A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e uso de produtos a base de fenol em procedimentos de saúde em geral ou estético.
Resolução foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (25).
No início deste mês, dia 3 de junho, um rapaz de 27 anos morreu após realizar um peeling de fenol, em uma clínica estética, em São Paulo. A proprietário não tinha autorização para realizar o procedimento e o caso está sendo investigado como homicídio.
A proibição ficará vigente enquanto são conduzidas as investigações sobre os potenciais danos associados ao uso do fenol, que vem sendo utilizada em diversos procedimentos estéticos invasivos e que pode causar impacto negativo na saúde.
"A medida cautelar adotada pela Agência tem o objetivo de zelar pela saúde e integridade física da população brasileira, uma vez que, até a presente data, não foram apresentados à Anvisa estudos que comprovem a eficácia e a segurança do produto fenol para uso em tais procedimentos", diz o órgão.
Conforme a resolução da Anvisa, permanecem autorizados os produtos devidamente regularizados junto à Anvida "nas exatas condições de registro e produtos de uso em laboratórios analíticos ou de análises clínicas".
A Agência ressalta que não há nenhum produto a base de fenol regularizado com indicação para procedimentos de peeling.
Peeling de fenol
O peeling de fenol é um procedimento realizado para tratar envelhecimento facial severo, caracterizado por rugas profundas e textura da pele consideravelmente comprometida, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A técnica, executada de forma correta e seguindo as orientações, traz resultados na produção de colágeno e redução significativa de rugas e manchas, conforme a entidade.
A sociedade médica considera o procedimento invasivo e agressivo, por isso a realização em toda a face demanda extrema cautela.
Antes de se submeter a qualquer procedimento clínico ou dermatológico que utiliza diferentes ácidos ou fórmulas, a recomendação da entidade médica é que o paciente busque consultar um dermatologista.
Além disso, a orientação é que seja conduzido por médicos habilitados e em ambiente hospitalar.
O paciente deve fazer exames prévios, estar anestesiado no momento do procedimento e ficar sob monitoramento cardíaco durante a execução do processo.