O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse hoje que a Corregedoria da Polícia Militar vai apurar se os PMs que participaram da ocorrência do "rolezinho" no shopping Itaquera anteontem cometeram abusos.
Alckmin afirmou que os policiais militares foram ao local porque havia uma decisão liminar (provisória) que impedia o encontro de jovens marcado pelas redes sociais. Segundo ele, os possíveis excessos não serão tolerados.
Um vídeo feito pela Folha de S.Paulo durante o "rolezinho" mostra policiais militares usando cassetetes contra jovens dentro do shopping Itaquera, na zona leste de São Paulo. As imagens mostram um grupo de pessoas descendo uma das escadas rolantes do centro comercial quando um policial militar da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) atinge as costas de um deles com um cassetete. Na sequência, outro PM também desfere golpes contra o grupo.
Ao descer da escada rolante, um dos jovens ainda é agredido com um soco por um homem não identificado. Os policiais que estavam ao lado dele e presenciaram a agressão não reprimiram o ato.
Já há um novo encontro marcado para a próxima semana no mesmo local. Ao menos 600 pessoas já foram convidadas para se encontrar no shopping Itaquera no sábado, às 16h30.
Intimados
Dez jovens serão intimados a comparecer à Justiça para explicar sua participação no "rolezinho".
Segundo a assessoria de imprensa do shopping, serão chamados dez jovens, todos maiores de idade, que foram notificados por um oficial de Justiça na tarde de ontem, quando entravam no centro comercial.
Os jovens deverão contar a sua versão dos fatos ao juiz, que analisará cada caso e decidirá se eles pagarão ou não a multa de R$ 10 mil, prevista na liminar.
Segundo o oficial de Justiça responsável por entregar as intimações, os rapazes que receberam o documento foram identificados pela Polícia Militar.