão carregado com um total de 430 mil maços de cigarros contrabandeados do Paraguai foi apreendido. No total, durante o andamento das investigações, foi realizada a apreensão de 19 carregamentos semelhantes (em caminhões ou carretas), com a prisão de 26 indivíduos. 

Os valores de produtos ilícitos apreendidos, em uma contagem superficial, ultrapassam as cifras de R$ 70 milhões, demonstrando o poder econômico do grupo criminoso. As investigações comprovaram a participação de policiais e de pelo menos um político - cuja a identidade não foi revelada -, fato que determinou a união de esforços da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na desarticulação do esquema. 

Os policiais envolvidos no esquema delituoso recebiam propina para facilitar a entrada dos cigarros contrabandeados no território nacional e sua circulação nas estradas. Para a Polícia Federal a união de esforços entre as instituições de segurança pública tem determinado “crescente dificuldade logística na atuação das organizações criminosas no Estado”.

Estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva, além de sequestro de veículos, imóveis e valores financeiros, todos expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande. Além da Capital, os policiais também cumprem os mandados em Dourados, Ponta Porã, Rio Brilhante, Embu-Guaçu (SP) e São Bento (PB).

O nome da operação faz referência ao modo de atuação da organização criminosa, que se utilizava de caminhões do tipo “baú” para realizar o transporte da carga de cigarros contrabandeados.

 

 

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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